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3.10.22

As Mentiras que nos Unem [Emily Giffin]

Emily Giffin

Cortesia da Editora Arqueiro

Emily Giffin é daquelas autoras que conseguem pegar temas familiares e transformá-los em dramas que cativam o leitor. Já li em torno de 6 livros dela e posso garantir a maestria com que usa as palavras e nos apresenta histórias únicas.

As Mentiras que nos Unem
Título: As mentiras que nos unem
Autor: Emily Giffin
Tradutor: Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance Contemporâneo
Páginas: 320
Edição:
Ano: 2022
Onde comprar: Amazon

A história começa com nossa protagonista Cecily em um bar bebendo e se questionando sobre seu futuro. Quase nos 30 anos ela questiona seu relacionamento com Matthew. Juntos a algum tempo, Cecily queria ter a certeza de que algum dia ambos poderiam se casar, firmar um compromisso e ter uma vida juntos. Decisão essa que Matthew no momento não tinha certeza.

Então ali, sentada num bar se embriagando, ela pega o telefone afim de ligar para Matthew até que antes disso ela conhece Grant.

"Não faz isso. Não liga para ele. - Seu rosto está impassível, mas seus olhos castanhos têm um ar de divertimento. Surpresa demais para negar, eu pergunto: - Por que você acha que eu ia ligar para um homem?"

Depois disso, os dois tem uma noite bem diferente. Apenas dormem juntos como se fossem amigos de longa data. No dia seguinte Grant pega o número dela prometendo ligar.

Os dois então começam um romance bem devagar, se conhecendo aos poucos. Descobrimos que Grant possui um irmão gêmeo chamado Byron que tem uma doença herdada de sua mãe, mas que Grant não herdou. Então já vemos aqui um embate silencioso entre os irmãos sobre as oportunidades que cada um tiveram na vida.

Grant demonstra ser um homem muito bom, prestativo e sensível e Cecily fica completamente apaixonada. Mesmo assim, Grant aparenta ter segredos que esconde muito bem.

Do outro lado Matthew tenta se reaproximar de Cecily, vendo o quão foi injusto com ela sem ter notado os fatos.

"Eu queria construir um futuro com você, e você só queria viver o momento. - Isso soa um pouco falso, considerando meus sentimentos por Grant e a percepção de que talvez Matthew e eu, afinal, não formássemos um casal tão bom assim. Mas quem pode saber? Se ele não tivesse colocado tantas barreiras, talvez o nosso relacionamento também tivesse chegado ao próximo nível."

Até que tudo muda no dia 11 de setembro com o ataque terrorista as torres gêmeas. Não bastasse a tragédia, Grant trabalhava em um dos prédios atingidos. Ao saber disso, Cecily se desespera e fica angustiada sem saber se ele estava lá ou não no momento da colisão. Eles haviam dormindo juntos uma noite antes, e por isso achava que ele não estivesse presente no prédio, até por que seu irmão Byron tinha piorado seu estado de saúde, o que podia significar que Grant pudesse estar em companhia dele.

Como jornalista, Cecily precisa cobrir a tragédia junto de sua amiga Jasmine. Lá ela entrevista pessoas que estão a procura de seus familiares, e em meio às fotos das possíveis vítimas, havia uma de Grant e o telefonema de alguém que o estava procurando.

" - É ele? A gente precisa ligar para esse número. Você vai se sentir melhor se conectando com outra pessoa que se importa com ele. Se você não ligar, quem vai ligar sou eu. - Prendo a respiração enquanto ela cumpre a promessa e pega o celular."

É a partir daí que Cecily irá descobrir os segredos de Grant e aprender a lidar com a dor da perda, e enfim encarar a vida.

Emily Giffin colocou neste romance uma carga dramática digna de filme, e deste modo torço para que algum dia venha a ser adaptado. O modo como as cenas aqui foram construídas, dosando na medida certa dor e amor, eu só imaginava diante de um episódio da série This is Us. Há cenas aqui em que os diálogos são precisamente feitos na hora certa, dando aquela tensão enquanto se aguarda o que o outro vai dizer. Se você já assistiu This is Us, te digo que vai gostar bastante como cada situação é direcionado para algo maior e bonito.

Cecily é uma personagem muito introspectiva, sempre querendo usar as palavras corretas para nunca ofender ninguém, bem como a mania de querer pensar no outro primeiro do que em si. Um dos pontos altos da trama, é o relacionamento com seu amigo gay Scottie, que a escuta, dá conselhos e a faz sentir-se viva diante das circunstâncias da vida. Algo que ambos fazem em conjunto, já que Scottie ainda não se assumiu para os pais e como melhor amiga, Cecily o conforta e o aconselha.

Um dos pontos altos do livro para mim é o quanto os personagens amadureceram, seja em sua busca interna por insistir em algo que acredita, ou como o atentado às torres despertaram em si pensamentos profundos sobre a vida e futuro. Outro ponto forte do livro é a ambientação da cidade, pois faz o leitor ser transportado para as ruas de Nova York.

Matthew foi um coadjuvante irritante de início, mas que se mostrou um verdadeiro protagonista ao amadurecer em busca do amor.

O final do livro aos poucos foi se mostrando o que poderia de fato ocorrer, em parte chegou a ser previsível, mas de certa forma me surpreendeu e ainda fiquei com aquele gosto de quero mais.

É um livro divertido e emocionante, fará o leitor sorrir e chorar muitas vezes em uma página só. Se você ama livros de romance mais maduros, com questões familiares, Emily Giffin é uma escritora de prato cheio.

13 comentários em "As Mentiras que nos Unem [Emily Giffin]"

  1. Oi, Douglas! Gosto muito de livros que trazem dramas familiares, a gente sempre acaba se identificando com alguma questão. Cecily, pelo visto, irá enfrentar muitas adversidades até se reencontrar. E que bom saber que os personagens trilham um caminho de amadurecimento.

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  2. Nessa minha longa vida de leitora, só li 1 livro da Emily.
    E sim, foi bem densa a leitura.
    Curti muito a premissa e bateu a curiosidade em saber mais detalhes dessa história

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  3. Eu li apenas um livro da Emily e gostei bastante, até porque tenho um fraco por dramas familiares, e percebo que preciso ler mais livros dela.
    Saber que essa história, em alguns momentos te lembrou de This is us me deixa muito animada, ainda mais que tem um equilíbrio perfeito. Já quero ler!

    Abraços

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  4. Eu já li alguns livros da autora e realmente ela tem o dom de transformar enredos familiares, cotidianos até, em grandes histórias que nos emocionam e por muitas vezes, nos colocam ali, vivendo aquilo tudo em algum momento.
    Ainda não tive oportunidade de ler esse, mas com toda certeza do mundo, depois dessa resenha, já vai pra listinha de desejados, ainda mais que tem isso do 11 de Setembro!!!
    beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  5. Olá,

    Quando eu comecei ler a resenha, eu jurava que já tinha lido algo dessa autora, mas fui pesquisar agora e vi que nunca tinha lido nada kkkk
    Esse livro parece ser muito bom! Caramba, fiquei com muita vontade de ler

    Beijos

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  6. Douglas!
    A autora é genial, não é? Já li uns seis livros dela e não me canso.
    Já tive oportunidade de ler esse e fiquei tão envolvida que nem percebi quando chegou ao final, que por sinal, foi bem compatível com o enredo.
    cheirinhos
    Rudy

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  7. Ainda não li nenhum livro da autora mas pelo que falam é impossível não gostar.
    Quando fui lendo sua resenha também imaginei logo um filme, recordei até do filme Lembranças que é um drama onde pro final também tem passagem pelas torres gêmeas no 11 de setembro.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  8. Oi, Douglas!
    Da Emily Giffin li apenas um livro, e lembro que gostei.
    Gosto de livros de romance maduros, e fiquei mega curiosa para saber os segredos do Grant... Dica anotada! Bjos!

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  9. Ola
    Gosto muito de livros com personagens adultos e que também trazem dramas familiares Ainda não li nada dessa autora mas tenho vontade.

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  10. Gosto muito de enredos assim, explorando dramas e situações familiares e pessoais. Acho que é a melhor forma de nos conectarmos com as personagens. Colocar os acontecimentos do 11 de setembro como parte da trama, e de certa forma sendo responsável por mostrar caminhos ocultos na relação dos personagens foi bem legal. Ainda não vi a série citada na comparação, mas já fiquei interessado também. Dica anotada!

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  11. Oi Douglas,
    Hum, essa carga dramática não chegou a me atiçar minha curiosidade de primeira, mas só dando uma chance, ás vezes nos surpreendemos.

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  12. Olá! Um livro bastante intenso hein, acredito que ainda não li nada da autora, mas a resenha me deixou bem curiosa para conhecer sua escrita, ainda mais sabendo que o livro tem muito a nos oferecer.

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  13. Engraçado porque já tinha conferido uma resenha desse livro, mas confesso que não tinha ficado tão tocada quanto fiquei com essa, foi impossível não lembrar do filme Lembranças e o quanto eu chorei com aquele final, por isso, acho melhor já deixar os lencinhos preparados.

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