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15.5.20

Tudo que a Gente Sempre Quis [Emily Giffin]

Cortesia da Editora Arqueiro

Fazia muito tempo que não lia nada da Emily Giffin. Até já tinha esquecido de sua narrativa tão profunda e poética. Ela é daquelas autoras que conseguem extrair o pior e o melhor das relações humanas, unir e colocar tudo num emaranhado de emoções, nos oferecendo um enredo realístico e dramático. E eu amo estórias assim.

Título: Tudo que a Gente Sempre Quis
Autor: Emily Giffin
Tradutor: Marcelo Mendes
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance
Páginas: 304
Edição:
Ano: 2019
Favorito
Onde comprar: Amazon

Em "Tudo que a gente sempre quis" não poderia ser diferente. Na trama conhecemos Nina Browning, uma mulher que está no auge do que sempre sonhou ter. Seu marido rico recentemente ganhou mais dinheiro com a venda de seus negócios de tecnologias. Para a felicidade ser completa, seu filho acabou de ser aceito em Princeton. Contudo, em contraste a sua nova realidade, Nina se vê em um dilema profundo. Se questiona sobre sua mudança repentina, e se não está perdendo seus valores.

Durante uma festa seu filho acaba tirando uma foto sensual de uma garota desacordada, e como se não fosse o bastante, acaba fazendo um comentário considerado racista e xenofóbico. É então que conhecemos o contraponto da trama.

“- Ora, Mel. Você sabe que não é bem assim – falei, ficando nervosa. – Uma roupa não faz uma pessoa promíscua. É o mesmo que dizer: “Ah, ela estava de minissaia, então fez por merecer.”

Tom Volpe, pai de Lyla, a adolescente desacordada da foto, sempre a criou com amor e sempre fez tudo por ela, desde que sua ex mulher o abandonara com a filha ainda pequena. Lutar por seus direitos sempre fora prioridade, garantir o futuro e integridade da filha também. Ao saber da foto tirada ele foi até a escola do garoto denunciá-lo. Queria que este pagasse pelo o que houve.

As estórias de Emily Giffin não medem esforços para expressar o que realmente são. Seus enredos sempre são envolventes, levando o leitor a mergulhar em cada descrição ou assunto importante que exista. Neste Giffin fala sobre alcoolismo, racismo, xenofobia, bullying, dentre outros. Ela soube transcorrer sobre todos esses temas sem titubear.
“Eu só quero que você confie mais em mim. Posso formar minhas próprias opiniões sobre as pessoas... que podem não ser iguais às suas.... E, claro, vou cometer erros... Mas é hora de confiar em mim. Se eu errar, errei. Mas eu quero... e preciso... que você acredite em mim.”

A forma como seus personagens são tão reais, faz o leitor se aproximar e se ver na trama. Um dos momentos é quando Nina, que se ver diante de tudo que sempre sonhou, de repente está numa posição complicada com seu filho. Ela sabe que o filho errou, e mesmo querendo defendê-lo, ela faz sua indignação se fazer presente enquanto mulher que zela por respeito e direitos igualitários e sabe que o que foi feito com Lyla é extremamente errado. Ela é exatamente o contraponto de seu marido, que depois de um tempo ela veio realmente a conhecer como uma pessoa machista e corrupta.

“Que importância tinha tudo isso agora? O que poderia ser mais importante do que arrumar tempo para conversar com meu filho sobre respeitar as mulheres e as diferentes culturas e etnias?”

Tom é um homem honesto, que trabalha dia após dia pensando no melhor para sua filha. Sua ex mulher brasileira, tinha problemas com a bebida e por sua vez o deixou sozinho com Lyla. Como ser mãe e pai ao mesmo tempo? Como criar uma filha sem a presença de uma mãe.

O livro ainda levanta questionamentos sobre como criamos nossos filhos, sobre o que realmente de fato influencia um comportamento mais grosseiro ou até mesmo mais pacífico. Isso fica muito bem imprimido nas aflições da paternidade e maternidade de Tom e Nina, respectivamente. Ambos sempre tiveram questionamentos profundos já que ambos praticamente criaram seus filhos sozinhos.

São estes temas tão importantes que transformam o livro num enredo muito real, cheio de acertos e erros e uma linha tênue sobre o que somos ou queremos ser.

“Simplesmente não posso acreditar no que está acontecendo agora. Na pessoa em que meu filho se transformou.
E, no entanto, posso, sim. Porque às vezes não enxergamos aquilo que está bem ali, debaixo do nosso nariz.”

Andei lendo algumas resenhas e vi que muitos falavam da quantidade expressiva de temas que a escritora abordou, dando ênfase que pelo que foi abordado, muitos assuntos não tiveram um aprofundamento ou uma discussão mais elaborada.

Sobre isso concordo em parte. Realmente alguns temas ali tinham força para se estender por um pouco mais, mas na minha opinião tudo se conectou. Ou seja, um assunto puxava o outro que puxava o outro e assim por diante. Acredito que ficou tudo bem costurado, senti que nada ficou no livro só por colocar, mas que cada assunto precisava estar do jeito que ficou.

Estou impressionado como esta estória discorreu, e boquiaberto com um final tão sensato. Se você ainda não conhece a escrita de Emily Giffin, te indico fortemente a conhecer. Não vai se arrepender! Até agora, um dos melhores do ano para mim!

23 comentários em "Tudo que a Gente Sempre Quis [Emily Giffin]"

  1. Olá Douglas!
    Eu não conheço a escrita da autora e pela sua resenha pude perceber que estou perdendo muito em ainda não ter lido nada dela. Gosto bastante de histórias reais como essa, a trama é muito atual e relevante. Os quotes que você selecionou me deixaram com ainda mais vontade de ler o livro. Estou curiosa para saber como ele irá terminar e qual será a mensagem deixada pela autora. Esse dilema paternal/material vivido pelos personagens é realmente um desafio na sociedade contemporânea.
    Beijos

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  2. Nossa, faz tempo que eu também não leio nada da autora. Mas me considero fã demais dos trabalhos dela, até por essa intensidade que ela sempre apresenta em seus livros!
    E pelo que li acima, mesmo nesse "montão" de assuntos borbulhando tudo num enredo só, ela só pra variar, conseguiu captar o turbilhão de sentimentos que cada situação trouxe.
    Espero sim, poder conferir este livro da Emily!!!

    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor

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  3. Houvi muitas críticas positivas sobre a escrita da autora e quão bem ela escreve suas histórias. Sempre vejo os livros delas em algum lugar e fico morrendo de vontade de ler, tenho muita curiosidade de conhecer essa narrativa e me aprofundar em um enredo tão bem construído como esse citado acima. Amei a premissa apesar dos gatilhos, parece ser uma história que nos conecta e não querendo largar suas páginas. Gosto quando o autor(a) se aprofunda nos assuntos abordados como esses que você descreveu sendo gatilhos, pena que em alguns momentos não tenha sido tão bem claro, mas parece ser uma leitura muito boa

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  4. Essa questão de fotos vazadas na internet é um assunto polêmico e que precisa ser bastante discutido. Além da questão racial não só nos EUA como no mundo todo.
    Tenho lido resenhas muito positivas sobre o livro.
    Essa mãe enfrenta um dilema terrível

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  5. Oi, Douglas
    Concordo com gênero e grau que a autora traz a essência das relações humanas em suas obras. Eu só li dois livros dela mas me apaixonaram completamente. É uma coisa crua, dramática e mega envolvente. Esse livro não tinha lido mas eu adorei conhecer mais da obra!
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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  6. Olá! Um livro com uma história muito real (e atual), que com certeza nos fará refletir bastante, já que lida com um tema tão complexo.

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  7. Li esse livro ano passado e lembro o quanto fui tocada por ele. Acho que tudo ficou bem enlaçado e muito bem construido toda a história. Quero ler mais livros da autora.

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  8. Olá Douglas!
    Quem diria que um livro com uma capa tão simplista esconde uma história tão bem construída, né?
    As autora parece discorrer sobre os temas de modo cauteloso, e mesmo que nem todos tenham sido trabalhados de forma aprofundada, percebe-se que a mensagem é absorvida da mesma forma.
    A questão da criação dos filhos é algo que realmente vem à tona quando os pais se deparam com uma situação difícil, e Griffin mostra que devemos refletir sobre influências e comportamentos que podem estar relacionados com uma atitude.
    Beijos.

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  9. Li algo da Emily há muito tempo, e lembro do quanto gostei da escrita dela.
    Ela cria personagens e dramas tão reais que fica fácil desenvolver uma identificação.
    Muitos temas abordados sem profundidade me incomoda, mas é bom saber que tudo se encaixa.
    Pretendo ler esse em algum momento.

    Beijos

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  10. Eu já gosto da autora tem tempo. Acho que sua escrita amadureceu com o tempo, oLivro é sensível, tem personagens ótimos. Te faz repensar em muitas coisas da vida!
    Muito legal!

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  11. Olá, Douglas
    Faz muito tempo que tento ler algo dessa autora, mas acabo sempre adiando.
    Esse livro está na minha lista a um certo tempo já, mas agora com sua resenha vou tentar ler ele o mais rápido possível, pois fiquei empolgada agora KKKKK
    Espero não me decepcionar
    Beijos

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  12. OLA
    ja faz um tempo que eu leio nada da autora e nem tenho visto algo sobre ela
    gosto do jeito que ela que ela escreve sempre abordando situaçoes do cotidiano dramas familiares
    creio que o livro passe a mensagens importantes como por exemplo a educaçao dos filhos
    sem duvida quero ler sim

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  13. comentei no post
    tudo o que a gente sempre quiz Emily Giffin

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  14. Oi Douglas,
    Sei que Emily Giffin tem muitas obras publicadas e até já assisti a adaptação de uma delas, mas ainda não tive a oportunidade de conhecer sua escrita. Amo histórias cheias de drama e, mais ainda, quando abordam temas tão relevantes. A autora conseguiu criar um enredo onde os personagens são retratados da forma mais humana possível, cometendo erros e se redescobrindo ao longo da narrativa. Para Nina nem imagino como deve ser ter que lidar com toda a situação com o filho, onde certo e errado serão fortemente abordados. Já o outro lado da trama me deixou ainda mais curiosa, pois trata de tantos elementos que não tenho dúvida, fazem o leitor se envolver e se emocionar com a história. Mesmo que tenha faltado mais aprofundamento em alguns deles acho que a proposta da autora ficou bem clara e pela sua resenha e avaliação Tudo que a gente sempre quis cumpriu seu papel.

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  15. Douglas!
    Faz tempo também que não leio um livro da autora e pelo visto, esse é bem completinho, ainda mais que faz críticas sobre os problemas que as nacionalidades passam em relação aos problemas em seus países.
    Quando essa questão de julgarmos o comportamento dos outros e quando a história é conosco e agimos diferente, achei importante ser abordada no livro, assim podemos nos questionar.
    Livro parece ótimo.
    cheirinhos
    Rudy

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  16. Ainda não tive a oportunidade de ler nada da autora, mas esse parece ser um ótimo livro para essa iniciativa. Adoro livros que tratam de problemas reais que são tão importantes junto com a história que parece ser bastante instigante. Quero muito saber o que vai ocorrer nessa trama e como a como isso vai impactar a vida dos protagonistas.

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  17. Eu lembro que fiquei de olho nesse livro quando ele foi lançado, tanto pelo fato dele ter sido escrito pela Emily (que é uma autora fantástica) quanto pelo tema que ele aborda, esses conflitos são muito atuais e merecem muita discussão e reflexão.

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  18. Não conhecia a autora, mas me interessei bastante pelo livro. Recentemente estou me aventurando em escritas "mais reais", não está sendo fácil a adaptação mas estou gostando do desafio.
    Gostei dos temas abordados, que são bastante mas, no meu ver, muito importantes. Principalmente a forma que os pais criam os filhos, e que qualquer que fazem podem influenciar no comportamento dos filhos.

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  19. Oi, Douglas
    A capa é linda e simples ao mesmo tempo.
    O enredo mostra personagens com dilemas tão reais, que me lembrei de algumas fotos e vídeos que publicaram de colegas do meu antigo trabalho. Criar filho não é fácil ainda mais sozinho. Ainda bem que Nina não protege o filho e mostra que sua atitude com a garota foi errado.
    Vai para a lista de desejos, quero poder ler.
    Beijos

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  20. Que livro atual, li a resenha lembrando de casos ocorridos. É um livro necessário para os dias de hoje. Apesar denunca ter lido nada da autora, quero ler esse livro e ver como termina essa história.

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  21. Antigamente doei um livro da Emily Giffin, porque não me interessava o bastante, mas hoje em dia me arrependo muito, porque as histórias delas parecem encantadoras. Em Tudo que a gente sempre quis eu fiquei muito intrigado com a relação entre a mãe do garoto e o pai da menina, como tudo vai se denrsolar e os problemas vão se solucionar. Além, claro, dos possíveis ensinamentos do livro!

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  22. Oi! Olha, eu acho que de verdade nunca li nada da Emily Griffin. Acho que eu sempre tive um pouco de preconceito com os livros dela... Mas devo confessar que esse meio que me interessou. Essa abordagem de temas como machismo, violência sexual (a foto não consentida se enquadra aqui na minha opiniao), racismo e xenofobia são muito atuais e eu sinceramente gosto muito de livros que abordam bem essas tematicas.

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  23. Oi, Douglas
    Ainda não li nenhum livro da Emily Giffin, mas quero muito.
    Gostei da sua resenha. Deu pra ver que é um livro muito interessante, emocionante e com temas tão necessários.
    Bullying, xenofobia e racismo são temas que precisamos ler e discutir mais mesmo. E com certeza lerei esse livro.
    Fiquei com dó desses pais, porque muitas vezes os erros dos filhos não são culpa dos pais.
    Bjs

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