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19.8.16

O Despertar do Lírio, Vol. 02 - Série Flores da Temporada [Babi A. Sette]

Série Flores da Temporada - Babi A. Sette
Ed. Novo Século, 2016 - 382 páginas:
      Lilian Radcliffe é uma jovem viúva e está feliz com sua vida isenta de emoções. Culpa do luto que não larga? Lilian jurou fidelidade ao marido no leito de sua morte. Paralelo a isso, conhecemos Simon Thorn, homem frio e libertino, dono do maior antro de casa de jogos de Londres. Ele está a um passo de realizar seu plano de vingança contra o culpado pelo título de assassino que recebera anos atrás. O problema é que o canalha está morto e ele terá de usar a sua viúva recatada a fim de atingir seus objetivos. De um lado, ela precisa manter sua honra intacta; de outro, ele quer seduzi-la e desmoralizá-la. No entanto, Lilian nunca se sentiu tão vulnerável e atraída por um homem. E Simon, por sua vez, demonstra sentimentos dos quais nunca imaginara sentir por uma mulher. 

Onde comprar:

Somente com três livros publicados, “Entre o amor e o silêncio”, "A Promessa da Rosa" e o agora seu mais recente lançamento, "O Despertar do Lírio", Babi. A. Sette já entrou na lista das minhas autoras prediletas. Se você ainda não leu nada da autora, não perca tempo e corra para ler.

Entre o amor e o silêncio é uma história contemporânea, já A Promessa da Rosa e O Despertar do Lírio são romances de época, que transcorrem na Inglaterra do século XIX e fazem parte de uma série intitulada Flores da Temporada, que retratam a vida de duas irmãs, Kathelyn e Lilian Stanwell, filhas de um conde, que mesmo nascidas em berço de ouro, passaram por muitas adversidades até encontrarem seu final feliz. Depois do turbilhão de emoções que a impetuosa Kathelyn nos proporcionou, agora é a vez de sua irmã mais nova, Lilian, nos emocionar.

Lilian é exatamente o oposto de Kathelyn, uma dama perfeita, com uma reputação impecável, exemplo de comportamento e moral. Casou-se aos dezesseis anos com seu primo, Rafael Radcliffe, e aos vinte e dois, já tinha se tornado viúva, mãe de um adorável menino chamado Paul. Sua honra era seu único tesouro e seu orgulho.

Lilian levava uma vidinha simples e calma, e acreditava que nunca viveria um amor latente e passional, e pensava que a paixão não era algo que precisava para ser feliz, pelo contrário, tudo o que desejava para si mesmo era o simples e o ordinário. E essa jovem tinha um grande coração, pois mesmo com motivos de sobra para culpar sua irmã de todas as desgraças que acometeram sua família, nunca o fez, amava Kathelyn e desejava a ela toda a felicidade deste mundo.

E para ajudar uma amiga em apuros, Lilian acabou saindo de sua casa/refúgio em Londres, indo passar uns dias no campo, a fim de afasta-la de um pretendente indesejável.

Simon Edward Thorn, quinto barão de Orwen, é também conhecido como "O barão assassino", pois há seis anos, foi acusado de matar sua esposa, e, mesmo sendo inocentado por falta de provas, toda a sociedade Londrina o condena. Ele é dono do mais famoso antro de jogos de Londres e amante da odiosa lady Anne Stone.


Quando Simon soube que Lilian Radcliffe estaria na casa de campo de sua tia, mesmo detestando estes tipos de eventos aristocráticos, acreditou que esta seria a sua grande oportunidade de se vingar de Rafael Radcliffe, já falecido, através de sua viúva.

"- Garanto, minha querida, que, depois que eu terminar, lady Lilian Radcliffe terá perdido aquilo que mais se orgulha. - Simon mexeu o pescoço, se sentindo desconfortável."

Mesmo com todo o clichê existente em romances de época, Babi A. Sette se diferencia primeiramente pelo seu trabalho de ambientalização na Inglaterra Vitoriana, que transporta o leitor para o dentro do século XIX, com seus austeros costumes aristocráticos, onde qualquer pequeno deslize poderia desonrar uma jovem, além de conseguir transformar situações com uma premissa um tanto quanto simples em verdadeiros momentos de prazer.

Os amantes de romances de época não podem deixar de ler a série Flores da Temporada. Divirta-se, encante-se e apaixone-se por mais uma arrebatadora obra de Babi A. Sette.

Clique sobre a capa para saber mais sobre o primeiro volume da série Flores da Temporada:


Cortesia da Editora Novo Século
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
*Sua compra através dos links deste post geram comissão ao blog!
15.8.16

A Fera Em Mim - A História do Príncipe da Bela - Série Vilões [Serena Valentino]

Serena Valentino
Ed. Universo dos Livros, 2016 - 190 páginas:
      Um príncipe amaldiçoado se isola em seu castelo. Poucos o viram, mas aqueles que conseguiram tal proeza afirmam que seus pelos são exagerados e suas garras são afiadas – como as de uma fera! No entanto, o que levou esse príncipe, que já foi encantador e amado por seu povo, a se tornar um monstro tão retraído e amargo? Será que ele conseguirá encontrar o amor verdadeiro e pôr um fim à maldição que lhe foi lançada? Em “A Fera Em Mim”, conheça a história por trás de um dos mais cativantes e populares contos Disney de todos os tempos: A Bela e a Fera! 

Onde comprar:




A Fera Em Mim é um livro juvenil, onde Serena Valentido está disposta e nos contar os motivos que levaram um príncipe a ser amaldiçoado e transformado numa fera. Você sabe por quê? Não, não sabe, provavelmente só conhece, assim como eu, a parte em que o príncipe, já transformado em fera, deve encontrar um amor verdadeiro até a última pétala de uma rosa cair, senão ele ficará para sempre vivendo no corpo de uma fera.

"- Não esqueça, Fera, verdadeiro amor, dado e recebido, antes de a última pétala cair."

Então Serena Valentino, com um linguajar simples, voltado ao público juvenil, em um livro fino e de fácil leitura, através das recordações da própria Fera, nos mostra seu passado, e todos os erros ao qual sua personalidade arrogante e orgulhosa o levou a cometer.

"Seus joelhos se curvaram quando seu mundo começou a ficar embaçado. Sua visão começou a ficar estreita até ele se encontrar na escuridão, envolvido em uma imagem do passado - de como era antes de se tornar um monstro. Antes de se tornar a Fera."

Como vocês acham que são os príncipes? Corajosos e encantadores? Talvez alguns até possam ser, mas a maioria são rapazes mimados, que desde cedo ganham tudo o que querem, sem nenhum esforço. E "nosso" príncipe (em momento algum a autora citou o nome próprio do príncipe, só se referenciou a ele como "príncipe") não era diferente, sempre acostumado a ter tudo, inclusive as mulheres, que se jogavam aos seus pés. Com sua extrema arrogância, o príncipe se achava lindo, além de exímio caçador. O único homem que "quase" se igualava a ele era seu bom amigo Gaston.

O príncipe estava noivo de uma belíssima garota chamada Circe, e ele a amava do mesmo jeito que amava seu castelo, ou seu estábulo cheio de cavalos elegantes. Circe era lindíssima e ele apreciava como sua beleza refletiria nele e em seu reino. Mas Gaston alertou ao príncipe que sua noiva é filha de um criador de porcos. Então o príncipe terminou seu noivado com Circe, humilhando-a por sua posição social inferior.

Circe é a irmã mais nova de três bruxas más, Lucinda, Ruby e Martha, que lançam a maldição como vingança sobre o príncipe. Mas Circe não é má como suas irmãs, ela quer o bem do príncipe, ela gostaria que ele aprendesse a ser uma pessoa melhor. Só que um jovem tão egoísta não muda facilmente suas atitudes, e ele então aprenderia através da dor.


Por ser bem juvenil, não foi das minhas releituras mais marcantes, mas gostei de como a autora aproveita para fazer algumas críticas sutis, que se encaixam bem nos tempos atuais, como relacionamento por interesse financeiro, valorização da beleza e da posição social, o uso da violência, e também a ensinar a valorizarmos os verdadeiros amigos, a importância do perdão e da humildade, a aprendermos que nossos atos ficaram para sempre marcados em nossa alma.

"O único resquício de que ele fora no passado eram seus olhos azuis cheios de alma, que fervilhavam com a humanidade. Eles não mudaram. Ainda eram dele. Mas, em todos os outros aspectos, ele se tornara exatamente o que temia. E, na verdade, era pior do que poderia ter imaginado."

Serena Valentino em sua série vilões, conta as histórias dos vilões dos contos de fadas mais marcantes da Disney e o próximo livro é "A Mais Bela de Todas - A História da Rainha Má".

 Cortesia da Editora Universo dos Livros
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
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28.8.15

O Lago Místico [Kristin Hannah]

Kristin Hannah
Ed. Novo Conceito, 2014 - 368 páginas:
      Esposa e mãe perfeita, Annie vê o seu mundo desabar de uma hora para outra quando é abandonada pelo marido. A fuga momentânea é para Mystic, a pequena comunidade onde ela cresceu e onde o seu pai ainda vive. Lá, Annie começa a se reerguer novamente, descobrindo o amor por si mesma, por um velho amigo solitário e por uma garotinha que acaba de perder a mãe. Tudo está se encaixando na vida de Annie. Nick e Izzy se tornaram uma parte importante de seu processo de cura, e ela também se tornou essencial para a sobrevivência da relação entre pai e filha. Até que o seu ex-marido reaparece e a tranquilidade rapidamente dá lugar ao desespero.

Onde comprar:


Kristin Hannah nos apresenta Annie, típica mulher que se dedica a família, marido e filha durante grande parte da sua vida. Um dia tudo começa a mudar, quando sua filha decide se mudar para outro lugar para estudar e seu marido a surpreende com o pedido de divórcio.

Procurando fugir de tanto sofrimento, ela busca o apoio do pai em uma pequena região conhecida por Mystic, onde ela cresceu e passou sua infância. Em Mystic, ela tem a oportunidade de reencontrar seu antigo amor, que recentemente havia ficado viúvo da melhor amiga, Katie.

"As pessoas partiam, e, se você amasse profundamente demais, com intensidade demais, a súbita ausência delas poderia gelar até sua alma."

Nick seu antigo amor e Katie tiveram uma filha, com a morte de Katie, a filha se calou de uma forma profunda em todos os sentidos. Annie resolve se envolver na família de Nick se comovendo com tamanha dor, aos poucos consegue enxergar uma oportunidade de construir uma nova família e deixar seu passado finalmente. A história acontece, e novas situações ocorrem, balançando mais uma vez o coração e a vida de Annie.

Annie vai se deparar em uma situação difícil, deverá saber até onde sua família será mais importante...

"O tempo passa e leva tudo no caminho, juventude, esperanças, sonhos. Sonhos. É o que ele mais leva."

A história é muito comovente e com a escrita de sempre de Kristin Hannah, você se encontra refletindo sobre a vida durante toda a leitura... Deixo minha indicação a todos que gostam de leituras que envolvem família e decisões difíceis.


 Cortesia da Editora Novo Conceito
Paloma Mendes
Estudante de Informática louca por tecnologia, seriados e livros. “Só se vê bem com o coração, as coisas essenciais são invisíveis para os olhos” (O Pequeno Príncipe).
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27.8.15

Vingança Mortal [Raquel Machado]

Ed. Clube dos Autores / Amazon,  2014 - 117 páginas:
      Ao receber uma ligação sobre a morte de sua melhor amiga, Brenda volta a sua cidade natal, Lageado Grande. Lá ela vai ao velório de Nicole, onde encontra seu rosto marcado por facas. Uma dúvida surge: será que realmente foi um acidente como todos falam? Ao voltar para casa algumas pistas aparecem, e Brenda fica obstinada a investigar a morte de Nicole. Ela decide então voltar as suas raízes. Porém, o tempo parece ter mudado muitas coisas, inclusive as pessoas que ela imaginava conhecer. Envolvida em uma rede de intrigas, dinheiro, drogas e traição, ela se vê prestes a montar um quebra-cabeça, onde cada peça parece se encaixar com extrema exatidão. E a solução para esse mistério, pode revelar um segredo escondido há muito tempo.

Onde comprar a versão Impressa:

Onde comprar a versão Digital:

Vingança Mortal é um suspense impactante que arrepia o leitor, escrito de forma ágil, é narrado por Brenda, que nele conta sua surpreendente história.

"Até que ponto realmente conhecemos as pessoas?"

Brenda e Nicole eram como irmãs, cresceram juntas e possuíam um forte laço de amizade. Participavam de um grupinho na escola, formado por Ricardo e Eleonor, que eram os certinhos e Luiz e Alice, considerado os festeiros

Um dia Brenda, a beldade da escola, conhece Alan, um estonteante garoto de olhos azuis, ao qual ela imediatamente se interessa. Nicole por sua vez, não era como Brenda, mas simples e tímida, acabou se interessando pelo cara mais estranho do colégio, Cristian. A princípio, Brenda não aprovou a escolha da amiga, mas depois Cristian foi ganhando sua confiança.



Eles cresceram, casaram-se, Brenda e Alan foram morar em Caxias do Sul e cada vez viam menos seus amigos devido a distancia, até que um dia Brenda recebe a notícia que sua grande amiga Nicole morreu em um trágico acidente de carro.

Meio atordoada, Brenda vai para o enterro da amiga em Caxias do Sul, estranha a situação ao qual encontra o corpo de sua amiga e resolve investigar o acidente, procura seus antigos amigos, que não são mais os mesmos e quanto mais ela avança na sua investigação, vai descobrindo que ninguém é o que parece ser.

Raquel com poucas palavras desenvolve uma história de mistério bem instigante, que surpreende o leitor do início ao fim.


SOBRE A AUTORA

Raquel Machado é formada em Ciência da Computação, e participa do mundo das artes desde criança, sendo a literatura uma de suas maiores paixões. Há anos em meio à blogosfera literária e com histórias sendo escritas em rascunhos, decidiu tirar do baú suas ideias e compartilhar com o mundo. A autora reside no sul do Brasil, na cidade de Caxias do Sul/RS. Mora com os pais, quatro cachorros e uma estante cheia de livros.



E-mail: raquel.machado2014@yahoo.com.br
Blog: http://leiturakriativa.blogspot.com
Skoob: http://www.skoob.com.br/autor/11282-raquel-machado
Google+: https://plus.google.com/118123256809760947264
Twitter: https://twitter.com/kellnanet2011
Amazon: http://www.amazon.com/-/e/B00KMDEZN8
Clube Autores: http://www.clubedeautores.com.br/authors/121634

Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
26.8.15

Estudo Independente, Vol. 2 - Trilogia O Teste [Joelle Charbonneau]

[Joelle Charbonneau
Ed. Única, 2014 - 320 páginas:
      Cia Vale tem dezessete anos e tem tudo o que sempre sonhou; um amor perfeito, um lugar na universidade e um futuro como uma das líderes da Comunidade das Nações Unificadas. No entanto, apesar de todos os esforços do governo para apagar a memória de Cia, ela ainda lembra o que aconteceu. Ela precisa escolher entre ficar em silêncio e proteger a si mesma e as pessoas que ama ou expor o Teste e o que ele na verdade é. O futuro da Comunidade depende dela. No segundo volume da saga de Joelle Charbonneau, a chance de fazer parte da revitalização de uma civilização pós-guerra colide com o desejo de fazer o que o coração manda. 


Onde comprar:


Estudo Independente é o segundo volume da trilogia O Teste, que tive a sorte de ler já com a coleção completa em minhas mãos, assim não precisei passar pela angustia de esperar o próximo livro. É uma distopia com foco um pouco mais politizado que romântico, narrada pela protagonista, uma adolescente de dezessete anos, chamada Malencia ‘Cia’ Vale, que usa sua inteligência brilhante sempre conectada aos seus instintos, tornando-a uma forte candidata a passar no teste, mas por isso mesmo invejada por muitos e atraindo também a atenção indesejada de pessoas que poderão coloca-la em sérios perigos de vida.

"Enquanto meus colegas estão preocupados que o Teste possa afetar os anos que vêm pela frente, estou preocupada de não chegar viva no final do dia."

Cia finalmente conseguiu atingir seu sonho de entrar na universidade, tudo que mais deseja é ser uma das líderes da Comunidade das Nações Unificadas, ajudar na revitalização do mundo pós-guerra. Mas este sonho pode se tornar um grande pesadelo, sua vida e a de seus amigos correm perigo, pois pouquíssimas pessoas sabem o que existe por trás do "Teste", e Cia é uma destas pessoas, apesar de não poder ter este conhecimento. Se for descoberta, ela, seus amigos e sua família podem sofrem graves prejuízos.

As distopias são caracterizadas pelos governos totalitários e Joelle Charbonneau deu bastante ênfase neste lado da história, através das diversas ocasiões em que Cia questiona os métodos utilizados pelos governantes para atingirem seu objetivo, alegando que estas atitudes extremas são para evitar que se ocorra os mesmos erros do passado que levaram a destruição do planeta.

O que achei admirável em Cia foi sua determinação de ser fiel aos seus princípios, seguindo os ensinamentos ao qual sua família a educou durante toda a sua vida, mesmo sabendo que ao fazer as escolhas que julgava serem certas, poderia ser prejudicada no seu teste.

Esta trilogia leva o leitor além do entretenimento, ela nos faz questionarmos se nós mesmos estamos sempre indo pelo caminho mais fácil ou se fazemos aquilo que julgamos ser o certo, mesmo que isso nos leve a trilhar o caminho mais difícil.

Clique sobre a capa de O Teste para ler sua resenha:

Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
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25.8.15

Desafio [C. J. Redwine]

Ed. Novo Conceito, 2014 - 368 páginas:
      No interior das muralhas de Baalboden, à sombra do brutal Comandante da cidade, Rachel Adams guarda um segredo. Enquanto as outras garotas fazem vestidos e obedecem a seus Protetores, Rachel é capaz de sobreviver nas florestas e de manejar uma espada com destreza. Quando seu pai, Jared, é declarado morto em uma missão, o Comandante designa para Rachel um novo Protetor: Logan, o aprendiz de seu pai, o mesmo rapaz a quem Rachel declarou o seu amor há dois anos, e o mesmo que a rejeitou. Com nada além da forte convicção de que seu pai está vivo, Rachel decide fugir e encontrá-lo por conta própria. Mas uma traição contra o Comandante tem um preço alto, e o destino que a aguarda nas Terras Ermas pode destruí-la. 

Onde comprar:


Fiquei bem ansioso quando soube que a Novo Conceito ia lançar Desafio, pois já tinha um grande interesse pela obra vendo os comentários de blogs americanos. Mas quando fiquei sabendo que se tratava de uma distopia, fui atingido por um quilo de decepção. Não me entenda mal, eu amo distopias e é o meu gênero favorito, mas ninguém precisa de mais um livro onde a protagonista tímida e oprimida salva a nação inteira com o seu amado.

Foi com esse pensamento que eu comecei a leitura de Desafio, sem grandes expectativas.

A história gira em torno de Rachel, de 17 anos, e Logan, de 19, em uma cidade comentada por um "comandante" que manda em tudo e em todos.

Neste mundo distópico, toda mulher precisa de um guardião, e, ironicamente, Logan se torna o de Rachel logo após a misteriosa suposta morte de seu pai. O irônico é: Rachel tem uma relação de amor e ódio com ele, pois em um passado recente ela declarou seu amor pelo jovem, que infelizmente não era recíproco.

A cidade é cercada por uma muralha que só é ultrapassada por alguém quando se tem ordem do comandante. O exterior da pequena cidade de Baalboden é perigoso e desconhecido.

Uma fera chamada de "a maldita" habita o lugar, exterminando todos que passam por seu caminho.

Inconformados com a suspeita morte de seu pai e mestre, que tinha partido em uma missão além das muralhas, os dois partem para o lado de fora no intuito de achá-lo e declara-lo como vivo.

Com isso, já dá pra perceber que Desafio não é a típica distopia que eu citei acima. Consegue se manter nos moldes distópicos atuais com um quê mais novo e interessante. A narrativa do livro è ótima e dividida entre Rachel e Logan, intercalando a trama com seus pontos de vista.

A autora conseguiu me prender do início ao fim, e o romance óbvio entre os dois protagonistas foi um dos únicos que não me irritou em um livro.

Se eu pudesse encontrar com C.J. Redwine agora, eu pediria perdão pela minha falta de confiança.


 Cortesia da Editora Novo Conceito
Samuel Teixeira de Almeida
Estudante carioca de 14 anos apaixonado por livros e por séries de TV. Li 23 livros em 4 meses de 2014 e 24 em 2013. Membro da Franqueza em Divergente, morador do Distrito 12 em Jogos Vorazes, Moroi em Academia de Vampiros e Caçador de Sombras em Os Instrumentos Mortais.

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24.8.15

Eu, Submissa - Vol. 2 - Trilogia O Amante [Jodi Ellen Malpas]

Jodi Ellen Malpas
Ed. Essência, 2014 - 478 páginas:
      Jesse Ward queria Ava O’Shea e a teve. Em poucas semanas, esse empresário sedutor se revelou intenso, temperamental e controlador, mas também gentil, carinhoso e protetor. Após um turbilhão de emoções e sensações, Ava se rendeu à paixão, mas acabou se afastando depois de conhecer um lado obscuro de seu amante, que parecia perfeito demais para ser verdade. Longe dele, a talentosa decoradora se sente vazia, incompleta, em total agonia. Mas, assim como um vício, ficar longe do empresário era a única maneira de sobreviver, considerando sua faceta autodestrutiva. Porém, não se escapa de Jesse Ward, e Ava devia saber disso!  

Onde comprar:



Ava O’Shea em poucas semanas conheceu e se apaixonou pelo intenso, temperamental e controlador Jesse Ward, mas ao mesmo tempo conheceu outros facetas deste homem, gentil, carinhoso e protetor. O relacionamento dos dois desde o início foi conturbado, com muitas brigas e reconciliações. Além do mais, Ava sabia que conhecia muito pouco deste homem cheio de mistérios, pois ficou muito ocupada sendo engolida por ele, cega de luxúria e se afogando na intensidade dele. Até que descobriu coisas sobre Jesse que não sabia se seria capaz de absorver. Ava decide acabar com o relacionamento com Jesse antes que seja tarde demais para ela.

Em Eu, Submissa, segundo livro da trilogia O AmanteJesse sofre e se desespera com a perda de Ava, mas decide que conquistará a mulher que é o objeto de seu desejo a todo custo, mesmo que para isso tenha que utilizar a sua melhor arma: o sexo e aí as cenas são bem eróticas. Ava tenta dar mais uma chance ao amor dos dois, ensinando a Jesse como deve ser um relacionamento, fazendo-o aprender a controlar suas exigências descabidas e sua obsessão em protege-la. E as coisas só pioram quando várias ex-mulheres pertencentes ao passado de Jesse aparecem na sua vida.

"Meu homem lindo tem problemas graves e, quando penso que estou começando a entendê-lo, sou assolada pelo pior tipo de despertar. Não o conheço e com certeza não o entendo."

Eu particularmente não acredito neste tipo de amor obsessivo que surge em menos de um mês, ao meu ver (opinião própria) o amor nasce com o conhecimento, admiração, companheirismo e principalmente respeito, é lógico que o sexo também faz parte, mas ele por si só não deve ser o fator dominante nesta equação. Por isso, em algumas partes da leitura, ficava meio irritada com as atitudes dos personagens, tão passionais para tão pouco tempo de relacionamento. Há! também quero esclarecer que apesar do título, o livro tem muito pouco de BDSM, este não é o tema principal aqui.

A trilogia O Amante é bem erótica, então recomendo para quem gosta do estilo, mas asseguro que as amantes do gênero não irão se decepcionar, pois todo ele é um jogo de quente-frio, atingindo seu objetivo de entretenimento.

Clique sobre a capa de O Amante para ler sua resenha:

Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!

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21.8.15

[Bookserie] Engenharia Reversa: Parte XII - A Justiça do Sangue



Engenharia Reversa


Parte XII - A Justiça do Sangue


O bairro de Alta Santa Maria é um lugar quase esquecido pela sociedade de Vix. Sua única relevância se deve as muitas plantas industriais instaladas na região. Antes delas, o local era habitado apenas pela classe operária, porém, sem nenhuma indústria relevante. Hoje, a imensa população de operários divide espaço com muitas gangues, composta em sua maioria por blood-punks, termo usado para definir os marginais que não tem nada a perder, mas que trabalham para alguma organização criminosa.

Bem no centro da região, onde antes havia uma pequena cidade, hoje existe um grande deserto repleto de desejos industriais, foi o local onde Maestro e seus homens emboscaram o transporte da VNR. Ao redor do deserto, se erguem as plantas industriais e, depois delas, em um círculo maior, encontram-se os diversos municípios que abrigam a população local. Toda a região fica bem ao norte do centro de Vix, separada do resto da cidade pelo bairro agrícola de Esopólis.

Porém, nesse momento Santa Maria está em todos os noticiários, e seus se aproximam das janelas, para ver o perigoso "espetáculo" que se desenrola nos céus da região.

- Desviem! Rápido, agora! - Grita para seus companheiros o líder da força de ataque da UNI-Tron, com os olhos cheios de sangue ao ver os projéteis disparados pela nave do Coveiro cruzando os céus com grande velocidade em direção à esquadrilha de flymobs da força policial.

Por muito pouco ele consegue esquivar sua nave, executando uma manobra evasiva que a vira noventa graus, enquanto os morteiros passam bem perto, deixando um rastro luminoso nos céus de Santa Maria.

Mas as duas naves que seguem bem atrás do líder não têm a mesma sorte. Um projétil atinge o flymob marcado com a identificação EPX-343, transformando-o em uma caótica explosão de chamas amarelas e vermelhas, que iluminam a noite como se fossem fogos de artifício. O segundo aeromóvel por pouco não consegue escapar, o piloto erra o cálculo e a nave é atingida na parte de baixo da fuselagem. A explosão divide o veículo em dois, os destroços voam pelos céus e ainda atingem de raspão outras naves. O corpo de um dos tripulantes é arremessado, ainda em chamas, em direção aos prédios lá embaixo, como se ele fosse um grotesco meteoro humano. A massa corporal carbonizada do desafortunado policial atinge com violência o piso de uma cobertura, espalhando partes de seu corpo por entre mesas e cadeiras de plástico.

Enfurecido, o líder do esquadrão ordena um ataque massivo.

- Aquele miserável não vai escapar! Abram fogo com tudo que tiverem!

Os céus sobre o pequeno município operário são iluminados com centenas de raios de neon, cada um de uma cor diferente, cada um mais brilhante que o outro. A frente deles, um grande objeto repleto de pequenas luzes verdes e vermelhas que parecem ser fantasmagóricas executa manobras incríveis para escapar dos raios, porém, vários deles atingem o corpo da nave, criando explosões magníficas e ondas sonoras de ensurdecedores decibéis; por onde o ensandecido comboio de flymobs passa, as pessoas se surpreendem e se assustam, correndo para suas casas ou qualquer coisa que forneça abrigo.

Dentro de seu poderoso veículo, Yuri Webber, o Coveiro, está firmemente preso em uma cadeira cirúrgica, onde um de seus homens, o médico de bordo, tenta realizar uma cirurgia para implantar um olho biônico, pois seu órgão ocular esquerdo havia sido completamente destruído por um golpe de Amanda durante a emboscada para resgatar Bel. O médico tenta se segurar como pode quando os disparos das armas da UNI-Tron atingem a fuselagem da nave. Yuri está conectado em uma video conferência com Cássius, e ficou enfurecido ao descobrir que Marcela havia fugido com a ajuda de Thiago:

- Ela se foi, porra! A loirinha foi raptada pelo frangote que trabalha para o Meastro, eles me traíram!

Do outro lado do canal de comunicação, Cassius Dex, vestido com um chamativo terno verde metálico parece não acreditar nas palavras de seu sócio.

- Yuri! Como isso foi acontecer? Cara... Agora acabou de vez! Você ferrou nosso esquema! Não temos mais a presa, tu se meteu com a polícia... Ouviu o que eu disse? A merda da polícia!

- Não vai ficar assim, Cassius, te garanto. Eles não vão me prender de novo! Vou me livrar desses trouxas da UNI-Tron e vou recuperar a presa, e mato o traidor do Maestro no processo!

- Yuri, veja bem, camarada, a única coisa que você pode fazer agora é dar um jeito de escapar e se esconder o melhor que puder, até a poeira baixar. Olha isso, cara.

Nesse momento, Cassius envia um sinal de vídeo para o CND do seu sócio, onde uma chamada do programa "A Hora do Caçador" exibe a imagem do Coveiro e o classifica como a "presa mais valiosa de toda a história do programa".

O sangue ferve dentro de Yuri, liberando um turbilhão de ódio e raiva, deixando-o ainda mais insano do que o normal. Ele se levanta bruscamente da cadeira, encerrando a conexão com Cassius. Sua aparência é terrível: um buraco vermelho e roxo, ainda com pedaços de carne pendurados no lugar onde antes ficava seu olho esquerdo, possui hematomas e machucados por todo o corpo. O médico se afasta dele, assustado e segurando com a mão trêmula a prótese biônica do novo olho:

- Senhor, tenho que terminar o implante!

Yuri ignora o homem, saindo da sala como um animal que escapa de sua jaula. O flymob executa novas manobras para escapar das rajadas disparadas pelas naves policiais, e, então, responde ao fogo disparando todas as suas armas, localizadas sobre a fuselagem e apontadas para os perseguidores. Cada disparo faz tudo tremer dentro do veículo, e o Coveiro por pouco não perde o equilíbrio enquanto corre pelos corredores, o joelho, também muito ferido devido à luta contra Amanda, dói de maneira exponencial a cada passo que o homem dá. Mas ele não para, ignora totalmente a dor e finalmente chega a sala de comando, onde estão Henry, que pilota o flymob, e mais três homens, controlando as armas.

Yuri se aproxima de Henry e com um movimento bruto empurra o técnico chefe para longe dos controles.

- O que você está fazendo aqui? Seu... Seu olho! - Diz Henri, espantado ao ver a aparência medonha do chefe.

Os outros homens olham incrédulos para o Coveiro, que assume o comando da nave e imediatamente executa uma manobra radical, fazendo um cavalo de pau com o veículo e posicionando-o totalmente de frente para as naves da UNI-Tron.

Ensandecido, Yuri acelera ao máximo as quatro potentes turbinas colocando seu flymob em rota de colisão contra o esquadrão da polícia. As primeiras naves tentam resistir até o último segundo, porém, apavorados, os policiais cedem, e o grande flymob do Coveiro começa a atravessar o esquadrão como se fosse uma bala de canhão, forçando os veículos policiais a executarem manobras evasivas. As naves se desviam como podem, algumas vertendo fogo peles turbinas e vergando para os lados, outras virando para baixo ou para cima. Totalmente dominado pela adrenalina e com um brilho sinistro no olhar, o Coveiro vocifera para seus homens:

- Queimem toda a droga da munição, destruam esses filhos da mãe! - Apavorados, os três técnicos percebem que agora as naves da UNI-Tron se tornaram presas fáceis, e sem a menor cerimônia descarregam todas as armas contra o inimigo, Henry apenas observa, porém, começa a se mover para fora da sala sem que os outros percebam.

Os disparos são certeiros, destruindo em pleno ar muitos flymobs ou danificando mortalmente outros tantos. No entanto, as naves que estavam mais atrás no esquadrão abrem fogo contra a cabine do aeromóvel de Yuri, que, percebendo o perigo, desvia seu veículo tirando-o da linha de fogo minutos antes do vidro reforçado ser atingido, assumindo uma nova rota e já saindo dos limites do bairro de Santa Maria.

As naves que não foram destruídas no ar, mas que sofreram graves avarias em suas fuselagens, se aproximam da superfície e começam a pousar, aterrissando verticalmente nas calçadas e no meio das ruas. Algumas não conseguem manobrar, mas atingem altitudes baixas o suficiente para que os agentes pulem dos veículos antes deles se espatifarem no asfalto. Em alguns minutos dezenas de flymobs da UNI-Tron estão no meio de antigos carros e dispostos caoticamente nas vias terrestres do bairro operário. Fogo e explosões acontecem por todos os lados, provocados pelos veículos que foram destruídos pelos homens do Coveiro e que caíram como bolas de fogo sobre as residências e os comércios, matando nesse processo muitos civis.

Os oficiais, espalhados pelas ruas e saindo de dentro dos veículos avariados, não conseguem acreditar no que aconteceu. Muitos dos mais jovens estão em estado de choque, vendo o fogo e os restos dos veículos por sobre as construções. Porém, o que mais impressiona os novatos são os corpos carbonizados de outros tantos agentes que não conseguiriam fugir de suas naves a tempo.

Então, subitamente, grupos de blood punks de diversas gangues diferentes começam a surgir de dentro dos condomínios. Eles estão furiosos, portam desde porretes cheios de pregos a fuzis e metralhadoras da década passada, porém, são armas suficientes para causar uma carnificina. Além de quererem trucidar os policiais, eles estão atrás das valiosas peças dos flymobs que ainda funcionam.

Repentinamente, o grupo de criminosos começa a correr em direção aos policiais, gritando ensandecidamente como loucos, a horda aponta suas armas e inicia o ataque brutal sem a menor cerimônia, aproveitando-se do estado de choque de muitos dos policiais e usando o elemento surpresa.

Existe muito ódio entre a UNI-Tron e as gangues urbanas das zonas pobres de Vix, e agora o mesmo estava sendo canalizado pelas armas dos blood-punks. Não se importando em fazer prisioneiros, os criminosos metralham qualquer um que esteja usando um uniforme azul e branco, matando com a mesma violência homens e mulheres, cabos, sargentos e tenentes.

Num piscar de olhos, o ar é preenchido por gritos de horror e as ruelas são percorridas por policiais em pânico, tentando fugir da turva assassina que comera cada morte com euforia. Muitos agentes são mortos pelas costas, enquanto outros são derrubados no chão e linchados por grupos de punks usando bastões e garras de metal, o inferno não pode ser pior.

Os agentes mais velhos, que perceberam a ameaça primeiro, tentam se proteger dentro dos flymobs avariados, se esforçando para responder ao fogo e dar cobertura aos demais colegas, ao mesmo tempo solicitando desesperadamente por ajuda.

Minutos se passam, e então, rápidos como um enxame de abelhas, centenas de drones de ataque da UNI-Tron chegam ao lugar onde a chacina se desenrola, e, com manobras precisas, usam suas mini-metralhadoras e começam a rechaçar os blood punks, protegendo muitos agentes e, enfim, virando o jogo a favor da força policial. Os flymobs restantes, que ainda estão no ar, ao receberem os chamados desesperados dos oficiais em terra encerram a perseguição à nave do Coveiro e retornam para salvar seus companheiros. Em questão de segundos, as naves cercam as gangues e, da mesma maneira que os punks fizeram, atiram sem piedade nos homens das ruas. Muitos são cercados por drones, que, sem nenhuma trava eletrônica, enchem os inimigos de buracos de bala.

Enquanto isso, o flymob do Coveiro já está longe de Santa Maria, em direção ao sul e agora sobrevoando o bairro agrícola de Esopólis. Rindo da situação, Yuri interrompe a comemoração com seus homens e contacta Cassius.

- Fala, parceiro! A UNI-Tron já era. Estou indo para o ponto de encontro aqui perto, me encontre lá, beleza?

Pela tela virtual, Cassius aparenta estar um pouco cansado, com preocupação no olhar.

- Cara, você acha que vai ser tão fácil assim? Colocaram tua cabeça a prêmio! Você se tornou o segundo criminoso mais procurado nas dez cidades corporativas do continente!

Yuri ri, gostando da situação, pois agora poderia agir livremente.

- É? Que honra! - ele solta mais algumas risadas - E quem é o primeiro?

- É o tal do Maestro. O cara deve estar com a nossa presa.

Agora Yuri fica sério.

- Vou pegar o filho da puta. E depois vou atrás da Fúria para recuperar a outra presa. Tu vai ver, parceiro.

Então, um forte impacto se faz sentir dentro do grande flymob. Os técnicos, ainda em júbilo devido a incrível vitória contra a polícia, arregalam os olhos e encaram Yuri. Logo, um deles, o mais esperto, acessa os sistemas da nave e vê, incrédulo, que alguma coisa atingiu uma das turbinas. Um tiro, e disparado por uma arma muito mais potente do que as usadas pelas naves da UNI-Tron, pois o tiro havia varado a poderosa blindagem e destruído tudo no caminho.

- É um laser! - Grita o técnico.

- Dá onde veio essa porra? - Inquere Yuri, encerrando abruptamente a conferência com Cassius.

- Não sei chefe! Estamos perdendo altitude!

Logo, mais disparos atingem a nave. Como uma chuva mortal, dezenas de filetes de energia disparados de uma alta órbita perfuram a blindagem do flymob destruindo tudo que encontram pela frente. Um dos raios atinge a cabine e, grotescamente parte um dos homens em dois.

- É o GTGA! Estão usando um satélite para atirar na gente! Não temos como escapar! - Grita desesperado o outro técnico.

- Saia da minha frente!

Yuri empurra o homem e se lança para fora da cabine. Correndo com tudo que pode, ele presencia o inferno que toma conta da nave. Pequenas explosões elétricas por todos os lados, curto-circuitos, filamentos incandescestes pela fuselagem indicando por onde os lasers passaram.

Mais tiros, e agora o flymob começa a envergar para baixo. Desesperado, Yuri desce uma pequena escada e em meio ao caos consegue chegar à parte de baixo da nave, onde deveria encontrar duas flybikes.

- Filho da puta! - Grita ao perceber que uma delas não está mais ali. Então ele vê a grande escotilha aberta. Henry havia fugido.

A tempestade de raios se intensifica, causando muitos danos estruturais. Yuri se lança sobre a flybike. Imediatamente, a tela do veículo se acende e estabelece uma conexão com seu CND, exibindo informações importantes. A aero-moto começa a flutuar e, com um comando mental, Yuri faz o pequeno veículo acelerar. Com certa dificuldade, ele consegue sair do flymob. Olha para trás e presencia o espetáculo terrível: uma chuva de raios, uma cachoeira de néons, castiga sua grande nave, cortando suas partes como se fossem feitas de papel.

A moto ganha velocidade e agora já está a mais de um quilometro de distância do flymob. Uma forte explosão clareia a noite. A grande nave cai sobre uma plantação como uma bola de fogo. Centenas de luzes surgem no horizonte e se dirigem para o local do acidente. Bem distante, Yuri apenas observa usando a câmera traseira da flybike.

"Idiotas", ele pensa. Então, rápido como uma bala, o Coveiro atinge os limites do bairro Esopólis, chegando a um setor urbano mais avançado. Manobra velozmente por entre grandes arranha-céus, tomando todo o cuidado para evitar as naves da polícia, afinal, o toque de recolher está em vigor e por isso todo o cuidado é pouco. Sente o vendo no rosto, a sensação de liberdade.

Acessa um bio-arquivo em seu CND. Com um bio-software, decodifica o arquivo usando como entrada seu próprio DNA, a informação que revela o local do esconderijo é descarregada em sua memória, dando a impressão de que ele sempre soube daquilo.

Visualiza em suas retinas a nova rota e ajusta a direção da moto. Cruza os céus em alta velocidade, pilotando com precisão, enfim chega até uma cobertura em forma de círculo, localizada em um edifício de baixa estatura que é rodeado por outros imensos prédios, de tal forma que os prédios parecem criar uma espécie de muralha natural em volta da cobertura. Avista lá baixo a figura de Cassius, agora vestindo um sobretudo verde oliva.

Suavemente, aterrissa a flybike na cobertura, diminuindo gradativamente a intensidade nas pequenas turbinas laterais usadas para as manobras verticais. Aliviado, Yuri desce da moto e anda em direção ao seu sócio.

- Tá vendo só, Cassius, foi moleza!

Mas a expressão no rosto do homem não é das melhores, ele está carrancudo, um tanto tenso. Esforça-se para produzir um sorriso amarelo.

- É, bro, você conseguiu!

Yuri percebe que tem algo errado. Se lembra que na flybike existe uma pistola dentro de um coldre fixado junto ao motor. Ele gira nos calcanhares, pronto para correr para a moto, porém, é derrubado por um forte soco que surge do nada, um cruzado de direita.

Ele cai, cospe sangue e se apoia no chão forrado por placas de mármore.

- Que merda essa, Cassius?

Então, sente um forte chute contra as costelas, que o fazem voar por alguns metros na direção de Cassius, que prontamente se esquiva para um lado enquanto o copo do Yuri passa por ele.

- Acho que agora estamos quites, Coveiro.

A voz feminina ecoa no ar através de alto-falantes. Yuri tenta se levantar, porém, sente que várias costelas foram quebradas, produzindo uma dor terrível. Com um pouco de atraso enfim reconhece a voz.

- Dianna! - Ele grita, acometido pela surpresa e pelo pânico.

O ar começa a vibrar ao lado de Cassius. Contornos brilhantes parecem emergir do nada e então uma silhueta feminina ganga forma, em instantes revelando uma bela armadura branca com ornamentos dourados. A Fúria se faz presente.

- Seu desgraçado! Você me traiu! Filho da puta! - Mesmo ferido, o Coveiro consegue se levantar e empreende uma corrida desesperada na direção de Cassius, porém, Dianna está atenta e, levanto seu braço direito, dispara um dardo elétrico contra Yuri, que o atinge no peito fazendo com que o grande homem despenque, parando a alguns centímetros de seu ex-sócio.

Cassius se abaixa, olha fixo para Yuri, que ainda é puro ódio, mas já não consegue pronunciar nenhuma palavra. O dardo liberou centenas de nanorôbos em seu corpo, e agora eles estão paralisando uma a uma suas funções vitais.

- Desculpa sócio. Mas ela cobriu todo o prejuízo que tivemos na caçada e - faz uma pausa, respira fundo e desabafa - tua cabeça tá a prêmio!

Os olhos do Coveiro expressam um ódio sobre-humano, ele tenta fechar o punho para dar um último soco, mas, dominado por uma fadiga sobre-natural, desfalece.

Trinta minutos depois, Yuri recobra a consciência. Olha ao redor, está deitado em uma maca em uma sala apertada, de paredes brancas. Reconhece aquele tipo de ambiente, está a bordo de um flymob de transporte, mas um não tão grande quanto o seu, que, ele se lembra, agora não passa da um monte ferro retorcido.

Então, algo muito estranho acontece: sem que ele queira, suas pernas se movem sozinhas, seu corpo se levanta e o coloca de pé. Tudo acontece indiferente a sua vontade. "Que merda é essa?", pensa desnorteado.

Começa a andar pela sala, tenta lutar desesperadamente, tenta assumir o controle do próprio corpo, em vão. A escotilha se abre e ele entra em um novo compartimento, onde, pela primeira vez, vê Dianna sem seu capacete. Os traços finos, a pele alva, o cabelo negro preso em um coque, a Fúria é realmente linda e, por um breve instante, Yuri sente uma incômoda vontade de beijar os lábios cheios da italiana, mas o desejo logo desaparece quando seu corpo para de se mover e a sensação de impotência o domina.

Ela sorri sarcasticamente.

- Olá, Yuri. Você deve estar se perguntando o que está acontecendo, certo?

Ele tenta falar, mas seus lábios não se movem, expressa a raiva com o olhar, o que só deixa Dianna ainda mais animada.

- É só um novo brinquedinho do Raji, meu sócio genial. Incrível, não é mesmo?

Yuri é dominado por um pânico extremo, havia sido transformado em um mero boneco, um brinquedo nas mãos da Fúria. A raiva é tamanha que, por alguns instantes, ele quase sente o punho, quase consegue movê-lo um milímetro, mas logo percebe ser impossível. Dianna o observa, consegue ler suas reações. O rosto da caçadora assume uma expressão séria.

- Você é uma vergonha, Webber. E é devido a brutamontes como você que nosso ofício vem sendo perseguido pelas autoridades. Você não respeita o Código, não joga conforme as regras, nunca se filiou à Ordem de Ártemis, ou seja, você não merece ser chamado de caçador, Yuri. Não estou aqui apenas para capturar a Marcela, que você, de maneira suja e covarde roubou de minhas mãos. Estou aqui, principalmente, para fazer justiça, a Justiça do Sangue.

Yuri ouve atentamente cada uma das palavras, sim, havia o Código e a maldita Ordem de Ártemis, uma seita imbecil, segundo ele, que treinava e controlava os caçadores de recompensas ao redor do mundo, uma coisa pavorosa, que ia contra seus ideais de liberdade. A Justiça do Sangue era como os caçadores artemianos chamavam o ato de se livrar dos caçadores que não pertenciam à ordem, em outras palavras, era quando um caçador caçava outro para matá-lo ou deixá-lo incapacitado para sempre. Não existem alternativas, ele começa a desistir de lutar. "Fim da linha", pensa, já se conformando com seu destino.

Ainda consegue controlar seus olhos, e somente eles. Vê a caçadora pegando o capacete, muito semelhante a um elmo de centurião romano. Ela o coloca com delicadeza e então se move na frente dele, descendo por uma pequena rampa com passos cadenciados, o quadril, em lentos movimentos devido a armadura, irradia uma certa sensualidade, bonita, mas não vulgar. Os movimentos de Dianna espelham confiança, mostrando que, naquele momento, ela havia vencido.

Então eles saem de dentro da nave e Yuri a reconhece como o flymob de Dianna, bem menor que o seu, porém, muito mais rápido. Olha em volta, vê fumaça e pequenos incêndios por todos os lados, vê os restos dos aeromóveis da UNI-Tron juntamente com vários corpos espalhados ao longo da rua, muitos policiais, mas também muitos blood punks. Então, percebe, ele está de volta a Santa Maria, no bairro operário onde seus finados técnicos haviam dado aquela "surra" na força policial.

Um grupo de agentes se aproxima dos dois, à frente deles, um oficial cumprimenta Dianna com um aparto de mãos, ela então se volta para Yuri e fala com ele usando a interface de comunicação do CND.

- Você foi à presa mais fácil que eu já capturei, e a mais valiosa também!

Incrédulo, ele a vê subir de volta para a nave, mas, antes de fechar a rampa, Dianna se vira para o Coveiro e envia uma última mensagem:

- O bio-programa do Raji é sensacional! Ele me permite ter total controle sobre os seus músculos, contudo, tem um pequeno probleminha: você não sente nenhuma dor, é como se seus nervos fossem desligados, e isso não é bom, porque seus amigos ali querem te dar um recado. Enfim, estou desativando o programa e em breve ele será destruído e expelido do seu corpo, através de suas glândulas sudoríparas. Ah, e se serve de consolo, não se preocupe que vou capturar a Marcela, a VNR colocou um alto preço pela cabeça dela.

Dianna desaparece com a pequena rampa se fechando de sua nave se fechando. Logo o veículo inicia seu procedimento de decolagem. Yuri então sente um choque e cai de joelhos. De imediato, ele consegue abrir os dedos das mãos, e, para sua satisfação, volta a sentir seus braços e pernas.

Animado, não percebe os muitos agentes que começam a cercá-lo, e quando se dá conta, é atingido brutalmente no rosto por um forte soco. Perto dali, o oficial que havia cumprimentado Dianna emite uma ordem que se restringe apenas aos policiais presentes:

- THX 754, desligue todas as câmeras, temos um acerto de contas a realizar.

Os oficias da UNI-Tron fecham o círculo ao redor do Coveiro e, cheios de fúria, o agridem com uma profusão de socos, chutes e golpes de cassetete, descarregando no caçador de recompensas toda a raiva acumulada durante a última hora. Yuri é forte, mas em pouco tempo sua mente desfalece enquanto seu corpo se torna um mero saco de pancadas.


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Aspirante a escritor, inquieto por natureza, ainda tenho vontade de mudar o mundo ou pelo menos colocar um monte de gente para pensar. Viciado em livros, games, idéias loucas e sempre procurando coisas que desafiem minha imaginação.
20.8.15

O Diário de Samantha [Ana Monteiro]

Ana Monteiro
Ed. Novo Século, 2015 - 540 páginas:
      Samatha Walker é líder da banda Nightwalkers, uma vampira que, com sua voz suave e melodiosa, torna-se, em bem pouco tempo, uma estrela do rock mundialmente famosa. Só o que ela não sabia era que a sua fama repentina facilitaria a aproximação de Hadrian e sua corja, um antigo rival de Nicholas Lacroix, o vampiro que a transformou e com quem ela viveu um verdadeiro conto de fadas no passado, antes de conhecer Victor Hugo, seu amor humano. 

Onde comprar:



A PAZ DE ESPÍRITO É TUDO O QUE BUSCAMOS

Acho que não falei para vocês que adoro vampiros! Li muitos livros sobre o assunto e realmente sou fã de muitos escritores. O universo vampírico é muito rico e repletos de nuances realmente interessantes.

Mas ler tantos livros sobre o assunto também trás uma desvantagem: Fico muito crítico.

Diário de Samantha é o livro da escritora Ana Monteiro. A história é muito bem escrita, com uma narrativa rica e bastante variada. Conta a história de Samantha, que é transformada em vampira, quando sofre um revés na vida.

Como ela é cantora em uma banda punk gótica, acaba combinando perfeitamente com o estilo, então ela passa desapercebida pela multidão. Claro que a história começa com a morte de Samantha, e ao longo do trajeto vamos descobrindo os motivos e consequências de seus atos.

Para leitores que curtem histórias de vampiros, essa é baseada no universo de Vampire: The Masquerade (Roleplaying game), e fica muito forte os traços de influência do jogo e as referências a Rainha dos Condenados (Anne Rice) e a banda de punk gótico Evanescence.

Um detalhe me chamou a atenção: As letras das músicas. Sim! Todas as músicas que a personagem canta, são descritas (em inglês com tradução em português), o que enriqueceu de forma interessante a história.

Acredito que o leitor que não teve muito contato com esse tipo de história, vai encontrar aqui, um começo bem brando e interessante. Espero que vocês gostem do livro!


 Cortesia da Editora Novo Século
Marcos Graminha
Marcos Graminha é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite". contato: marcos.graminha@gmail.com

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