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6.9.23

Sim [Thomas Bernhard]

Sim

Cortesia do Grupo Companhia das Letras

Nós, leitores, sabemos o quão vasto é o mundo literário, e, muitas vezes, ficamos surpresos ao depararmos com autores que não conhecíamos, mas que tem um nome bastante forte nesse meio. Foi o que aconteceu quando Thomas Bernhard me surgiu com esse título (Sim), até certo ponto simples, mas que tem uma complexidade impressionante.

Thomas Bernhard
Título: Sim
Autor: Thomas Bernhard
Tradutor: Sergio Tellaroli
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Romance de Ideias
Páginas: 128
Edição:
Ano: 2023
Onde comprar: Amazon

Sim” é um mergulho profundo em águas revoltas que é a mente de nosso narrador. Pouco sabemos sobre as outras personagens, pois, tudo o que nos é passado são impressões e divagações que nosso protagonista tem em relação as outras pessoas e a sociedade. Levando-se isso como base, ficou fácil imaginar quais pessoas gostaria de ter como amigos, e quais afastaria sem dó.

A narrativa é no estilo fluxo de pensamentos, sem capítulos, sem ordem cronológica, ou até mesmo lógica(?). O narrador vai inserindo informações em um ritmo bastante acelerado e que, aparentemente, não estão interligadas, mas, ao passar das páginas, vai moldando uma teia que mostra, claramente, como funciona sua mente. E posso afirmar que é extremamente complexa. O autor conseguiu me fazer imaginar como funciona a mente de uma pessoa com um grau depressivo bem significativo, assim como essa mesma pessoa conseguiu superar essas fases complicadas.

“No que diz respeito à paralização do meu trabalho, esse fato só podia conduzir a uma depressão profunda em todo o meu ser, enfraquecendo-me de tal maneira a, em última instância, resultar na pior eclosão de minha enfermidade. Eu sempre dependera do todo, e, como esse todo de repente piorou, e foi piorando pouco a pouco, cada vez mais séria e pavorosamente, o resultado só podia ser o pior de todos os meus surtos doentios.” Posição 590

Confesso que, em alguns momentos (principalmente na parte final do livro), me peguei fazendo questionamentos bem cruéis: Até onde devemos ir para ajudarmos uma pessoa depressiva? Devemos continuar ajudando uma pessoa que diz não querer nossa ajuda? Devemos nos afastar de uma pessoa que, claramente, precisa de ajuda, só porque encerraram os assuntos em comum com ela? Isso me fez ter uma relação de amor e ódio com nosso narrador.

“Naturalmente, você fracassou em tudo o que fez na vida, que gosta tanto de chamar de existência. É uma pessoa absurda. Eu ainda a ouvi por algum tempo, depois não aguentei mais e me despedi. Lá fora, no meio da floresta, ainda repeti para mim mesmo em voz alta a última coisa que ela havia dito: Não me visite mais, me deixe só. A despeito de todas as minhas resistências, ative-me àquele seu desejo.” Posição 1227

Em relação a parte gráfica, não tenho ressalvas. A capa segue o padrão de outras obras do autor publicadas aqui no Brasil, e a parte interna é simples e agradável aos olhos. Não encontrei erros.

Finalizo a resenha indicando aos amantes de uma narrativa no estilo fluxo de pensamentos dotada de uma carga psicológica bastante significativa.

12 comentários em "Sim [Thomas Bernhard]"

  1. Oi, Nardonio! Acredito ser aquele tipo de leitura com opiniões bem divididas. O estilo é bastante introspectivo e muito psicológico. A todo momento o leitor é introduzido na mente do narrador, cujos pensamentos e emoções são expostos dentro de uma complexidade importante. Confesso que adoraria ter a experiência de conferir esse texto.

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  2. Sem dúvida nenhuma uma leitura que mexe com o leitor, fazendo questionar, pensar e refletir.
    Um estilo diferente, que pode não ser o meu, mas que é muito interessante

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  3. Oi, Nardonio!
    Acredito que nunca li um livro com narrativa no estilo fluxo de pensamentos, mas acho que eu estranharia ler um livro sem capítulos... Mas achei bem interessante e diferente a capa de Sim.
    Bjos!

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  4. Olá
    Um título simples mas o livro é bem complexo,com tantas divagações sem parar,sem um respiro,Acho que teria dificuldade em fazer essa leitura ( não gosto de escrita em primeira pessoa)ainda mais sendo uma leitura direta,sem capítulos e minha mente já é acelerada, não vai dar certo rsrs

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  5. Complicado! As vezes, se pede ajuda, as vezes, dispensamos a ajuda.
    Eu amo esse abordar questões importantes, afinal a vida é isso: se questionar o tempo todo!!!
    Já amei conhecer sobre o livro e vai pra lista de desejados!!
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  6. Olá!

    Achei bem interessante a capa do livro, nunca tinha visto nada parecido.
    A história parece ser bem intrigante e fiquei curiosa para ler, amo esses livros com uma pegada mais diferente.
    TMbem não conhecia o autor, vou pesquisar mais sobre ele

    Beijos

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  7. Acredito que, nesse momento, não teria facilidade em fazer essa leitura, mas a proposta é tão interessante que até quero vivenciar essa experiência, só que mais para a frente. Essa complexidade, profundidade e todo o questionamento que proporciona me chama atenção.

    Abraços

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  8. Confesso que a resenha despertou meu interesse. Parece uma leitura bem diferente e, provavelmente, não vai agradar a todos. Esse turbilhão de pensamentos, esse tal fluxo, parece bem assustador e não sei se tornaria a leitura cansativa para mim. Contudo, quero ler com certeza.

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  9. Não gosto muito de livros que não são organizados por capítulo não me prender. A temática que o livro trata me parece interessante.

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  10. Olá! Um livro que pelo jeito fará com que nos questionemos o tempo todo, e por isso, uma leitura que pode assustar um pouco, mas que acredito valer a pena.

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  11. Não gosto muito desse tipo de livro, mais é sempre bom da uma mudança

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  12. Uma leitura bem diferente das quais eu estou acostumada, fiquei um tano quanto intrigada em conhecer mais da história, acredito que vai ser de grandes reflexões.

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