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24.11.22

As coisas que você sabe sobre mim [Clara Sanchez]

As coisas que você sabe sobre mim

A arte de fazer inimigos

Podem me chamar de exigente, entre outras coisas, mas muita capa de livro já me fez comprar ou evitá-lo. E a capa de As coisas que você sabe sobre mim (Planeta, 336 páginas) puxou meus olhos de tal maneira que passei a desejá-lo. Um título sugestivo deu mais um empurrãozinho e lá estava eu lendo Clara Sánchez, autora espanhola desconhecida para mim.

Alguma coisa estava fora do eixo: quando comparei aquela loura de olhos verdes da capa com a protagonista de olhos castanhos claros, isso me incomodou bastante. Não entendi o motivo de tal disparidade. Mas vamos ao livro.

18.8.22

Os Três [Sarah Lotz]

Sarah Lotz

Quando um boato dito várias vezes torna-se verdade absoluta

O livro tem início avassalador e fui me preparando para me deliciar com a leitura de Os três (Arqueiro, 400 páginas) de Sarah Lotz. Com projeto gráfico e capa excelentes, o conteúdo empolgou menos, mas há méritos, inúmeros até.
23.6.22

Doze Anos de Escravidão [Solomon Northup]

Solomon Northup

O chibata da ignorância rasgando as costas da alma

O que dizer de um livro que trata da crueldade a que o ser humano pode alcançar? Ainda me encontro estupidamente revoltado, tentando me concentrar nas palavras corretas para não fugir do que tenho que falar. Quero me expressar sem rancores.

Doze anos de escravidão (Penguin-Companhia, 280 páginas) é um daqueles livros que nos achata, nos apequena, nos envergonha, só por fazermos parte da raça humana, homo sapiens.
16.5.22

Uma Família Feliz [David Safier]

David Safier

Fazendo piada com os relacionamentos familiares

Ao escolher Uma família feliz (Planeta, 287 páginas), num primeiro momento o fiz pela capa, depois pela sinopse um tanto quanto amalucada. E tive uma grata surpresa, o livro é hilário, divertidíssimo!
10.2.22

Stephen King - A Biografia: Coração Assombrado [Lisa Rogak]

Lisa Rogak

Escritor de mágoas?

Não gosto muito de biografia de pessoas vivas, me parecem sempre “chapa branca” (um cara que foi viciado em álcool e drogas deve ter cometido alguns desatinos e não os encontrei no livro), mas e daí? É um livro falando sobre King e todo fã quer saber um pouco mais sobre seu ídolo, se possível o que toma no café da manhã ou qual enxaguante bucal utiliza (que sei, é Listerine, rs).

No livro Stephen King: A biografia – Coração assombrado (Darkside, 320 páginas), Lisa Rogak procura explicar como o mestre se tornou reverenciado por fãs e críticos. Seus medos, seus desafios, seu sucesso. Em minha modesta opinião não foi merecedor do “Prêmio Edgard Allan Poe” de melhor biografia.
23.12.21

Escuridão Total Sem Estrelas [Stephen King]

Stephen King

Almas escuras como a noite

Leio Stephen King desde meus 13 anos e posso garantir que já abandonei esta fase infante há um bom tempo. No momento, estou mais para um senhor maduro. Acompanhei todas as fases do mestre, de seus livros de terror (hoje, me agradam menos) aos psicológicos (me simpatizo mais). E por que digo isso? Para deixar claro que nunca espero de King menos que um livro excelente.
21.10.21

Caçadas de Vida e de Morte [João Gilberto Rodrigues da Cunha]

João Gilberto Rodrigues da Cunha

Cortesia da Editora Arqueiro

A (de)formação de uma nova forma de governar

Sou urbano, nasci e cresci no aço e no concreto da cidade, o campo me é uma incógnita, temor também. Vejo muitos de meus colegas que gostam de passar férias em lugares isolados, no meio do mato e eu pensando em praia. Digo isso porque não consigo entender o porquê de meu fascínio por este universo tão distante de minhas parcas experimentações silvícolas.

O livro Caçadas de vida e de morte (Arqueiro, 400 páginas), de João Gilberto Rodrigues da Cunha, nos remete a um Brasil às portas da República. Um livro agreste e justamente por isso violento e perigoso que tem seus conflitos decididos à bala ou na ponta da faca. Coronéis perdendo espaço, popularidade e influência.

E é nesse contexto que a identidade do povo brasileiro vem se moldando. A transição da Monarquia para a República vem de encontro a interesses mil disfarçados de insatisfação popular ao impedimento de participar das decisões políticas.
18.10.21

Os Demônios de Deus [Alexander Mackenzie]

Alexander Mackenzie

O bem e o mal personificados no divã

E assim começa Os demônios de Deus:
“Todas as vezes que fugir de seu destino, esteja sempre pronto a deparar-se com ele...”

O título é tudo de bom, leria o livro só por causa dele, porém, como se isso não bastasse, ainda escrevo esta resenha debaixo da sensação eufórica do final da leitura. Não costumo fazer isso, espero o livro esfriar na memória para ser imparcial. Mas com este não houve como fazê-lo, tive que escrever rapidamente, no calor do momento.
22.7.21

Cão, Vol. 03 - Série Boudica [Manda Scott]

Manda Scott


A capacidade de suportar a dor

Em Boudica – Livro 1: Águia e Boudica – Livro 2: Touro, temos o desenvolvimento e as angústias dos personagens retratados de forma poética e excepcionalmente trabalhados por Manda Scott, que nos faz adentrar num universo de guerreiros fieis aos seus deuses e costumes.

Voltei à saga de Boudica como quem volta ao aconchego de uma amante. Porém, perceber a personagem invocando seus ancestrais como uma vidente, gerou um pouco de estranheza e desconforto num primeiro momento – logo ela, que é a guerreira brutal dos Icenos, portadora da Vitória apelando para os mortos –, mas acabei me acostumando. Nos volumes anteriores Manda Scott já havia me ganhado com diálogos fortes, incisivos e definitivos. Com este volume ela me alçou ao patamar de fã.
17.6.21

Touro, Vol. 02 - Série Boudica [Manda Scott]

Trilogia Boudica


Sob os augúrios de Touro

Acho que nem preciso dizer o quanto estou gostando desta saga histórica, na resenha de Boudica – Livro 1: Águia, já disse tudo e mais um pouco. Era o livro em que se tem Boudica como personagem principal, a transformação da menina em grande guerreira dos icenos, mas me lembro bem – disse para que todos ficassem de olho no talentoso Bán, meio-irmão de Boudica, que era o personagem que mais me havia encantado. As pesquisas não param, meus olhos brilham por tudo o que leio.
13.5.21

Águia, Vol. 01 - Série Boudica [Manda Scott]

Trilogia Boudica

A fúria de uma guerreira

Ainda me encontro maravilhado pela leitura de Boudica – Livro 1: Águia (Bertrand Brasil, 656 páginas). É difícil encontrar palavras quando assim ficamos. Pesquisei a vida dos Césares romanos e cheguei ao cúmulo de pesquisar em atlas as rotas de viagens comerciais da época, que eram as mesmas utilizadas para a guerra, só para ter um apoio histórico, tamanha a fissura que fiquei. Mas há pouca documentação a respeito de Boudica, que é estudada por especialistas em busca de pistas sobre essa guerreira, cujo exército fez tremer os romanos. A história é sempre contada pelos povos vencedores, portanto tudo fica muito difícil de se provar, já que o nome desta guerreira desapareceu para só retornar no reinado de Elizabeth I, que tentara ligar seu nome a ela, tornando-a um ícone.
8.3.21

O Diabo e Outras Histórias [Liev Tolstói]

Liev Tolstói

Cortesia do Grupo Companhia das Letras
A justiça em decadência

Há tempos desejo me aventurar pela literatura russa que me é uma criatura desconhecida e intimidadora. Quando falamos em literatura russa alguns nomes vêm à mente, entre eles Liev Tolstói, autor de romances densos e famosos tais como "Guerra e paz" e "Anna Kariênina". Então é natural que eu o tenha escolhido para embarcar nesta viagem, porém não quis começar pelo que é mais conhecido e sim por suas narrativas curtas. Optei por O diabo e outras histórias (Companhia das Letras, 192 páginas), que contém cinco contos. Edição primorosa em capa dura, posfácio de Paulo Bezerra explicando a obra e orientando a bela tradução direta do russo por suas três alunas, além de breve biografia do autor e sugestão de leituras.
5.1.21

Com Sangue [Stephen King]

[Stephen King

Cortesia do Grupo Companhia das Letras

Os entraves da escrita

Stephen King pode não ser unanimidade (toda unanimidade é burra já dizia o realista Nelson Rodrigues), pode não ser o melhor escritor do mundo, mas sem dúvida está entre eles. A maneira como ele nos envolve e nos carrega pelas palavras é indescritível.
22.12.20

Um cântico para Leibowitz [Walter M. Miller Jr.]

Walter M. Miller Jr.

Quando a ignorância é benção

Nem sempre nos deparamos com um clássico e nem sempre este corresponde à nossa expectativa. O que dizer de Um cântico para Leibowitz (Aleph, 444 páginas)? Trabalho primoroso da editora, com capa aveludada, dois glossários, um deles contendo expressões em latim bastante utilizadas no livro e tradução impecável. Fisicamente perfeito. Passemos para o texto, vencedor do Prêmio Hugo de 1961 como melhor romance, comparável a “1984” e “Admirável mundo novo”, está além, muito além de minhas expectativas. Walter M.Miller Jr. é simplesmente soberbo. É o mínimo que posso dizer!
4.12.20

O Menino da Ponte [M. R. Carey]

M. R. Carey

Cortesia da Editora Rocco

A reconstrução do mundo

Desde a infecção maciça da humanidade pelo fungo Cordyceps, os sobreviventes que conseguiram se organizar buscam a cura. Aqui vale um corte para explicar o universo distópico pós-apocalíptico criado por M.R.Carey. A ideia tem início em seu livro anterior "A menina que tinha dons". Crianças são mantidas presas em uma base militar a fim de serem estudadas para uma possível cura dos males causados pelo fungo. Por que crianças? Porque algumas delas mesmo infectadas não agem como zumbis, usam a inteligência e podem ser um indicativo de que seu corpo carregue o antídoto para este mal.
21.10.20

A Maldição de Domarö [John Ajvide Lindqvist]

John Ajvide Lindqvist

A perda que mastiga o coração

Tenho por mim que na Suécia deve haver inúmeros escritores excelentes. Mas confesso que eles só começaram a aparecer em meu radar após dois sucessos: a série "Millennium" de Stieg Larsson; o outro é o filme “Deixa ela entrar”, que assisti no original e também a refilmagem idêntica feita pelos americanos, sem tanto brilho. E é nesse ponto que queria chegar. Este filme é baseado em um romance de John Ajvide Lindqvist. Como gostei do filme, a necessidade de ler o romance pintou em doses cavalares logo a seguir.

Por uma concessão do querido amigo Danilo Babosa, que cedeu este livro de sua coleção, deixei de ler “Deixa ela entrar” e encarei A maldição de Domarö (Tordesilhas, 493 páginas), do mesmo Lindqvist. E que pancada levei. A escrita é poética, cheia de sentimentos, trabalhando os meandros, as entrelinhas das personagens e se imiscuindo cuidadosamente no fantástico, como se ele existisse de fato e de direito. Foi comparado a Stephen King pelo Washington Post, mas sua criatividade é puro Clive Barker.
23.9.20

Battle Royale [Koushun Takami]

Koushun Takami

A loucura totalitária

Os que me conhecem sabem, e não é novidade alguma, que sempre tive o livro Battle Royale (Globo Alt, 663 páginas) entre minhas prioridades. E quando temos em mãos um livro tão desejado e esperado chegamos perto da plenitude, é quase como um orgasmo (desculpem-me os puritanos).

E por que todo esse furor? Entre o ano 2000 e 2001, não lembro bem, um colega apareceu em casa com um filme japonês estranhíssimo – “Batoru rowaiaru” – filme completamente diferente de tudo que eu já havia visto. Sanguinolento ao extremo. Fiquei extasiado ali ao final, lembro-me de ter ficado assim em dois filmes, “O exorcista” (depois banalizado em sessões picotadas à tarde) e “Canibal holocausto”. Nenhum se assemelhava no enredo, mas me fizeram ter pesadelos, deram um nó em meu estômago.
21.9.20

A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes [Suzanne Collins]

Suzanne Collins

Cortesia da Editora Rocco
O peso de cada escolha

Antes de iniciar a resenha, quero deixar bem claro que não li a trilogia Jogos Vorazes, mas também não fui totalmente cru a este livro. Logicamente procurei ler um pouco a respeito de Coriolanus Snow, mas nada que me fizesse tecer conceitos ou preconceitos em relação a esta saga.

Em A cantiga dos pássaros e das serpentes (Rocco, 576 páginas) Suzanne Collins traz a juventude do controverso e brutal Coriolanus, a construção da personalidade que justificaria suas ações futuras. Porém, não consegui me conectar ao personagem, por mais que tentasse. Suas ações me pareceram dúbias, mal se encaixando na bipolaridade. Espero que os fãs da saga não me apedrejem.
18.9.20

Sobre a escrita: A arte em memórias [Stephen King]

Sobre a escrita: A arte em memórias

No rastro do mestre

Mais uma vez mergulho com vontade numa leitura do mestre Stephen King. Não tenho pudores em chamá-lo assim. Este não é seu primeiro livro não ficcional, já li também “Dança macabra”, um calhamaço que gostei mais, mas isto não me impediu de saborear este.

Sobre a escrita (Suma, 255 páginas) é um livro sobre “dicas” a escritores iniciantes ou não, a leitores curiosos, mas também é sobre memórias, que nos dá pista sobre como King chegou à “sua” escrita ou o porquê ele “precisa” escrever. Há referências próprias do inglês americano, mas em sua grande maioria o livro pode ser lido e aproveitado em sua totalidade.
24.8.20

Terror a Bordo [Stephen King e Bev Vincent]

Stephen King e Bev Vincent

Estatísticas de voo

Não me apego a estatísticas. Podem me chamar de temente, incrédulo e cético, não tem problema. Sou alguém que tem "medo" e ponto final. Claustrofobia e acrofobia fazem parte de meu dia-a-dia. Não em doses cavalares que me deixem em pânico, mas se houver escolha não entro em lugares apertados e fechados, não chego perto de janelas em prédios muito altos, tenho horror a roda gigante, montanha russa então, para mim, é coisa demoníaca.

Sei que o medo é importante, deixa-nos alerta para situações perigosas, é condição sine qua non para a sobrevivência. Quem diz não sentir medo coloca tudo a perder e digamos que tenha um pezinho na mitomania. Então faço parte daqueles que afirmam categoricamente que sentem "medo".

Isso posto, entremos de corpo inteiro em Terror a bordo (Suma, 288 páginas), livro editado por Bev Vincent e o mestre Stephen King (alguém que além de medroso de carteirinha sabe como nos meter medo também), que nos convida a belos passeios em que o recheio principal é, pasmem, o "medo". Confesso que nunca entrei dentro de um avião e penso que seria como entrar dentro de uma lata estupidamente pesada que alçará voo a alturas estratosféricas unindo meus dois medos em um só. Mas há quem diga (estudiosos e estatísticos) que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe.
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