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4.12.17

Homem Comum [Philip Roth]

Homem Comum
Ed. Companhia De Bolso, 2017 - 128 páginas
- "Em “Homem comum”, Philip Roth explora o tema da perda, do arrependimento e do estoicismo ao voltar sua atenção para a luta de um homem contra a mortalidade. Acompanhamos o destino do protagonista a partir de seu primeiro confronto com a morte, nas praias idílicas dos verões da infância, passando pelos conflitos e pelas realizações da idade adulta, até a velhice, quando ele fica dilacerado ao constatar a deterioração de seus contemporâneos e dele próprio. Artista comercial de sucesso, ele tem dois filhos do primeiro casamento, que o desprezam, e uma filha do segundo casamento, que o adora. É amado pelo irmão e é também um ex-marido solitário, tendo destroçado seus três casamentos. No final, é um homem que se transformou naquilo que não quer ser."

Onde comprar:

“A velhice não é uma batalha, a velhice é um massacre.”

Adoro a escrita de Philip Roth, para mim um dos melhores autores contemporâneos, premiado com o Pulitzer, o National Book Award, dentre outros. Porém, longe de prestigiá-lo por conta das estrelas que ostenta, o que me aproxima de sua obra é o autoencontro que vivem seus personagens, as profundas reflexões que trazem em suas histórias de vida. E hoje trouxe HOMEM COMUM, livro que examina nossa condição diante da morte.

A história começa no funeral do protagonista, que não tem nome. Algumas pessoas ali estão por pura obrigação, outras por envolvimento. Ele teve três casamentos, que lhe deram três filhos, dos quais só com a filha mais nova, Nancy, consegue se relacionar bem. Fechando com a morte do personagem principal, a história percorre a vida através das memórias, terreno fértil para um balanço onde pairam remorsos, frustrações e mágoas.

“(...) quando a gente é jovem, é o exterior do corpo que é importante, a aparência externa. Quando envelhecemos, é o que está dentro que importa, e as pessoas não ligam mais para a aparência."

Ele sentia um misto de admiração e inveja pelo irmão mais velho, Howie, pela saúde abundante que este sempre apresentou, ao contrário das enfermidades que várias vezes o levaram às salas de cirurgia. De certa forma esse conflito os afastou, fortalecendo ainda mais sua solidão. Foi um profissional bem sucedido, alimentou o sonho de se tornar pintor, tinha uma queda fácil pelas mulheres, mas dificuldade em estabelecer relações sólidas.

Este homem qualquer tem o pensamento usual de tantas pessoas, quando a velhice torna-se um peso, com suas perdas inevitáveis – físicas e emocionais -, uma fonte de transtornos. Outro elemento ligado a este momento, bem vivo no texto, é a solidão, continuamente experimentada ao longo de uma vida de vínculos dissolvidos por medo, angústias e não realizações. É um morrer a cada página, a cada dia, consumado no ato final que abre e fecha o livro: o enterro, um decreto do fim. Temos um personagem amargurado, vítima de suas paixões e fantasmas.

"Porém agora lhe parecia que ele, como tantos outros idosos, estava vivendo um processo de diminuição progressiva, e seria obrigado a encarar os dias que lhe restavam tal como via a si próprio - dias vazios, noites incertas, suportando com impotência a deterioração física e a melancolia terminal e a espera, a espera por nada. É assim que é, pensou ele, é isso que você não tinha como saber."

Acredito que boa parte dos leitores do blog, pela juventude e toda uma vida à frente, ainda não se inquiete com a velhice e a finitude. Talvez o livro tenha mais brilho para os que chegaram aos 40, metade da vida já percorrida, quando os balanços são mais recorrentes. A mim, que sempre tive uma alma velha mesmo, estes temas sempre foram irresistíveis.

"Tudo seria diferente, ele se perguntava, se tivesse sido diferente e feito tudo de modo diferente? Agora eu estaria menos só? Claro que sim! Mas o que eu fiz foi isso! Estou com setenta e um anos, e este é o homem que fiz de mim. Foi isso que fiz para chegar aonde cheguei, e estamos conversados!"

Quem é o homem comum? Sou eu, é você, agora ou mais tarde. Seremos esse alguém que se questiona, que pode frear diante das desilusões ou aprender com elas, que deveria se sentir encorajado a corrigir erros vividos. Que retoma relações, desfaz más impressões, dilui mágoas. Ou assume seu orgulho e segue em frente, sabe-se lá em que pé estaremos no fim? Acredito que a idade traga mais leveza e torne os problemas menos importantes ou graves, se assim soubermos aproveitar suas lições. O que vai importar mesmo nos últimos dias? Aprenderemos com o tempo, a sabedoria virá dessa construção, do autoconhecimento, da libertação de conceitos?

O que mais fica deste texto sobre a finitude é o poder que literatura tem de nos ajudar a compor nossa própria história ao nos colocar sob a perspectiva de um personagem. Proeza que grandes autores, como Roth, conseguem: fazer emergir da dor e da indagação o autoencontro.

Link do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/livro/3570ED657257


Manu Hitz
Cearense, fisioterapeuta e mãe. “Eu não tenho o hábito da leitura. Eu tenho a paixão da leitura. O livro sempre foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer. Leio com alegria.” Ariano Suassuna.
Cortesia do Grupo Companhia das Letras
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30 comentários em "Homem Comum [Philip Roth]"

  1. Eu já passei bem dos 40 e fiquei encantada com tudo que li acima! Aliás, li uma resenha estes dias O Maravilhoso Bistrô Francês e já tinha ficado muito animada em saber a idade da protagonista e hoje me deparo com este livro, que trata não somente a idade,mas esse medinho da morte que nos ronda o tempo todo.
    Somos todos comuns, até que seja provado o contrário!
    O livro vai para a lista de desejados com certeza!
    Beijo

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    1. Que comentário mais precioso, meu bem! Assim como eu, vc percorreu metade da estrada (tomara que seja mais longa),e sabe que os balanços são inevitáveis. Esse medo que nos ocorre ocasionalmente, na terceira idade é algo presente e ameaçador. Que bom que gostou, tem outro livro dele que tb trata disso, mas ele se refere ao pai já octogenário e cheio de perdas - Patrimônio. Leia! Obrigada por estar aqui!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. cara Manuh, este é outro daqueles assuntos que me interessam profundamente: a velhice. talvez porque estejamos no momento da vida em que colocamos tudo na balança, pesando o que somos e o que deveríamos ter sido e não fomos por circunstâncias diversas. é a hora em que constatamos tristemente que a vida passou célere e continuamos correndo atrás de alguma coisa que não conseguimos identificar. não temos a ingenuidade da criança e nem a sabedoria dos velhos, estamos no limbo.
    outra questão é a solidão. este ser que nos devora... é o estar sozinho no meio da multidão. a solidão não me apavora, não agora, mas temo que com o tempo ela irá me mastigar devagarinho e começo a me preparar para a tal deglutição em que serei a refeição. e por que isso? porque não nascemos para vivermos só, é simples assim. mas me recuso a pensar nela como o trecho que você citou: "é assim que é". pode até ser, mas lutarei até o fim para que não o seja, para que eu possa desfrutar das coisas na solidão ou na velhice.
    tento corrigir meus erros, outros ainda pratico envergonhadamente como um poema de leminski: "nunca cometo o mesmo erro duas vezes já cometo duas três quatro cinco seis até esse erro aprender que só o erro tem vez". essa moralidade dúbia que carrego em mim me faz pensar que Roth deveria entrar rapidamente para minha listinha de futuras leituras.
    no momento continuo só indagação, serei um dia autoconhecimento e autocontrole. ótima dica, resenha gostosa de se ler. bjos

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    1. Meu amigo, este comentário merece um longo comentário, rs, mas aqui serei breve. Estes temas que vc citou são quase munições nas mãos de Roth (ou são mesmo, pq me atingem e às vezes fico mal). Gosto demais dele. Convivo com a velhice diariamente e recebo lições valiosas. Constato tb que na maioria das vezes não amadurecemos, apenas envelhecemos, o ser vibrante continua lá, ainda com suas inconsequencias...
      Leia Roth. Patrimônio é uma pancada tb, pq fala do pai. Homens se identificarão bem com as questões do autor, a leitura de Roth vai doer também.
      Obrigada pela presença sempre atenciosa.

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    2. querida Manuh, já havia pegado a indicação da Keila Cavalcante, agora pego outra indicação sua. que maravilha podermos trocar figurinhas sobre temas tão diversos. tenho alguns medos, muitos deles ligados à privação dos sentidos. agora, ainda não consigo enxergar muito bem a "dependência", afinal de contas meus parentes mais próximos, uma geração acima da minha ainda vivem bem e sozinhos, ouso dizer que preferem que assim seja, não gostam de se perceberem dependentes, mas um dia a conta chega pra todo mundo né? temos o tempo e as leituras para nos prepararmos. e também os amigos para discutirmos até não poder mais, rs. suas leituras sempre me atiçam a curiosidade, me estimulam.

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  4. Manu, minha querida amiga, não poderia deixar de comentar sua resenha inspiradora sobre um livro tão instigante. Acredito que assim como você tenho "alma velha", sou um espírito antigo tentando evoluir, rs. Essas indagações e reflexões que permeiam a escrita de Roth sempre me acompanharam, lembro-me quando ainda adolescente como eu pensava sobre a vida e a morte e o porquê de tantas situações, decisões e escolhas que tomamos e como seria diferente... se! E agora que passei dos quarenta a coisa só potencializou. rs.
    Esse tipo de leitura com personagens humanos em toda sua complexidade são os que mais me cativam, nunca li nada do autor, mas tenho ótimas indicações e esse já está na minha lista, junto com " A marca humana", me recomendaram com prioridade a leitura desse livro, conhece? Um forte abraço! :)

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    1. Keila, queridíssima, somos velhas há muuuuuito tempo, haha, estamos mais acostumadas a esses mergulhos nas profundezas da alma! Como saímos melhores deles, embora por vezes com escoriações e até feridas! Crescer dói, envelhecer dói.
      Ainda não li A marca humana, já que vc citou colocarei como próximo Roth. Indiquei nos comentários acima Patrimônio, para quem tem pai idoso é bem amargo, mas muito bonito.
      Obrigada pela presença cheia de luz! Bj

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  5. Oi Manu, esse parece ser um livro a ser apreciado calmamente pra que toda aprendizado que ele carrega possa ser absorvido. Achei sua resenha muito bem escrita e acho que já entramos no clima do livro através dos questionamentos que vc levantou ao longo dela. Ainda não tive a oportunidade de conhecer a escrita do autor mas também considero uma grande proeza o autor conseguir fazer o leitor se ver na perspectiva do personagem, o que torna a história ainda mais interessante. Ótima resenha ;)

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    1. Sim, Lili, é por vezes indigesto. São boas reflexões. Não quero chegar lá e olhar para trás com amargura. Acho que por isso leio Roth... Obrigada, querida!

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  6. Manu!
    Tenho 52 anos e talvez o livro seja para mim, embora não pense nem tão cedo na nossa finitude...kkkkkk Agora de qualquer forma, é bom refletirmos sobre nossa vida e morte. Nós não temos o costume de deixar as coisas planejadas para o caso de irmos de maneira precoce e deveríamos pensar mais sobre isso, porque a única certeza que temos é que iremos, ninguém sabe é a hora.
    DEvemos aproveitar nossa vida com mais intensidade e a cada momento, ninguém sabe o dia de amanhã, concorda?
    Adorei como sempre sua resenha, mas senti que ficou um tanto assustada e/ou reflexiva?!...
    Que dezembro seja repleto de realizações e a semana cheia de luz e paz!
    “Dentre os mais dignos predicados de um homem está o de saber dizer a verdade.” (Renato Kehl)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

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    1. Oi, Rudy! essas questões vão nos rondar a qualquer hora... Não fiquei assustada não, hahaha, mas reflexiva sempre! Eu adoro Roth, então ele me pega no que mais gosto: pensar sobre questões humanas. Beijão

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  7. Oi Manu!!
    Sempre me pego pensando na velhice, olho no espelho e me pego flando: Nossa vc tá envelhecendo heim minha filha...
    3o anos pode até ser nova (ainda) mas qdo penso em todos os anos que já vivi e qtas coisas já vivenciei... Me bate aquela nostalgia, aquele medo do que o futuro me reserva...A velhice chega e não tem jeito...
    Eu adorei conhecer o livro, vai pra minha listinha!
    Bjs!

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    1. Que bom, Aline, fico feliz que tenha gostado. é inevitável envelhecer, então tenhamos fé e façamos nossa parte. Bj

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  8. Olá, não conheço a escrita do autor, mas pela resenha vejo que o mesmo possui uma característica atípica que chama bastante atenção. Roth não se prolonga muito na caracterização dos personagens, mas sim em atingir o leitor com o tema da obra, aqui permeada com a consciência de que a cada segundo a vida se esvai. Beijos.

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    1. Alison, na verdade ele aborda questões profundas e duras, e seus personagens são ricos.

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  9. Olá Manu! Só pela sinopse percebemos que esse é um livro bem profundo. O clima fúnebre que rodeia a história os instiga a pensar e refletir sobre a vida e sobre a morte, me lembrei de Memórias Póstumas de Brás Cubas pelo fata de a historia começar com o funeral do protagonista. Ao longo da resenha desenvolvi empatia pelo personagem principal dessa história. Não consigo nem imaginar a tristeza que deve ser envelhecer sozinho e infeliz. Beijos

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  10. Velhice é algo que penso sobre bastante, sou do tipo que gosta de levar em consideração tudo, então só viver cada dia pensando que a minha juventude será infinita nunca passa pela minha cabeça então esse tipo de livro e tema me interessa bastante. Toda a reflexão do que foi feito, se as coisas poderiam ser diferentes, uma retrospectiva, me parece o tipo de leitura que me prenderia de um jeito bem único e especial, sou do tipo bem nostálgica haha. Esse definitivamente vai para a lista!

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  11. Oi, Manu!
    Não li nada do Philip Roth, é que histórias sobre autoencontro não faz o meu estilo, por isso não fiquei interessada na trama de Homem comum, apesar de achar bem interessante o protagonista não ter nome na história...
    Abraços.

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  12. Oi Manu.
    Eu ainda não tive a oportunidade de ler nada do autor, todavia confesso que achei essa premissa muito interessante, eu adoro que o autor nos faz refletir sobre a vida e tem todo esse auto descobrimento, normalmente eu não leio livros com esse tipo de premissa, mas essa é uma leitura que tenho toda a certeza que farei.
    Bjs.

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  13. Oi, Manuh!!
    Gostei muito da resenha,não tive a oportunidade de ler nada do Philip Roth. Mas sem dúvida o livro é muito importante, pois que quera quer não vamos todos envelhecer, e muito infelizmente não vão chegar a envelhecer... Então em caro esse processo como algo natural que todos nós vamos passar.
    Bjoss

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  14. Oi, Manu. Confesso que não gosto de livros reflexivos ou algo do tipo, pois não acho que eles mudem a forma de eu ver e viver a minha vida. Não penso muito na velhice, pelo menos não muito, pois não sei se vou chegar até lá, viver os momentos da velhice. Tenho, sim, medo da morte, mas isso é algo que eu tô tentando não me preocupar tanto, apenas viver o agora. Conheço o autor, mas nunca li nenhuma de suas obras!

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  15. Olá! Como uma leitora que está chegando aos trinta, também já comecei a me preocupar com as questões de velhice e finitude, para mim, essa foi uma leitura rápida, mas que deixou uma impressão muito profunda, com algumas reflexões da vida antes da morte, os diálogos do livro são muito realistas, e a história é revelada de uma maneira que me manteve virando as páginas e desejando que houvesse mais depois do fim.

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  16. adoro esses livros em que a gente consegue sentir a essência do personagem e se imagina em seu lugar,o que será que as pessoas iram pensar quando eu partir?

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  17. É um livro que nos leva a refletir sobre a idade e o que temos feito da nossa vida e que a velhice chega para todos, parece ser triste divido a vida do personagem, que não teve bons momentos vividos, ou por culpa dele ou do destino, achei estranho o personagem não ter nome rs.

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  18. Olá!
    Um livro que nós faz refletir sobre a idade e sobre a vida, em tudo aquelo que fizemos se realmente valeu a pena, se foi bom e são coisas que paramos para refletir e isso e muito bom, gostei muito do livro e fiquei bem curiosa por ele.

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  19. Ainda não li nem um livro do autor Philip Roth, mas acabei ficando bem curiosa para ler este livro, após ler sua resenha, apesar de eu ser jovem, o tema do livro despertou meu interesse, acho que o livro trás uma reflexão sobre a vida, parece sem dúvidas ser um ótimo livro, então adicionei Homem Comum em minha lista de leituras.

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  20. Oi Manu,
    Gosto de livros que instigam a reflexão, bom ver a resenha do Homem Comum por aqui, não me recordo de ter visto essa obra antes.
    Poético como você trouxe a solidão abordada nessa leitura,os vínculos dissolvidos...

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  21. Meu primeiro contato com Roth e foi amor à primeira vista, ou leitura, literalmente falando. Chorei no começo do livro. Toda a descrição do enterro, a visão do morto pelas palavras dos familiares, me fizeram querer, e muito, mudar certas coisas da minha vida, certos relacionamentos. Ao passar as páginas, fui me perdendo, me confundindo com o Homem Comum e esquecendo mesmo quem sou.

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  22. Oi Manu ;)
    Nunca li nada do autor, mas confesso que essa premissa e sua resenha me deixaram bem interessada para conhecer a obra. Adoro livros com personagens reais, que mostram que esses personagens tem problemas como nós temos, em nosso dia a dia.
    Apesar de eu não ter chegado ainda aos 40, sinto que tenho uma alma velha também haha e espero gostar tanto da história como você, o livro já foi para minha lista S2
    Bjos e obrigada pela indicação!

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