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Ed. Landscape, 1979 – 479 páginas:
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Acabei de ler este livro que sempre tive vontade. Não me arrependi. O livro é maravilhoso, apesar de muitas vezes ser cansativo e exigir uma busca pelo "São Google". O livro é a edição mais nova, lançada pela Landscape, em 2006, com muito capricho. Já havia visto em sebos em capa mole e papel jornal. Espero que o pessoal se interesse por ele e desde já indico pra ti que gosta de viagens diferentes. - Rodolfo Luiz Euflauzino
A seção Recomendado pelo Leitor foi criada para melhorar a troca de informações sobre livros e aqui posto a resenha realizada por um Leitor participante do blog. Publico exatamente o que enviam, sem alterações. Participe Também!
Quem Indicou: Rodolfo Luiz Euflauzino
Nota:

Opinião: Acho que este é um livro para poucos, talvez até perigoso. Trevanian é um autor estranhíssimo, pouco conhecido, um eremita. Alguém aqui já ouviu falar dele? Pois é, mal se encontram fotografias. Este é o pseudônimo de Rodney William Whitaker, avesso à impressa só concedia entrevistas por telefone. Falecido em 2005, é autor de "O verão de Katya" (sucesso no extinto Clube do Livro). Incitado a escrever um livro policial de espionagem, o autor não se limita ao célebre "quem é o espião?" e escreve "o livro" de espionagem, cheio de referências cruzadas. "Shibumi" é um marco e não há tradução para este vocábulo, é algo como "a percepção da simplicidade da beleza das coisas imperfeitas", próximo ao nirvana budista, uma iluminação. Pelo título já da para perceber o vespeiro em que estamos nos metendo. Através de um chauvinismo cáustico, Trevanian detona o capitalismo americano e a maioria dos países europeus. Também trata o mundo árabe de forma caricata e isso chega a incomodar. Por outro lado o livro é ágil e com reviravoltas espetaculares que mantém nossa atenção até o final. Existem passagens angustiantes e outras de rara beleza, com fortes pitadas de erotismo, porém nunca de forma apelativa. Enfim, é um livro que nos força a uma reflexão sobre o motivo de nossa existência. E cito aqui um momento mori presente no livro: "cada hora fere, a última mata".
Porque indicou: Porque é um best-seller arrasa quarteirão, com mais de dois milhões de livros vendidos. Apesar disso é um livro de difícil assimilação.
Pontos positivos: Um livro de espionagem diferente, cheio de recursos inusitados, que nos faz pensar a respeito da educação oriental, um mundo completamente diverso do nosso. Cheio de notas do tradutor, a edição da editora Landscape é primorosa.
Pontos negativos: Existem trechos enormes sobre espeleologia que fazem com que um leitor desacostumado (quase todos) fique um pouco sonolento.
Público: Voltado ao público adulto, forte conteúdo filosófico e psicológico.
Sinopse:
Nicholai Hel é filho de uma aristocrata russa e um alemão. Homem sem pátria é criado por um japonês e fica aos cuidados de um mestre de Go (jogo oriental). Hel aprende com tudo e por tudo o que passou. Sobrevivente da Segunda Guerra, como uma fênix, ressurge como um amante habilidoso, poderoso assassino de aluguel, temido por nações e organizações. Versado em várias línguas e culturas, Hel é o que podemos chamar de gênio ou místico. Vivendo isolado numa fortaleza em terras bascas, em companhia de sua amante, é arrastado ao mundo da espionagem contra sua vontade por uma estranha garota que lhe pede auxílio. De caçador torna-se caça de uma organização internacional sem escrúpulos conhecida apenas como Companhia-mãe. A guerra está declarada: de um lado o poder sem limites, a corrupção, a vingança, e do outro o "shibumi". Confesso nunca ter lido um livro dessa natureza, não tem nada a ver com os livros de espionagem de John Le Carré, os quais estou acostumado. Deixo pra vocês o que está escrito na capa: "Ele foi treinado para ser o melhor e agora todos o querem morto".