Um Amor Para Lady Johanna de Julie Garwood não é um romance de época, pois se passa no século XIII, por isso classifico-o como um romance medieval. De qualquer forma, tem todas as boas características de um romance de época. Tenho certeza absoluta que os amantes do gênero vão se apaixonar pelo livro.
Primeiro porque Lady Johanna é uma personagem feminina muito bem construída, como boa filha que é, casou-se muito novinha com o homem que seu pai lhe arranjou, como era o costume da época, e mesmo depois que descobriu que seu marido era um homem cruel e perverso com todos a sua volta e principalmente com ela, nunca reclamou para seu pai nem ao seu irmão. Com a morte súbita deste infeliz, Johanna pensou que estaria enfim livre para seguir com sua vida.
"- Devo rezar - ela sussurrou. - Meu marido está morto. Devo rezar.
Fechou os olhos, juntou as mãos e finalmente começou sua prece. Era uma litania simples e direta, que vinha de seu coração.
- Graças a Deus. Graças a Deus. Graças a Deus."
Até que novamente se vê forçada a se casar com outro homem que nunca viu antes. Desta vez foi seu irmão que arranjou o casamento, pois naquela época, uma mulher não podia administrar sozinha a herança deixada pelo marido. Contudo, seu novo marido não era um Lord Inglês e sim um rude escocês das Terras Altas. Como os escoceses eram inimigos dos ingleses, nenhum dos dois ficou feliz com o arranjo, mas Johanna não tinha muita escolha, e MacBain, seu futuro marido, precisa se casar com ela para ficar finalmente com as terras que pertenciam por direito ao seu clã.
"MacBain se elevava acima de seus soldados. Era um homem gigante, feroz na aparência e no temperamento. Ele parecia mau. Até sua postura era contundente."
Depois de tudo que passou nas mãos de seu primeiro marido, a robustez de MacBain não foi bem vista por Johanna, mesmo sendo ele um belo escocês. Mas ela não fugiu de sua obrigação, portanto dessa vez prometeu a si mesma que não deixaria que ele a machucasse.
Os primeiros meses foram longos para Johanna, MacBain era impiedoso, teimoso, inflexível e irracional, e estas eram suas melhores qualidades. Ele tratava Johanna como uma inválida. E quando ela protestava, ele não a ouvia. E o lugar onde moravam também não ajudava em nada a amenizar os problemas conjugais, as mulheres não gostavam dela, por ser inglesa, e os homens não tinham bons modos, eram rudes e faziam barulhos horrorosos durante o jantar.
"- A maioria dos elogios não são feitos com um berro, milorde. Essa deve ter sido a razão de eu não ter compreendido."
Acontece que MacBain é um homem prático e rude, sem floreios, mas honrado, que protege e cuida das necessidades de seu clã. Inicialmente ele se espanta com a beleza de Johanna e acredita que ela não vai durar muito nas Terras Altas, já que é bem franzina, então tenta protege-la a seu modo, pois é um guerreiro e não muito habilidoso no trato com as mulheres.
Contudo, quando os dois vão realmente se conhecendo, Johanna percebe que pode confiar sua vida a este rude guerreiro e MacBain descobre que sua linda mulher, mesmo pequena em estatura é forte e muito inteligente.
Julie Garwood é uma grande romancista, ela desenvolve sua história em meio ao cotidiano do clã, criando muitos personagens interessantes envoltos em diálogos cheios de humor, o que torna a leitura deliciosa enquanto a trama é conduzida ao seu ápice, com a descoberta de um segredo que coloca a vida de Johanna em perigo.
Fiquei triste quando o livro acabou, pois queria continuar um pouco mais no século XIII junto à encantadora Johanna e ao apaixonante MacBain (O que será que estes homens de kilt tem?).