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16.10.19

A Filha do Rei do Pântano [Karen Dionne]

Cortesia do Grupo Editorial Record

Sabe aqueles livros que te chamam a atenção pela capa e título? Foram essas características que me prenderam inicialmente. Ao decorrer da leitura, fui sendo surpreendido e, confesso que terminei com uma vontade de conhecer mais essa autora.

Título: A Filha do Rei do Pântano
Autor: Karen Dionne
Tradutor: Cecilia Camargo Bartalotti
Editora: Verus
Gênero: Policial, Suspense e Mistério
Páginas: 364
Edição:
Ano: 2019
Onde comprar: Amazon


A história é contada toda através da narração em primeira pessoa da personagem Helena, que vai nos transportando por seu presente (a vida pós sequestro) e passado (fase de crescimento no cativeiro) com uma riqueza de detalhes impressionante. Nossa protagonista é fruto de um sequestro-estupro. Sua mãe foi raptada por seu pai quando ainda era muito jovem, e mantida em cativeiro em meio aos pântanos de Michigan por mais de uma década

E foi nesse ambiente que nossa protagonista nasceu e passou seus primeiros anos de vida. Um local sem água encanada, sem energia elétrica, sem contato nenhum com outras pessoas (apenas seus pais). Seu único conhecimento do mundo exterior era através de uma antiga coleção de revistas National Geografhic, as quais já conhecia de cor. Por não ter referência alguma fora seus pais, cresceu acreditando que aquele modelo de família era o ideal. Nutria um certo "desprezo" por sua mãe, e uma verdadeira adoração por seu pai (que a ensinou tudo sobre sobreviver em meio aos pântanos), mesmo ele sendo bastante violento.

“...Mas, ver meu pai quase afogar minha mãe me aterrorizou - especialmente porque eu não entendia por que ele quis matá-la ou o que ela havia feito de errado. Eu não sabia, na ocasião, que minha mãe era sua prisioneira, ou que ela poderia de fato estar tentando fugir. Se eu fosse ela, aquele quase afogamento teria me deixado mais determinada do que nunca a escapar do meu sequestrador. Mas uma coisa que aprendi desde que deixei o pântano é que cada pessoa é diferente. O que uma pessoa deve fazer outra não consegue.” Página 131

Durante uma boa parte da leitura alguns questionamentos ganhavam mais e mais força. E o principal deles era: Porque elas não fogem desse ambiente tóxico? E a resposta me foi dada como uma tapa com luva de pelica. A autora teve uma sensibilidade incrível ao "propor" que nós, leitores, nos colocássemos no lugar da personagem que mais sofreu (a mãe de Helena). O que você faria se você tivesse sido sequestrada em uma fase da vida em que ainda estava construindo sua personalidade (final da infância e adolescência), mantida em cativeiro, e recebesse sessões de torturas físicas e psicológicas toda vez que você desobedecesse e/ou tentasse fugir daquele lugar? A resposta é óbvia, não é?

Ao tomar conhecimento da fuga do seu pai da prisão, Helena se vê obrigada a sair em sua caçada, pois tem certeza que sua família corre um sério risco com seu pai a solta, e também sabe que a única pessoa que conseguirá um "combate" de igual para igual em meio aos pântanos da região é ela.

“Jacob Holdbrrok escapou da prisão. O Rei do Pântano. Meu pai.
E fui eu que o pus na prisão.” Página 20.

Em relação a parte gráfica, edição perfeita. Capa muito bonita e que remete a atmosfera da trama. A diagramação interna é simples e agradável. Não encontrei erros.

Finalizo a resenha indicando para aqueles que gostam de uma narrativa simples, bastante descritiva e que apreciem uma trama que nos deixam questionamentos interessantes.

15 comentários em "A Filha do Rei do Pântano [Karen Dionne]"

  1. É um livro intenso não?
    Helena é muito bem construída, complexa, cheia de camadas. Sua mãe é a grande vítima e seu pai um louco sádico e manipulador.

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  2. Olá, Nardonio
    Fiquei intrigada com esse livro. A história parece ser muito interessante e pesado, com o sequestro e as duas vivendo no meio da mata com um cara violento.
    Mas não fiquei muito animada pelas cenas do presente, já que ela, pelo que eu entendi, vai estar "caçando" o pai.

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  3. Um dos lançamentos mais desejados nos últimos tempos. O titulo, capa e enredo são fascinantes. E não é apenas isso, não é o sequestro, o onde se vive, é o que todo este caos faz na vida de uma criança. É a forma com que tudo isso é tratado numa cabecinha tão jovem e ao mesmo tempo, com uma carga psicológica de adulto.
    Com certeza, quero demais conferir a obra!
    Respostas!Ela precisa de respostas.
    Beijo

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  4. Dom!
    Interessante ver a opinião diversas entre os leitores.
    Li uma outra resenha analisando que o enredo não foi tão bem desenvolvido, porque poderia trazer mais sobre os traumas sofridos por ela na infância.
    Fato é que achei o plot muito interessante e fiquei com vontade de ler.cheiirnhos
    Rudy

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  5. Olá! ♡ Ainda não conhecia a escrita da autora, mas gostaria de fazer essa leitura, parece bem intrigante, além de fazer questionamentos interessantes e acredito que bem relevantes também.
    Imagino o quanto a mãe de Helena sofreu nas mãos de um homem tão violento, nenhuma mulher merece viver sob essas condições. Quanta crueldade e covardia por parte do pai da protagonista! Isso é tão revoltante!
    A capa parece combinar perfeitamente com a trama e seu tom mais sombrio.
    Obrigada pela indicação! Beijos! ♡

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  6. Olá! Olha que sempre me interesso por esse gênero, mas acredita que eu não o leio muito, sei lá, acho que ficaria muito ansiosa, acredito que esse é aquele tipo de livro que deve ser lido de uma vez só, pois há tantos mistérios a serem desvendados, Helena me parece uma personagem bem complexa, imagino o quanto deve ser difícil saber todos os horrores que o pai fez, ter que reconstruir sua vida, e agora descobrir que esse monstro está livre, eu nem consigo imaginar tudo que ela deve sentir.

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  7. Confesso que tenho dúvidas se é o tipo de leitura que me envolve, mas fiquei intrigada.
    Gosto de leituras que nos faz questionar, e saber que a resposta da autora foi como um tapa, me deixou bem curiosa.
    E achei interessante ser uma história que desperta empatia.

    Beijos

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  8. Me interesso muito por livros assim. Pela sua resenha eu me lembrei de um outro livro, que teve até filme, Quarto. É a mesma situação de sequestro e prisão.
    Deve ser uma leitura bem intensa e emocionante, daquelas que nos sufoca mas que não conseguimos deixar de lado e parar de ler até chegar ao final.
    Quero muito conhecer a estória da Helena e da sua mãe. Fiquei curiosa para descobrir como ela conseguiu fugir do cativeiro.

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  9. Devo admitir que embora ache interessante a resenha,não curto livros com essa temática ou com cargas emocionais pesadas,prefiro romances com humor e suspenses mais leves.

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  10. Oiii ❤ Nossa, que angústia! É muito triste que a mãe da personagem tenha sido sequestrada e estuprada e sofrido tanto abusos físicos como psicológicos. E que por ter crescido em meio a essa situação, Helena tenha achado que aquele era o tipo ideal de família. Dá um desespero só de imaginar essa situação toda.
    Estou tão curiosa para saber como elas fugiram desse tormento e o que Helena fará agora que o pai está solto.
    Gostaria de fazer essa leitura.
    Beijos ❤

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  11. Oi Nardonio,
    A capa e o título também me chamaram atenção neste livro, mas a história não é nada do que eu imaginava. O tema que a autora aborda é pesado e, realmente, levanta questionamentos principalmente no que está relacionado a fuga ou liberdade. A personalidade de Helena foi construída em cima de algo horrível e desumano e já estou tentando entender que tipo de protagonista vou conhecer nessa trama. Imagino que deva ter um pouco de ação a partir do momento em que Helena tem que ir a caça do pai e, confesso que, isso me empolga bastante, principalmente na ambientação proposta pela autora. Adorei essa resenha, pois me apresentou um livro que eu já havia me interessado, mas trouxe uma ideia totalmente diferente do que eu havia suposto.

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  12. Essa é realmente uma capa que chama bastante atenção, e o livro trata de um tema bem delicado, imagino como deve ter sido difícil para a Helena ter vivido tanto tempo isolada, apenas com os pais, e depois perceber que na verdade ela foi vítima de vários crimes, e o que o seu algoz era o seu próprio pai.

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  13. Oi, Nardonio
    A capa chama muita atenção, desejo esse livro desde seu lançamento.
    Interessante essa ideia de se colocar no lugar da mãe de Helena, mas poderia ter tido capítulos narrados por ela.
    Helena já é uma personagem complexa que adorava o pai, depois descobriu tudo o que ele fez "com a família".
    Volta para o lugar onde nasceu enfrentar todo o seu passado.
    Quero muito ler, beijos.

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  14. Oi, migo
    Achei muito interessante essa premissa e pela sua resenha deu pra ver que é um livro que traz muitos questionamentos e dúvidas importantes para o ser humano, mas gente, tô muito chocada, que tristeza para a mãe da Helena né.
    Tô aqui imaginando que final ela e o pai teve e se a mãe se recuperou.
    Vou querer ler sim, apesar de que deve ser superforte!
    bjs

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  15. Oi, Nardonio!
    Parece ser um livro bastante interessante e não imagino o que a protagonista passou nas mãos desse pai. Fiquei bem curiosa para fazer essa leitura e espero que isso ocorra muito em breve.
    Bjos

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