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5.5.16

Brasyl [Ian McDonald]

Ian McDonald
Ed. Arqueiro, 2015 - 416 páginas:
      Marcelina é uma produtora de TV que sai pelas ruas do Rio em busca do sucesso que lhe trará a fama. Quando uma ideia para um programa a faz rastrear o mais infame goleiro do futebol brasileiro, ela se envolve em uma antiga conspiração que ameaça não só a sua vida, mas também a sua alma. Edson é um empresário de celebridades tentando sair das favelas de São Paulo em um futuro não muito distante. Um encontro inesperado o faz cair no mundo perigoso da computação quântica. Agora, sem ter para onde fugir em um Brasil em que cada rosto e centavo são rastreados, ele precisa salvar a própria pele. Padre Luis Quinn é um missionário jesuíta que vasculha as profundezas da Floresta Amazônica do século XVIII em busca de um padre renegado que tenta estabelecer um império. Mas o que ele encontra ali põe em xeque a sua fé e a própria realidade.

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Posso dizer que Brasyl é uma história inovadora. Acho que nunca li algo parecido, muito menos baseando-se no nosso país – o que é mais incrível ainda. “Um scifi que se passa em três gerações na história do Brasil” foi como eu me interessei a ler o livro e não me arrependo.

Ian McDonald é um autor escocês que destacou muito no cenário literário principalmente por causa desse livro (inclusive vencedor do prêmio Philip K. Dick que homenageia autores de ficção científica). O que mais surpreende durante a leitura é que o autor consegue articular sobre o país com uma enorme propriedade, como se fosse praticamente um nativo. E o livro se desenvolve muito bem, tendo o Brasil como um ótimo cenário para uma ficção científica. Já tinha lido livros nessa temática com o pano de fundo brasileiro, como alguns do autor Raphael Draccon, por exemplo; porém Brasyl se destacou por ser todo baseado aqui.

“Uma sociedade de escravos. Uma sociedade dessas nunca se diz o que se pensa, o que se diz não é o que se quer dizer. Segredos, sutilezas, subterfúgios – ele não devia esperar nada aberto ou direto naquele Novo Mundo. A verdade sempre existirá, porém disfarçada.” Pág. 48

Eita, que citação que cabe diretamente na realidade atual, na minha opinião. O detalhe é que esse quote se encontra durante a narração pertinente ao padre Luís Quinn, no ano de 1732. Como comentei lá em cima, o livro traz três gerações de “Brasis” que vão se interligando. Além do Padre Luís Quinn que vem de Portugal a pedido da Coroa, temos a Marcelina em 2006, que é uma produtora de TV que só se importa com fama e dinheiro, mas que se vê envolvida em uma conspiração ao tentar emplacar um novo programa de TV. E por fim tem-se a história de Edson, que encontra-se (ainda) no futuro, em 2032. Edson é um empresário de celebridades que acaba tendo que conhecer a computação quântica – mas não de um jeito muito bom (não quero entrar em mais comentário para não atrapalhar a leitura de vocês, rs). E é a partir dessas descrições - simples e que estão colocadas na capa do livro - é que adentramos na história de Brasyl.

Um detalhe é a diagramação do livro, onde cada personagem conta com fontes diferentes e sombreamento nas páginas, sendo que assim facilita muito saber de qual período da história estamos lendo: uma alternativa que colabora para que o leitor não se perca na leitura.

Mesmo o livro sendo bem descrito, senti um pouco de dificuldade quanto a velocidade da narrativa. Nos momentos do padre Luís Quinn, tive mais afinidade com a história; porém em momentos de Edson, em 2032, tive um pouco de dificuldade em continuar lendo. Creio que isso se deva ao linguajar utilizado, muitas gírias que eu não conhecia (como se fossem futurísticas), que em minha opinião dificultaram um pouco a leitura. Porém acho que isso é bem pessoal, talvez não interfira na leitura de outra pessoa, talvez.

Brasyl foi uma grande surpresa e acho que tive o insight certo ao querer conhecer a história. É uma ótima ficção científica, traz bem nítida a diversidade brasileira; sendo que aqueles estereótipos tradicionais que às vezes nós incomodam (como futebol, carnaval, etc.) ficaram em segundo plano perante a narrativa. Recomendado!

 Cortesia da Editora Arqueiro
Pâmela Fardim
20 anos e Estudante de Psicologia. Bookaholic, apaixonada por músicas lindas. Maratonista de seriados de carteirinha, companion perdida do doctor e seguidora de Sherlock Holmes, Patrick Jane e Cal Lightman. Pensa em um dia conhecer o Reino Unido e é fã de uns caras conspiradores que tocam em uma banda chamada Muse.
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18 comentários em "Brasyl [Ian McDonald]"

  1. Olá!
    Achei mto legal, bem interessante...
    Gostei mto por ser uma história que se passa na cidade maravilhosa...
    Me animei pra ler!
    Bjs!

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  2. Nunca vi isso, de um autor de um lugar tão distante escrever um livro que se passa aqui no Brasil.
    Achei sensacional!
    Quero ler esse livro tanto por esta singularidade quanto por sua história que parece ser bem interessante.

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  3. Oi.
    Incrível, um autor estrangeiro descrevendo tão bem nosso país, achei muito interessante a premissa do livro estou bastante curiosa para conferir essa obra.
    Espero que essa leitura funcione para mim.
    Boa Tarde.

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  4. Olá, Pâmela.
    Confesso que não esperava que o livro fosse tão bom, principalmente porque o autor não é nacional. Porém, pelo visto, me enganei.
    A premissa é bem interessante e com certeza quero conferir essas três gerações de brasis.
    Ótima dica.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de maio. Serão três vencedores!

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  5. Já tinha visto a capa,pensava que era um autor brasileiro até.
    Que bom que ele conseguiu explorar as diversidades do nosso país.

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  6. Pâmela!
    Muito bom ter uma visão do Brasil de forma diferente e através de um escritor renomado de ficção.
    “A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós.” (Marcel Proust)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  7. Oi Pâmela, quando ele livro foi lançado eu fiquei bem interessada nele, mas comecei a ler algumas resenhas e confesso fiquei com o pé atrás. Fico feliz em saber que você gostou.
    Bjs, Rose.

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  8. Sua resenha está muito boa, achei interessante esse livro, mas sinceramente ele não faz muito meu estilo de leituras, então por esse motivo não pretendo ler.

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  9. Gostei da resenha, mas não leria o livro. Não faz meu estilo de leitura.

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  10. Que legal o cenário ser o nosso país e escrito por um autor escocês! Muito bacana, principalmente por ele tê-lo destacado bem, falando com propriedade. No entanto, não sei se leria;achei que a narrativa é um pouco cansativa.

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  11. Que legal o cenário ser o nosso país e escrito por um autor escocês! Muito bacana, principalmente por ele tê-lo destacado bem, falando com propriedade. No entanto, não sei se leria;achei que a narrativa é um pouco cansativa.

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  12. Hey, tudo bom?
    Ainda não conhecia esse livro. O enredo parece ser bem interesse e diferente. O que me surpreendeu, confesso, foi o autor ser escocês, achei que o livro fosse nacional. Parece que o autor fez um ótimo trabalho, já que, você citou que ele ''consegue articular sobre o país com uma enorme propriedade, como se fosse praticamente um nativo''.

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  13. Estou bem curiosa para ler esse livro, desde que vi o lançamento dele. Achei interessante um autor escocês escrever sobre o nosso país, e pelo visto com tanta propriedade. Gosto de histórias que se passam em vários tempos, então creio que será uma leitura agradável.

    Beijos, Gabi

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  14. Quando vi esse livro pela primeira vez ele não me chamou atenção, mas sua resenha despertou um pouco da minha curiosidade. Tenho um pouco de dificuldade de imaginar uma história de ficção científica tendo nosso país como cenário e pode se interessante ler algo assim, mesmo não sendo de um gênero que costuma me chamar atenção. Gostei de saber que os estereótipos que existem sobre nosso país não são tão focados nesse livro, mostrando o Brasil além disso.
    Abraços

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  15. é a primeira vez que eu leio uma resenha desse livro. quando eu li a sinopse pela primeira vez eu achei interessante,mas acabei deixando passar.
    achei muito legal o fato de cada personagem tem uma fonte diferente esses detalhes dão mais vida a história. e quanto o fato de no futuro o personagem falar com girias que não conhecemos deve ser interessante, mas eu tenho que ler antes para saber se eu não vou me enrolar
    bjs

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  16. Este livro já despertou-me a curiosidade pelo título, pois está escrito Brasyl, na língua inglesa, mas também por sua capa representando muito bem a vista do Rio de Janeiro. E, com a estória nada foi decepcionante também. Fiquei extremamente interessado neste multiuniverso criado por Ian McDonald e as suas três gerações interligadas.

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  17. Quando vi que esse livro ia ser lançado já dei uma olhada nele, mas achei que toda essa mistureba de épocas ia deixar a história um tanto desconexa então é bom ver que isso não acontece. Se você falou bem do enredo com certeza vou dar uma procurada no livro e ver se encontro na livraria daqui da cidade.

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  18. O livro de fato é muito bom. Peca por algumas imprecisões, como a busca pelo Barbosa – o cara morreu há alguns anos, e a morte dele foi amplamente noticiada, ou seja, ele nunca foi plenamente esquecido (infelizmente ninguém mostrou a McDonald o sensacional curta Barbosa, do Jorge Furtado). Mas isso não tira o brilho do livro, que vale a pena ser lido.

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