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6.9.19

Um Crime da Solidão: Reflexões sobre o suicídio [Andrew Solomon]

Cortesia do Grupo Companhia das Letras

Começo dizendo que Um crime da solidão não é para qualquer um, e sendo sincero, nem sei se era para mim. Nada que eu venha a dissertar por aqui, chegará aos pés da amplitude e magnitude do que esta obra de Andrew Solomon apresenta.
19.12.18

Mulheres Que Correm Com Os Lobos [Clarissa Pinkola Estés]

Mulheres Que Correm Com Os Lobos
Ed. Rocco, 2018 - 576 páginas
- "Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Segundo ela, os instintos foram devastados e os ciclos naturais femininos transformados à força em ritmos artificiais para agradar aos outros. Mas sua energia vital pode ser restaurada por escavações "psíquico-arqueológicas" nas ruínas do mundo subterrâneo. Até o ponto em que, emergindo das grossas camadas de condicionamento cultural, apareça a corajosa loba que vive em cada mulher."
9.10.18

O Demônio do Meio-Dia - Uma Anatomia da Depressão [Andrew Solomon]

Ed. Companhia das Letras, 2018 - 584 páginas
- "Lançado em 2000, O demônio do meio-dia continua sendo uma referência sobre a depressão, para leigos e especialistas. Com rara humanidade, sabedoria e erudição, o premiado autor Andrew Solomon convida o leitor a uma jornada sem precedentes pelos meandros de um dos temas mais espinhosos e complexos de nossos dias. Entremeando o relato de sua própria batalha contra a doença com o depoimento de vítimas da depressão e a opinião de especialistas, Solomon desconstrói mitos, explora questões éticas e morais, descreve as medicações disponíveis, a eficácia de tratamentos alternativos e o impacto que a depressão tem nas várias populações demográficas (sejam crianças, homossexuais ou os habitantes da Groenlândia)."
28.12.15

Psicopatas do Cotidiano - Como Reconhecer, Como Conviver, Como Se Proteger [Katia Mecler]

Katia Mecler
Ed. Leya, 2015 - 256 páginas:
      Diz o ditado que de perto ninguém é normal. E, de fato, basta parar um minuto para observar o seu entorno e você vai identificar aquela pessoa que é instável demais, outra que é inflexível demais, outra ainda que é teatral ou insegura ou arrogante ou submissa... Às vezes são apenas características individuais, que não preenchem critérios para diagnóstico psiquiátrico algum, mas outras vezes são comportamentos repetitivos, peculiares e disfuncionais que causam danos físicos e psicológicos às próprias pessoas ou para aquelas que estão ao seu redor. Este livro identifica estes que são os psicopatas do cotidiano e explica em detalhes as características que levam essas pessoas a agirem assim. Para quem tem um deles ao redor, será uma oportunidade única de descobrir mecanismos que ajudem a manter a própria integridade, física ou psicológica, sem abrir mão da convivência 

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O que você primeiro precisa saber é: mesmo que você seja um psicopata, não vai conseguir se identificar lendo este livro, porque estas pessoas não aceitam que tem algum tipo de problema psicológico. Mas o livro, além de bem interessante, ajuda nosso entendimento do assunto e facilita a identificação de pessoas próximas que possam sofrer de um dos transtornos aqui descritos. O simples reconhecimento de um tipo de transtorno numa pessoa de convivência próxima pode acarretar em uma melhoria na qualidade que vida de todos ao seu redor, seja através de tratamento ou simplesmente de aceitação.

A principal dificuldade é identificar os transtornos mentais, pois eles não são como uma doença física, como, por exemplo, a diabetes, onde sabemos claramente sua causa, sintomas, etc... Mas ao se falar das neuroses e das psicopatias (transtornos de personalidades), não é possível estabelecer uma etiologia definida, as pessoas que pertencem a este grupo são assim consideradas porque estão fora da norma sociocultural vigente, não funcionam como deles se espera, incomodam, criam problemas, infringem a lei e os costumes.

O Livro de Katia traça o perfil das psicopatias e fornece subsídio para a completa compreensão do problema, com linguajar simples, ajudando aos que convivem com estas pessoas "especiais", seja na família, no trabalho ou nos grupos sociais.

Os psicopatas do cotidiano são pessoas que convivem entre nós e sofrem de "transtornos específicos da personalidade". Podem com frequência e sem perceber, causar intenso sofrimento a quem convive com elas. Elas não perdem o juízo da realidade ou sofrem com surtos, delírios e alucinações. E não é uma condição necessariamente associada a crimes bárbaros e cruéis. A maneira como interagem com o mundo é que as torna de difícil convivência.

"Eles nos seduzem, manipulam, surpreendem, espantam, assustam, sufocam. Tudo em seu comportamento é exagerado: amor demais, carência demais, desconfiança demais, controle demais, raiva demais."

Para conseguir passar tanto conteúdo em poucas páginas e para um público leigo, Kátia inicia seu livro narrando uma história fictícia do cotidiano. Depois vai analisando as características de cada personagem desta história, enquadrando-os em um dos tipos de transtornos. Também recheia o livro com exemplos de personagens famosos de filmes, o que acaba facilitando a compreensão.

"Numa frase, seu mentor, Mestre Yoda, resume bem o que se passa na mente de um indivíduo com essa natureza: O Medo é o caminho para o lado negro. O medo leva à raiva. A raiva leva ao ódio. O ódio leva ao sofrimento."

Tenho certeza que ao terminar a leitura você já terá reconhecido "alguém" próximo com algum dos traços de transtornos de personalidade aqui descritos.  E a boa notícia é que aprenderá como conviver da melhor maneira com estes indivíduos.


 Cortesia da Editora Leya
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
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12.3.15

O Que Nos Faz Bons ou Maus [Paul Bloom]

Paul-Bloom
Ed. Best Seller, 2014 - 303 páginas:
      Em “O Que Nos Faz Bons ou Maus”, Paul Bloom, importante cientista cognitivo, afirma que um os seres humanos já vêm ao mundo com uma noção de moralidade. Baseando-se em pesquisas inovadoras realizadas na Universidade de Yale, Bloom demonstra que, antes mesmo de poderem falar ou andar, os bebês julgam a bondade e a maldade das ações dos outros, sentem empatia e compaixão, agem para acalmar os que estão angustiados, e têm um senso rudimentar de justiça. Ainda assim, essa moralidade inata apresenta, algumas vezes, trágicas limitações. Reunindo conhecimentos de psicologia, economia comportamental, biologia evolutiva e filosofia, Bloom investiga a forma como aprendemos a superar tais limitações. Brilhante, descomplicado, espirituoso e intelectualmente investigativo.

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A razão que nos diferencia

O livro O que nos faz bons ou maus (BestSeller, 304 páginas) do professor de Psicologia e Ciência Cognitiva da Universidade de Yale, Paul Bloom, chamou-me a atenção logo de cara. Primeiro pela dificuldade de se responder tal questão e segundo por um apetite pessoal pelas questões filosóficas que não me larga nunca.

A grosso modo o livro trata de questões metaéticas e de como a moralidade a qual nascemos transcende a partir de nossa compaixão, imaginação e inteligência dando origem à percepção moral. Ele vai jogando com opostos para nos dar uma visão abrangente e muitas vezes religiosa.

A empatia poderia explicar a doação em vida de um rim para um estranho?
    “...tais atos de altruísmo provam que nossos juízos e ações morais não podem ser totalmente explicados pelas forças da evolução biológica. Eles exigiriam uma explicação teológica.”
Daí nos provoca, pincelando seu oposto – e aquele ser que após ser dispensado pela namorada a persegue e joga ácido em seu rosto?

Diferentes culturas e religiões (partindo do princípio que cada qual acha que a sua religião é a melhor) podem alterar nossa percepção do que seja mau ou bom, como a história de Dario, rei da Pérsia:
    “Ele convocou os gregos que, por acaso estavam presentes em sua corte e perguntou-lhes quanto eles exigiriam para comer os cadáveres de seus pais. Eles responderam, então, que não fariam isso por dinheiro nenhum no mundo. Mais tarde, na presença dos gregos, e através de um intérprete, de modo que pudessem entender o que estava sendo dito, ele perguntou a alguns hindus, de uma tribo chamada callatiae, e que de fato, comiam os cadáveres de seus pais, quanto eles exigiriam para queimá-los. Eles proferiram um grito de horror e proibiram-no de mencionar coisas tão terríveis como essa. Pode-se ver, assim, o que os costumes podem fazer.” 
Entra em cena a “compaixão” (preocupar-se com outra pessoa) e a “empatia” (colocar-se no lugar de outra pessoa) para explicar um pouco o que seja a moralidade:
    “... quando prestamos atenção no modo como os bebês e as crianças pequenas agem, observamos algo a mais. Eles, simplesmente, não se afastam da pessoa que sofre. Eles tentam fazer com que ela se sinta melhor. Os psicólogos do desenvolvimento observaram, há muito tempo, que crianças de 1 ano de idade costumam dar tapinhas e passar a mão nas costas de outras que parecem estar angustiadas...”
Logicamente isso não acontece com crianças muito pequenas e nem com tanta frequência, mas acontece e não há uma explicação lógica a não ser uma certa moralidade inata. Isso me tocou, me emocionou, pois tenho dois filhos e já os flagrei fazendo a mesma coisa comigo, como se percebessem a angústia que estava passando no momento.

Mas como explicar o prazer que sentimos quando uma pessoa má está em apuros – oba, ela se ferrou, vai sentir na pele o quanto é ruim atazanar os outros. Torcemos pela punição, para que haja equilíbrio na balança. Isso nos faz pessoas ruins?

Ou a percepção das atrocidades em tempos de guerra – você vê aquilo todos os dias, acaba se acostumando. Não precisamos ir tão longe, num hospital médicos e enfermeiros estão alheios ao sofrimento, estão anestesiados. Isso faz deles pessoas sem coração? Ou pior ainda, passamos por desabrigados e muitas vezes fugimos deles, mudamos de calçada, fingimos não vê-los.

Sempre fui um observador (talvez por ter sido professor e gostar de ir ao intervalo junto com os alunos) da “inocência cruel” das crianças, no sadismo praticado ao apelidar os colegas que usavam óculos ou que eram mais cheiinhos:
    “As crianças pequenas são altamente agressivas; na verdade se medirmos a taxa de violência física ao longo do ciclo de vida, seu maior pico será em torno dos 2 anos de idade. As famílias sobrevivem aos Terríveis Dois Anos porque as crianças pequenas não são fortes o suficiente para matar com as próprias mãos nem capazes de manusear armas letais. Uma criança de 2 anos com capacidades físicas de um adulto seria apavorante.”
Devemos então nos indignar. Alguns filósofos como Jesse Prinz, consideram a indignação uma característica mais importante para a o moralidade do que a empatia e a compaixão:
    “Se fôssemos sempre gentis uns com os outros, a questão da punição nunca surgiria. Mas, como assinalou, certa vez, o antropólogo Robert Ardrey: ‘Nascemos de macacos bípedes, e não de anjos caídos’. Alguns se sentem tentados a enganar, a matar e a sucumbir a impulsos egoístas, e para que possamos sobreviver na presença destes indivíduos, precisamos fazer com que este mau comportamento custe caro.”
Mas isso não seria uma espécie de “vingança”? A filósofa Paumela Hieronymi diz que a vingança restitui o “status” anterior:
    “Um erro passado cometido contra nós... sem um pedido de desculpas, uma expiação, uma retribuição, uma punição... ou qualquer outra coisa que possa reconhecê-lo como um erro, é uma espécie de alegação. Ele atesta, com efeito, que podemos ser tratados desta forma, e que tal tratamento é aceitável”.
Daí me vem à mente a Lei do Gerson, a máxima de se levar vantagem em tudo. Caso você não se enquadrar ou for politicamente correto você é taxado de otário.

Não nos esqueçamos da “aversão”, e um exemplo típico é dado por Primo Levi, que conta como os nazistas negavam aos prisioneiros judeus o acesso aos toaletes, e o efeito que isso provocou:
    “Os SS da escolta não escondiam seu divertimento ao ver homens e mulheres agacharem-se onde podiam, nas plataformas, no meio dos trilhos; e os passageiros alemães exprimiam abertamente a sua aversão: gente como essa merece o seu destino, basta ver como se comportam.”
E aqueles, que ao contrário, resolveram questionar o totalitarismo do Estado, arriscaram a vida para salvar seu semelhante, como Schindler:
    “Como observou Aristóteles, um dos traços dos indivíduos virtuosos é que eles aspiram transformar um bom comportamento racional em um hábito involuntário, e, assim, se tornar aquele tipo de pessoa que faz a coisa certa sem nunca ter que pensar sobre isso.”
Então como devemos agir? Há uma regra de ouro, expressa por várias personalidades e que eu tento seguir incansavelmente:
    “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.” (Cristo) 
    “Não faças a teu próximo o que te é detestável. Esta é toda a Torá, o resto é comentário.” (rabino Hillel) 
    “O bem de um indivíduo qualquer não tem mais importância, sob o ponto de vista do universo, do que o bem de qualquer outro indivíduo.” (Henry Sidgwick)
Resumindo: “não faço a alguém o que não gostaria que fizessem comigo”. Isso funciona, mas não é tão simples assim segui-lo. O que se deve ficar claro é que não devemos ser escravos de nossas paixões pelo simples fato de termos a capacidade de raciocinar. E esta é uma grande vantagem.

No final da leitura deste livro eu tinha tantas anotações e indagações que ficou difícil escolher a melhor maneira de transmitir minhas sensações. Espero ter conseguido despertá-los. Não é uma leitura agradável como um romance cheio de reviravoltas, mas é elucidativo ou no mínimo estimulante. Necessário para nos conhecermos melhor. Livro altamente recomendado para reflexão.


Cortesia da Editora Record

Ciumento por natureza, descobri-me por amor aos livros, então os tenho em alta conta. Revelam aquilo que está soterrado em meu subconsciente e por isso o escorpiano em mim vive em constante penitência, sem jamais se dar por vencido. Culpa dos livros!

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