A Mágica Mortal: Uma aventura do Esquadrão Zero [Raphael Montes]

Cortesia do Grupo Companhia das Letras

Apesar de thriller investigativo ser um dos meus gêneros literários preferidos, ainda não tinha tido oportunidade de ler algo nesse estilo indicado ao público mais jovem. Assim que “A Mágica Mortal” me apareceu como opção de leitura, não tive dúvidas de que o momento havia chegado. O fato de ser de um autor brasileiro foi só a cereja do bolo.

Título: A Mágica Mortal
Autor: Raphael Montes
Ilustrador: Jonnifferr
Série: Esquadrão Zero
Editora: Seguinte
Gênero: Thriller investigativo
Páginas: 272
Edição: 1ª
Ano: 2023

Onde comprar: Amazon

Raphael Montes constrói uma trama recheada com todos os ingredientes que um bom livro do gênero pede: Personagens cativantes, crimes, investigações, suspense e reviravoltas, tudo isso com um belo fio condutor: A Mágica.

“Caso isolado? Não sei não! Pedro pensou. As circunstâncias do crime indicavam para ele algo mais grave: um assassino em série. Talvez um criminoso que utilizasse seus artifícios de mágico para atrair as vítimas, e até para matá-las. Claro que Pedro não era nenhum detetive. Para ser honesto, não entendia quase nada de investigação policial. Havia lido algumas histórias de mistério na escola, além dos livros de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle que pertencia à sua tia-avó, mas raramente acertava quem era o culpado.” Página 33

Um dos pontos positivos do livro é a escrita do autor. É leve, fluida e objetiva na medida certa, ideal para o seu público-alvo. Os capítulos são curtos, o que facilita o progresso da leitura, pois nos pegamos usando a tática do “só mais um capítulo”, até chegar a um avanço considerável de páginas.

Outro ponto positivo fica por conta das personagens (principalmente os integrantes do “Esquadrão Zero”), e a relação de amizade entre eles. Raphael acertou em cheio em mostrar que suas personalidades diferentes entre si, criam um grupo bem equilibrado, e que cada um é peça fundamental no esquadrão.

“A frieza dos crimes era o que mais chocava Pedro. Como encontrar alguém que parece normal, mas por dentro, na mente, é um psicopata cruel? Capturar o mágico assassino se revelara mais desafiador do que ele havia pensado. Talvez fosse melhor deixar com a polícia mesmo.” Página 113

Já um ponto que não me agradou muito foram as atitudes (ou a falta delas) de alguns adultos. Delegada, investigadores, policiais, tomando um “banho” de um grupo de adolescentes no quesito investigação de assassinato, sem falar em pais relapsos em deixar crianças e/ou adolescentes transitarem tranquilamente pela cidade, principalmente em um parque de diversões palco do assassinato de um garoto, sabendo que o assassino ainda está a solta.

Em relação a parte gráfica, a editora está de parabéns. A capa é muito bonita e a diagramação e ilustrações dão um toque especial ao livro. O leitor é presenteado por um breve estudo sobre a História da Mágica, um tutorial de mágicas simples, que encoraja o público a darem seus primeiros passos nessa arte, e uma entrevista com Raphael, a qual ele dar a entender que teremos mais aventuras com essa turma.

Finalizo a resenha indicando aos leitores mais jovens, e que apreciem tramas investigativas.