Estatísticas de voo
Não me apego a estatísticas. Podem me chamar de temente, incrédulo e cético, não tem problema. Sou alguém que tem "medo" e ponto final. Claustrofobia e acrofobia fazem parte de meu dia-a-dia. Não em doses cavalares que me deixem em pânico, mas se houver escolha não entro em lugares apertados e fechados, não chego perto de janelas em prédios muito altos, tenho horror a roda gigante, montanha russa então, para mim, é coisa demoníaca.
Sei que o medo é importante, deixa-nos alerta para situações perigosas, é condição
sine qua non para a sobrevivência. Quem diz não sentir medo coloca tudo a perder e digamos que tenha um pezinho na mitomania. Então faço parte daqueles que afirmam categoricamente que sentem "medo".
Isso posto, entremos de corpo inteiro em
Terror a bordo (
Suma, 288 páginas), livro editado por Bev Vincent e o mestre Stephen King (alguém que além de medroso de carteirinha sabe como nos meter medo também), que nos convida a belos passeios em que o recheio principal é, pasmem, o "medo". Confesso que nunca entrei dentro de um avião e penso que seria como entrar dentro de uma lata estupidamente pesada que alçará voo a alturas estratosféricas unindo meus dois medos em um só. Mas há quem diga (estudiosos e estatísticos) que o avião é o meio de transporte mais seguro que existe.