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10.2.22

Stephen King - A Biografia: Coração Assombrado [Lisa Rogak]

Lisa Rogak

Escritor de mágoas?

Não gosto muito de biografia de pessoas vivas, me parecem sempre “chapa branca” (um cara que foi viciado em álcool e drogas deve ter cometido alguns desatinos e não os encontrei no livro), mas e daí? É um livro falando sobre King e todo fã quer saber um pouco mais sobre seu ídolo, se possível o que toma no café da manhã ou qual enxaguante bucal utiliza (que sei, é Listerine, rs).

No livro Stephen King: A biografia – Coração assombrado (Darkside, 320 páginas), Lisa Rogak procura explicar como o mestre se tornou reverenciado por fãs e críticos. Seus medos, seus desafios, seu sucesso. Em minha modesta opinião não foi merecedor do “Prêmio Edgard Allan Poe” de melhor biografia.

Título: Stephen King - A Biografia: Coração Assombrado
Autor: Lisa Rogak
Tradutor: Cláudia Guimarães
Editora: Darkside
Gênero: Biografias dos Autores
Páginas: 320
Edição:
Ano: 2017
Onde comprar: Amazon

É um livro bom, mas há frases repetidas, muitas vezes à exaustão, isso me tira do sério. Provavelmente a fama do biografado pesou bastante na hora da escolha. Já perceberam como o nome Stephen King sempre vem maior que o título do livro? Virou uma grife e isso acontece raramente com autores. Basta estampá-lo e a mágica acontece – sucesso!

Em tenra idade já era possível perceber que criatividade não haveria de lhe faltar. Veja sua resposta a um amigo de escola:

“Era difícil não ver Steve (King). ‘Ele era o maior garoto da turma... Lembro-me de vê-lo caminhar pelo corredor entre as carteiras, e perguntei-lhe quantos anos tinha, já que ele parecia muito mais velho que nós. Ele me olhou de cima e falou: ‘Tenho idade o bastante para me comportar, mas sou novo demais para me importar com isso”

King sempre se pautou pela luta de sua mãe diante das adversidades da vida. Ao ver o garoto se arrumando na frente do espelho martela o conselho:

“Dentro de nossas roupas, estamos todos nus. Nunca se esqueça disso.”

O que King quer de sua escrita, o que quer atingir?

“Sempre busquei machucar o leitor e, ao mesmo tempo, diverti-lo. Acho que um livro deve ser uma coisa realmente viva e perigosa, em várias maneiras.”

Sobre o dinheiro, ele dá uma lição. Sempre pensei assim com relação à vida e não só ao dinheiro, você pode fazer qualquer coisa, desde não fira ninguém com isso:

“Como objetivo de vida, ficar rico me parece totalmente ridículo. A meta é fazer aquilo para que Deus nos criou para fazer e não ferir ninguém se você puder evitar.”

E ele venceu, é claro. Se feriu alguém não saberei responder e isso também não está lá no livro. Agora, não podemos deixar de citar quem realmente lhe ajudou a chegar onde chegou – sua companheira de batalhas Tabitha (sua esposa e também escritora) nunca o deixou esmorecer, tem um conhecimento arguto sobre a personalidade do mestre e ele a define assim:

“Penso na minha esposa como alguém que tem um baralho de 52 cartas. Se você me perguntar quantas ela está me mostrando, eu não saberia dizer. Somos tão próximos um do outro como duas pessoas podem ser, mas ninguém nunca pode ter certeza sobre o quanto conhece ou não de outra pessoa.”

No início de sua carreira lutou ferozmente contra os preconceituosos de plantão, aqueles que se arvoram no direito de dizer o que é alta literatura e o que não é. Sempre que isso acontece me pergunto: será que Rubem Fonseca, um perito na arte de dissecar a alma humana, nunca será reconhecido como um mestre que é?

“Há uma postura de que qualquer um que alcance uma audiência ampla e popular está fazendo porcaria... Você tem esses dois lugares: alta literatura e ficção popular. No meio está este enorme rio de mal-entendidos...”

Discussões como essa fazem parte da obra, mas o que realmente me deixa salivando são os gatilhos que fazem com que King inicie uma história, ou os capítulos que não foram pra versão final de um livro por serem muito pesados. A ideia sobre o final de Angústia é a única coisa que irei realmente abrir do livro, pelo quão chocante visualmente é:

“Annie Wilkes planejava assassinar Paul Sheldon, dá-lo como comida para seu porco – batizado de Misery em homenagem à heroína dos livros de Paul – e usar sua pele para encadernar o livro que ele escrevera para ela. O título original? A primeira Edição de Annie Wilkes.”

Todos irão perceber que o autor foi moldado pela mágoa, principalmente do abandono de seu pai. Se hoje o mestre nos assusta tanto, isso se dá graças a seus próprios traumas e medos. Por outro lado, sua vida como docente o colocou em contato com um universo de personalidades, que com seu dom, pode absorver e utilizar.

Enfim, é um livro feito por uma fã, para os fãs. Então não há como não querê-lo, ainda mais com o belíssimo acabamento, a capa dura e o capricho de sempre da Darkside Books. Nota mil!

É bom deixar gravado aqui, que um de seus fãs é nada mais nada menos que Gaiman, que fala da influência que o autor americano teve sobre ele:

“Acho que a coisa mais importante que aprendi com Stephen King foi quando era adolescente, ao ler seu livro de ensaios sobre o terror na literatura e no cinema, Dança Macabra. Lá ele afirma que se você escrever apenas uma página por dia, apenas trezentas palavras, depois de um ano você terá um romance... de repente, algo gigantesco e impossível tornou-se estranhamente fácil...”

Simples assim!

18 comentários em "Stephen King - A Biografia: Coração Assombrado [Lisa Rogak]"

  1. Oi, Rodolfo! Não tenho muito hábito de ler biografias, apesar de gostar de conhecer fatos de pessoas que admiro. Como fã de King, confesso que fiquei bastante interessada nessa biografia, mesmo diante das suas ressalvas. Poder entender um pouco de como esse sentimento de abandono influenciou todo seu processo de escrita.

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  2. Realmente ler uma biografia chapa não é algo legal mas tendo a acreditar que não há nada que desabone King
    Como gosto do casal Stephen e Tabitha amei saber que ela é a rocha dele

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  3. Todo fã de King é um grande passador de pano, fato rs ao menos isso no bom sentido.
    Não há como ser de outra forma.
    Eu nunca senti tanta vontade ler essa biografia dele não. Sei lá, acho que por "mascarar" a vida do autor? Não sei ao certo.
    Claro, é um sonho ter essa edição da Dark, mas prefiro continuar vendo um dos meus autores favoritos como um ser humano nada normal, que foi viciado, que é uma pessoa triste e traumatizada sim, mas que é um dos maiores autores dessa vida!!!!
    Me orgulho dele, simples assim rs
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  4. Mais uma linda edição da Darkside.
    No momento não leria porque nem li nenhum livro do King ainda, mas acho válido contar a vida de um autor que já é uma lenda. Deve ser uma obra linda para fãs.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  5. Rodolfo!
    A capa realmente é belíssima e para fãs, é um relíquia, não é mesmo?
    Não li ainda, mas na minha opinião, biografia é sobre a verdadeira história do biografado e não ter ter a parte mais sofrida d vida dele, não concordo muito, mas quem sou eu para analisar o que vende melhor ou não, concorda?
    cheirinhos
    Rudy

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  6. Eu até queria ler mais biografia, porém sou muito preguiçosa. Eu acho que todo mundo quer fala, tocar no nome stephen king é um cada dos grandes. Estou lendo o meu primeiro livro dele "O Instituto" quero conhecer mais e ler vários livros dele e sobre ele.

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  7. Olá,

    Apesar de nunca ter lido nada do King, gosto muito de biografias, então fiquei interessada.
    Ele tem muitos fãs, então só mostra seu talento

    Beijos

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  8. Estou gostando de ler biografias e autobiografias, estou me surpreendendo com as histórias... Ainda não li nada do King, confesso que não sou fã, mas acho que uma autobiografia seria mais interessante que uma biografia. Essa narrativa cansativa me desanima... Mas parece uma boa pedida para quem quer saber mais sobre o mestre do terror.

    Abraços

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  9. ola
    Não conheço a escrita do autor e nem tenho muita curiosidade ,não gosto do genero que ele escreve que bom que os fãs do autor poderão conhecer um pouco mais desse autor tão elogiado.

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  10. Olá Rodolfo!
    É verdade que atualmente estão fazendo um marketing gigantesco com os livros do autor. E vendo a capa do livre nem me ocorreria pensar que se trata de uma biografia e não mais um livro de King.
    A editora não decepciona em suas edições, e esse coração na capa me chamou muito a atenção pelo seu realismo, um presente e tanto para os fãs.
    Beijos

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  11. Oi Rodolfo,
    É bom ver indicação de biografias, e da darkside ainda, o acabamento já atraia por si só.
    O King tem uma legião de fãs, uma carreira forte, interessante saber mais, gostaria de ler sim.

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  12. Oi, Rodolfo!
    Confesso que eu nunca percebi que o nome Stephen King sempre vem maior que o título do livro rsrs...
    Nunca li nada do King mas tenho curiosidade em conhecer sua escrita, contudo não curto biografias, por isso não me interessei em ler essa biografia dele escrita por Lisa Rogak... Mas quem sabe depois de finalmente conhecer a escrita dele eu acabe virando fã e assim fique com vontade de ler Stephen King: A biografia – Coração assombrado, pois como você disse, todo fã quer saber um pouco mais sobre seu ídolo... Bjos!

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  13. As edições da Darkside são sempre incríveisss!! Essa capa é linda demais. Ainda não tinha ouvido falar dessa biografia, mas fiquei curiosa para ler.

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  14. Olá! Ahh eu curto biografias, principalmente de pessoas que ainda estão vivas, pois acredito ser uma boa oportunidade de conhecer mais essa personalidade, embora concorde com você que as pessoas possam pegar leve com seus homenageados, enfim, aquela velha faca de dois gumes (risos).

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  15. Apesar de não entregar tudo, acho que o livro é uma ótima oportunidade para conhecer um pouco mais desse baita autor, até eu que não curto muito o gênero, fiquei curiosa.

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  16. Também não curto biografias, prefiro o livro mesmo com aquela história perfeita que a gente gosta. Mesmo se tratando de King, teria dificuldade em ler.

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  17. Apesar de não ter o hábito de ler biografias essa parece ser muito linda e não tem como não querer vendo essa edição perfeita da Darkside. O King é realmente um mestre, com suas obras incríveis. Achei perfeita essa citação “Dentro de nossas roupas, estamos todos nus. Nunca se esqueça disso.” pois me fez refletir demais.

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  18. Oi, Rodolfo
    Por ser tratar do King, é claro que eu leria.
    Esses trechos que você colocou gostei demais.
    Deu pra ver o quanto o King sofreu e hoje venceu, que superação!
    Mas sou preguiçosa pra ler biografias kkkkkk
    bjs

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