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28.9.15

QUADRINHO: Star Wars Legends - Darth Vader: O Esquadrão Perdido [Haden Blackman, Rick Leonardi]

Ed. Panini, 2015 - 122 páginas:
      Ao trair a Ordem Jedi e aliar-se a Palpatine, Anakin Skywalker se tornou Darth Vader, o segundo homem mais poderoso e temido da galáxia, atrás apenas do próprio imperador! Ao receber a importante missão de resgatar o desaparecido almirante Garoche Tarkin - filho do Grande Moff Tarkin -, Vader começa a ser assombrado por um fantasma de seu passado e por visões do que poderia ter sido sua vida caso tivesse ficado ao lado dos Jedis e enfrentado o maligno Palpatine. Para ter sucesso na delicada tarefa que recebeu, Vader terá de enfrentar motins, traições e seu inimigo mais implacável - sua própria consciência! 

Onde comprar:


A FORÇA DE UM MITO

Antes de mais nada, vale relembrar que todo o material de STAR WARS LEGEND é parte integrante de STAR WARS, porém os fatos ocorridos nesta série podem ou não ser integrantes do universo original dos filmes. Portanto, são fatos que podem ou não ter ocorridos como descrito, porém faz parte do universo.


Ao fazer a resenha de um HQ (história em quadrinhos), espero trazer aos leitores uma experiência diferente. Normalmente o público leitor de livros, vê quadrinhos como "produto pra criança", "gibi". Esse conceito de que é material infantil, está muito enraizado na cultura dos leitores. Porém, o universo nerd é alimentado por estes HQs a anos, e é o que mais enriquece.

A mistura de imagens e história, torna a experiência muito mais rica e divertida, e levam sempre a uma análise reflexiva muito mais interessante e envolvente. A muitos anos os quadrinhos deixaram de ser apenas destinados ao público infanto-juvenil.

A historia de O ESQUADRÃO PERDIDO, se passa logo após o Episódio 3 de Star Wars, quando Darth Vader, passa a trabalhar para o imperador, e ainda não é o general supremo das Forças Imperiais. O Grão Almirante Tarkin (o mais maldoso de todos os Imperiais), ainda não é tão mal, mas já odeia Darth Vader.


Nessa aventura, o Lord Vader sai em missão para resgatar o filho de Tarkin, que se perdeu na Nebulosa Fantasma, e por se tratar de um sistema novo, não se sabe muito sobre sua história e seu povo. Quando inicia a missão, Darth Vader sugere então que, apenas encontrar o filho de Tarkin não basta: Mata-lo, tornará Tarkin mais engajado a causa do Império e esta se torna a ordem do Imperador.

A história é muito interessante e mostra a gradativa evolução para a maldade de Tarkin e Vader e as raízes dos embates entre os dois. O gráfico da revista é bem interessante, mas todo digital. O roteiro é bem legal e considerei uma boa história. Recomendo a leitura!!


Marcos Graminha
Marcos Graminha é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite". contato: marcos.graminha@gmail.com
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25.9.15

[Bookserie] Engenharia Reversa: Parte XIV - O Templo



Engenharia Reversa


Parte XIV - O Templo


O grande veículo industrial se movimenta pela rua em direção a uma escotilha incrustada no asfalto. De súbito, a máquina para exatamente sobre ela, a encobrindo totalmente. Então, um motor é ativado e grandes pernas de metal, seis ao todo, semelhantes as patas de um aracnídeo, se desdobram da carroceria do veículo, fixando-se no asfalto em volta do monstro de metal. Vários giroflexos espalhados pelo corpo da máquina começam a funcionar e sirenes estridentes preenchem o ar com seus sons agudos e irritantes.

Ao redor do colosso, centenas de oficiais da UNI-Tron armados até os dentes e não sabendo bem o que vão encontrar pela frente esperam pelo término do serviço. Mais próximos do veículo e se destacando em meio ao grupo de policiais, estão os agentes da VNR com suas chamativas armaduras vermelhas, mas é Amanda Makarim, vestida com couraças negras e brilhantes, quem mais aparece nas câmeras voadoras que pairam nos céus e transmitem tudo para os canais de notícias.

Ela está com o rifle preso às costas e suãs mãos estão ocupadas segurando, em cada uma, duas reluzentes maletas de metal. Então um forte estrondo se faz ouvir, e as sirenes da grande máquina cessam. Apoiando-se em três das seis robustas pernas de metal, o veículo flexiona seu grande corpo, levantando-se no ar em um movimento impressionante. Um grupo de policiais se afasta rapidamente, percebendo que a máquina está prestes a "pousar" sobre o lugar que eles estavam ocupando.

Agora, onde antes havia apenas uma escotilha, existe um grande buraco, perfeitamente delimitado em um círculo impecável. A colossal máquina começa a se afastar, e para muitos o robô industrial parece exibir um certo ar de pompa, como se estivesse orgulhoso pelo serviço prestado. Então, o tenente da UNI-Tron se aproxima do círculo e o examina; ativa seu comunicador e usando a rede local da Força entre em contato com o efetivo:

- Atenção todas as unidades, entraremos nos subterrâneos em dez minutos. Controle Tático, envie todos os drones para dentro do túnel!

- Não. Esperem. - a voz de Amanda invade a transmissão, causando surpresa ao tenente e a muitos oficiais.

- O quê? Como você entrou em nossa rede local? Essa é uma banda de dados exclusiva da UNI-Tron! Acesso não-autorizado é passível de punição!

- Ora essa, tenente, não se faça de bobo! A VNR tem autorização total concedida pelo Conselho Corporativo, e você sabe disso. - Argumenta Amanda, estranhamente divertida.

O sangue do tenente ferve, mas ele sabe que a agente corporada diz a verdade. Mesmo poderosa, a UNI-Tron não é uma força autônoma, ela, como quase tudo no novo mundo, está sujeita ao controle das Corporações Globais.

- Seus drones são muito barulhentos, podem facilmente ser detectados e pior ainda, podem informar aos aliados dos terroristas que estamos nos aproximando. - enquanto fala, Amanda se aproxima do círculo aberto pelo robô.

- Além disso, eles são lentos. E podem ser facilmente destruídos. Lembre-se, tenente, essas galerias são como um verdadeiro labirinto, e nós não temos mapas ou registros dessa parte da cidade, porque simplesmente nunca nos importamos.

Agora, com todos os olhares e ouvidos voltados para ela, Amanda coloca as duas malas de metal no chão e se ajoelha em uma perna, perto dos objetos. Então, sem nenhuma pressa, abre os dois recipientes; automaticamente, um conjunto de prateleiras sobrepostas se ergue de dentro de cada um deles. Pela distância em que estão, os oficiais e mesmo as câmeras nos drones midiáticos não conseguem ver nada, as prateleiras estão, aparentemente, vazias! Ela pensa em um comando e imediatamente todas as transmissões dos drones civis são interrompidas, então ativa sua filmadora acoplada no capacete da armadura, e começa a transmitir as imagens em tempo real para a rede local da UNI-Tron. Logo, todos os oficiais conseguem ver, abismados, que as prateleiras estão repletas de diminutos insetos alados, dispostos em filas indianas. De maneira sincronizada, os pequenos seres começam a mover suas asas e logo levantam voo.

Uma nova tela virtual se forma nas retinas de Amanda, onde as imagens enviadas pelos insetos são exibidas em uma resolução incrível. Ela alterna as transmissões, checando o sinal das câmeras de cada um deles. Então, com um comando mental, coloca o enxame em formação e o faz mergulhar velozmente dentro do círculo aberto no chão. Eles se dividem em vários pequenos grupos e, com uma velocidade absurda, começam a adentrar os subterrâneos, se espalhando pelos túneis e galerias. Amanda ativa um filtro nas câmeras, mudando-as para visão noturna. Então, compartilha as imagens dos insetos com o restante dos agentes da VNR e também com os policiais da UNI-Tron.

- Insetos robôs! - Diz o tenente, embasbacado.

- Não. Não são robôs. São seres vivos artificialmente criados e geneticamente modificados, micro-ciborgues, para ser mais exata.

O tenente já havia visto muita coisa ao longo de seus quase vinte anos de serviço, mas nada se comparava aquilo. Entretanto, ele não poderia se deixar envolver pela tecnologia daqueles miseráveis corporados, ele odiava o fato da Força estar subjugada ao crivo das mega-empresas.

- Certo agente Amanda, seus insetos são bem mais rápidos que nossos drones, mas mesmo assim, como vamos encontrar os terroristas lá em baixo? Devem existir centenas, senão milhares de túneis!

- Não se preocupe Tenente. Eles estão programados para localizar humanos, podem detectar pessoas a centenas de metros, rastreiam o calor e os odores do corpo, entre outras coisas. Preparem-se, nós vamos entrar.

Amanda pega seu rifle e, rapidamente, salta para dentro do círculo. Os agentes da VNR vão em seguida, sincronizados com ela. Os oficiais da UNI-Tron se aproximam e, motivados pela incrível tecnologia exibida, imitam os passos dos agentes.

Então, minutos depois de adentrar um dos túneis, Amanda começa a receber os dados dos insetos e, instantaneamente, um mapa em 3D do local começa a ser desenhado e transmitido para todos os grupos.

De súbito, ela tem sua atenção atraída por um indicador piscante na interface digital projetada em sua retina: um dos insetos encontrou alguma coisa, um rastro de calor! Um pequeno sorriso se forma no rosto da Rainha de Fogo.

- Atenção todas as unidades, estou marcando no mapa a rota dos terroristas. Agora é só uma questão de tempo.

***

- Merda! Essa imundice não termina nunca! - diz Davi com a voz falhando, para em seguida tossir copiosamente. Sua visão arde e seu corpo começa a queimar de febre, tudo devido à água que ele havia engolido a quase uma hora atrás. Carregado por Marcela e Thiago, o bio-hacker mal consegue mover suas pernas, e luta como pode para se manter consciente.

Atrás deles, os filhos de Alfa Um continuam resolutos, não abaixam suas armas um segundo e não aparentam nenhum cansaço. Isaías, o mais alto e forte dos três, é o que demonstra mais ansiedade, apressando os prisioneiros e gritando com eles quando percebe que estão diminuindo o ritmo.

- Andem mais rápido! Ou vamos matá-los aqui mesmo e deixar seus corpos para apodrecerem pela eternidade!

- Cara... Por favor, o Davi tá doente, não vamos conseguir chegar em lugar nenhum assim! - Protesta Thiago, exausto.

- Continuem andando! - Esbraveja nervosamente Isaías.

Sem nenhuma outra saída os dois obedecem, usando as últimas forças para carregar Davi. Repentinamente, os passos se tornam mais difíceis, e Marcela percebe que eles atingiram algum tipo de subida. Ela se desequilibra e quase deixa Davi cair, porém, os dois Filhos de Alfa Um, enfim, correm para ajudá-la, segurando Davi e também aliviando um pouco para Thiago.

Ela tenta se apoiar no chão, molhando sua jaqueta, mas Isaías a segura pelo braço e sem o menor esforço coloca a engenheira novamente de pé, forçando-a a continuar andando.

Agora eles começam a subir, e em pouco tempo a água se resume a uma fina camada que desce pela inclinação. Alguns minutos depois, chegam em um lugar quase seco e totalmente diferente do restando do túnel e das galerias lá em baixo. É um cômodo retangular, com o teto bastante alto e um razoável espaço entre as paredes laterais, formando um corredor que termina em uma grande porta em forma de círculo, de aço, e que lembra bem uma porta redonda de cofre de banco. Thiago, impressionado, nota que existem várias pequenas luzes coloridas nela, indicando que ali existe um mecanismo eletrônico de controle. Marcela repara nas paredes, que são negras, reluzentes, e repletas de desenhos e símbolos tribais pintados em dourado. "Cromo?" Ela pensa, imaginando o material que utilizaram para construir aquela antessala.

- Chegamos! - Vocifera euforicamente Isaías.

Um forte e abafado estampido é ouvido, revelando um mecanismo escondido nas paredes. Em segundos, a grande porta circular começa a se mover, abrindo-se para fora na direção do grupo e liberando uma luminosidade amarela e que vai aos poucos tomando conta do lugar. Os corações dos prisioneiros aceleram, e eles são forçados a protegerem seus olhos quando a porta se abre totalmente e a luz invade por completo a antessala, Marcela, gentilmente, protege as vistas de Davi.

Devido a seus óculos espelhados, os Filhos de Alfa Um não são afetados para forte luminosidade, e levantam seus braços para cima, com as armas em punho, realizando uma estranha saudação.

De relance, Thiago percebe vultos surgindo em meio a luz. Eles se movem rapidamente na direção do grupo.

- Abram os olhos, gado! - Ordena Isaías - Vocês se acostumaram às trevas do subterrâneo, mas logo vão se adaptar a claridade de nosso Templo!

Os vultos, que agora Thiago percebe, são mais Filhos de Alfa Um, se aproximam deles e os forçam a remover as mãos da frente dos olhos, ao mesmo tempo em que revistam os prisioneiros. Exausto, Klein não reage quando sua pistola é encontrada e removida. Um dos novos guerreiros se dirige a Isaías:

- Você chegou bem a tempo, irmão. Estão todos ansiosos pelo retorno da Mãe, e agora, enfim, poderemos tê-la conosco! Vamos entrar, os Carrascos da Babilônia estão nos subterrâneos, mas jamais vão encontrar nossa cidade!

- Também estou muito feliz, irmão, apesar de perdermos muitos para resgatar esse três escravos, esse gado! - fala com desprezo, então continua - Mas agora, aquele miserável terá que cumprir sua parte no acordo!

- Sim, de fato!

- Ah, tem outra coisa, Proteus, um deles bebeu da água dos túneis, precisa ser curado o quanto antes. Eu não me importo com eles, por mim deixaria que apodrecessem aqui em baixo, mas aquele carrasco desgraçado poderá não gostar disso...

Proteus olhou para baixo e sacudiu a cabeça, pensativo. Então logo voltou a falar:

- É verdade, não podemos falhar. Pode deixar comigo, irmão, vou cuidar disso.

O grupo então adentra pelo portão circular. Thiago, Marcela e Davi começam a recuperar a visão, e não acreditam no que seus olhos revelam: O Templo é inacreditável: um grande salão em forma de hexágono, onde em cada vértice, gigantescos pilares sobem por uma altura de aproximadamente quinze metros, revelando muitos andares e sacadas repletos de filhos e filhas de Alfa Um. Grandes holofotes no teto projetam luzes amarelas para baixo, e nas paredes mais próximas do solo, centenas de gravuras parecem contar uma estranha história, onde Thiago de imediato reconhece desenhos que lembram os primeiros bio-computadores. Tudo parece ser feito de pedra, pedras de uma coloração vermelha nas pilastras e nas paredes, exceto nas partes das gravuras, onde um amarelo desbotado predomina no segundo plano dos desenhos. Eles podem ver muitas portas que levam a outros corredores, tem muita gente sindo por eles e se aglomerando no grande salão. Um burburinho inquietante preenche o ar, revelando que algo muito importante está acontecendo.

O lugar está lotado: centenas de filhos e filhas de Alfa Um, crianças, idosos, mulheres grávidas, todos vestidos pobremente com seus trapos imundos, e as incômodas placas de circuitos espalhadas pelas roupas e pelos corpos.

É uma verdadeira comunidade vivendo nas profundezas de Vix. E todos olham para eles, e olham com ódio, mas também com uma certa esperança. "Meu Deus", diz Marcela, boquiaberta ao perceber as expressões nos rostos daquelas pessoas, daquela tribo.

Então duas mulheres se aproximam e, com gestos brutos, pegam Davi e começam a levá-lo para longe.

- Ei! O que vocês vão fazer com ele? - protesta Thiago, com Marcela fazendo uma cara de indignação, mas logo ele se cala quando muitos guerreiros apontam para eles suas armas rústicas.

- Vamos andando! - grita um dos captores, empurrando o hacker e a engenheira para dentro do salão, abrindo espaço em meio aos seus irmãos e irmãs. Eles se movem rapidamente e logo atingem o centro, onde, em um pequeno pedestal, um velho se destaca em meio a multidão.

Diferente da maioria, o ancião tem a pele bem alva, e Marcela repare em seus olhos, de um azul profundo. Não tem mais cabelos e também veste um manto tão sujo quanto os dos outros, mas sem nenhum tipo de circuito. O velho é bem magro, quase uma caveira, e sua pele enrugada parece querer se desprender do corpo e cair a qualquer momento, seu rosto é duro, com traços bem mercados e várias rugas, refletindo a idade avançada, um nariz grande e aquilino o deixa com um certo ar de superioridade, porém, o que mais chama a atenção nele é o que parece ser uma grande antena, fina, prateada, que se projeta de suas costas, ela parece sair de dentro de sua coluna.

Então, a uns seis metros de distância do homem, uma visão perturbadora estarrece Marcela e Thiago: em uma pequena plataforma também elevada acima do chão, Maestro está de pé, com Bel a sua frente, e com um braço firme ao redor do pescoço da moça, aplicando uma gravata e a imobilizando; com sua outra mão, ele aponta uma pistola automática para a cabeça dela.

- Zardor! Eles estão aqui! Isaías conseguiu! - Grita o Filho e Alfa Um que está com Marcela e Thiago cativos. O burburinho subitamente termina, e todos, sem exceções, voltam seus olhares para Maestro.

O velho soturnamente crava seus frios olhos azuis no deletador e então, de uma maneira solene, profere suas palavras:

- Como combinado, carrasco, aqui estão seus comparsas! Agora, exijo que você liberte nossa Mãe! Já!

- Liberte-a! Liberte-a! - gritam as pessoas, formando um coral lamuriante e ao mesmo tempo assustador.

Marcela vê a expressão de terror nos olhos de Bel; então olha para Maestro e vê o homem engolindo seco.

https://www.facebook.com/engenhariareversalivro

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André Luis Almeida Barreto
Aspirante a escritor, inquieto por natureza, ainda tenho vontade de mudar o mundo ou pelo menos colocar um monte de gente para pensar. Viciado em livros, games, idéias loucas e sempre procurando coisas que desafiem minha imaginação.
24.9.15

A Forma da Sombra [Fernando de Abreu Barreto]

Ed. Caligo, 2014 - 116 páginas:
      Romance de estreia de Fernando de Abreu Barreto, A FORMA DA SOMBRA carrega todas as características que são marcantes no autor: o texto direto e cru, o controle da tensão e a criação de personagens sólidos e profundos. Thriller ágil, que envolve o leitor nas primeiras páginas, o livro rompe a barreira do gênero e se insere entre os títulos de alta literatura brasileira, arrancando elogios de autores contemporâneos consagrados, como Carola Saavedra. 

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Quem ou o que sou eu?

Escolhemos o livro ou o livro é que nos escolhe? Com A forma da Sombra (Caligo, 116 páginas) não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Fui mais uma vez agraciado com um presente da amiga Bia Machado. Fiquei matutando sobre o título, sobre a forma como o texto se encadeava, sobre a sombra que o texto produzia em minha mente já delirante, faminta por cada detalhe.

Capítulos curtos em primeira pessoa são, geralmente, de difícil digestão, mas não é este o caso. O autor Fernando de Abreu Barreto (guardem bem este nome) consegue imprimir ritmo e tensão constantes. Não trata o leitor como um indigente literário. Corre riscos. Tem talento de sobra para isto:

“Entre as estações acontecem muitas coisas, há mais vida na escuridão do que na luz. Ali sou verdadeiro, como à noite. Nos túneis soa uma música que não é cantada, ou tocada, é atrito de aço e aço que termina em música...”

Este texto fica gravado atrás das retinas, como quando olhamos de relance para o sol, fechamos os olhos e lá está ele, sua forma negativa, um flash de máquina fotográfica, o farol alto do automóvel em sentido contrário. A forma impressa lá, fantasmagórica:

“E compreendi que não preciso mais de comida. É a vida daquele lugar que me satisfaz. O que fica para trás impresso no ar em alta velocidade, despojo das almas que transitam por ali sem perceber que deixam solta uma parte do que foram, o que somente eu consigo enxergar.”

O narrador não gosta de sol, vive no escuro, trabalha nos túneis da Estação. Lá é seu habitat, lá ele é dono e senhor das sombras e de si mesmo. Quer saber quem é, qual sua natureza. Vai se dando conta ou perdendo completamente a razão, não há como saber. Suas confissões alternam passado e presente. A escrita beira o clássico, consigo perceber cada pensamento, com requintes góticos, de sua luta pela sobrevivência. Isso serviria de justificativa para seus atos?

“Nada é como foi, ou nada era o que parecia, o que não tem importância. É provável que eu não compreenda o sentido da minha existência, que jamais descubra o que sou. Mesmo assim, como para o macaco, o jabuti e o homem, para mim o que importa é sobreviver e eu estou aprendendo.”

Não há como rotulá-lo, ele é um ser único, um predador. Vai deixando sua marca rubra, maculando o território por onde passa:

“Procuro um tatuador indicado por um de meus novos amigos de trabalho e peço que escreva, em arco, no meu peito a frase che tan tan ajucá atupavé, um antigo desagravo indígena que pode ser traduzido como sou forte, matei e comi todos. Começo a sentir orgulho, porque é assim que tem que ser...”

É muito difícil simpatizarmos ou mesmo respeitarmos aquilo que é diferente, aquilo que nos causa estranheza. Conviver então é impossível. Não nos damos a chance de compreendê-lo:

“... Penso em sair da cidade, mudar para algum lugar onde as pessoas não precisem compartilhar suas vidas, ou a vida alheia. Um lugar onde o sol suma por meses e cada um cumpra uma função independente. Onde as particularidades sejam respeitadas e nada seja tratado como estranho, ou diferente, porque tudo e todos são diferentes. Onde a diferença seja o ponto de igualdade. Esse lugar, nunca encontrei.”

O narrador se compara a uma lista enorme de espécies de hábitos nortunos, achei incrível, prova de que tenta se reconhecer como parte de alguma classificação taxonômica qualquer. Procura incessantemente seu lugar no mundo. Seria ele de uma nova espécie ou apenas um lunático?

“Soube, pela primeira vez, que ninguém entenderia minhas motivações. Nenhum homem aceitaria a existência de um animal cujo impulso é devorá-lo sem atribuir a ele o rótulo de besta que deve ser abatida.”

É um romance, ou melhor, uma novela, com um núcleo pequeno, mas enormes questionamentos. Um livro que suscita mais perguntas que respostas, porque elas estão em nós mesmos, cada leitor torna-se obrigatoriamente um coautor.

A editora Caligo tem se mostrado a menina de meus olhos. Surpreendente, inquietante! Um oásis em meio a tanta mesmice que vem de fora. Se querem diversão, não haverá problemas, vocês podem achar uma leitura descartável inclusive em gôndolas de supermercados. Agora, se querem algo realmente desafiador, esta leitura é imprescindível. Altamente recomendável!

Rodolfo Luiz Euflauzino
Ciumento por natureza, descobri-me por amor aos livros, então os tenho em alta conta. Revelam aquilo que está soterrado em meu subconsciente e por isso o escorpiano em mim vive em constante penitência, sem jamais se dar por vencido. Culpa dos livros!
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23.9.15

O Conde Enfeitiçado, Vol. 6 - Série Os Bridgertons [Julia Quinn]

Série Os Bridgertons Julia Quinn
Ed. Arqueiro, 2015 - 304 páginas:
      Toda vida tem um divisor de águas, um momento súbito, empolgante e extraordinário que muda a pessoa para sempre. Para Michael Stirling, esse instante ocorreu na primeira vez em que pôs os olhos em Francesca Bridgerton. Depois de anos colecionando conquistas amorosas sem nunca entregar seu coração, o libertino mais famoso de Londres enfim se apaixonou. Infelizmente, conheceu a mulher de seus sonhos no jantar de ensaio do casamento dela. Em 36 horas, Francesca se tornaria esposa do primo dele. Mas isso foi no passado. Quatro anos depois, Francesca está livre, embora só pense em Michael como amigo e confidente. E ele não ousa falar com ela sobre seus sentimentos - a culpa por amar a viúva de John, praticamente um irmão para ele, não permite. Em um encontro inesperado, porém, Francesca começa a ver Michael de outro modo. 

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O Conde Enfeitiçado conta a história de Francesca, a sexta irmã Bridgerton. Francesca a meu ver sempre foi negligenciada pela Julia Quinn, só sendo "citada" algumas vezes nos livros anteriores, nunca interagindo ativamente com sua família, talvez porque casou-se muito cedo, deixando o convívio de sua casa ou simplesmente porque é a irmã mais séria e reservada. Mas o que sabemos é que a mais bonita das irmãs Bridgerton sempre se sentiu um pouco diferente do resto da família, e, mesmo amando-os com fervor, ficava um pouco incomodada com sua grande e ruidosa família.

Nesta história, perde-se um pouco da diversão e interação dos Bridgerton, que sempre foi um dos pontos altos nos livros anteriores, mas mesmo assim O Conde Enfeitiçado tem seu encantando, principalmente graças a Michael Stirling, que roubou a história com seu charme sedutor e amor incondicional, enfeitiçando nosso coração. Impossível não se apaixonar.

Francesca casou-se aos vinte anos com o Conde de Kilmartin, foi praticamente um encontro de almas, ela acostumada a uma família grande precisava de um pouco mais de atenção e encontrou o que procurava nos braços de John, seu marido. Michael Stirling, primo de John, passou sua vida cortejando mulheres, sem jamais entregar-lhes o coração, até que viu Francesca uma única vez e se apaixonou perdidamente, e desde então soube que nunca a teria, afinal era a mulher de seu primo, então conformou-se em ama-la em segredo.

Só que o destino é traiçoeiro, e inesperadamente John, marido de Francesca morre, tornando Michael o Conde de Kilmartin e Francesca uma jovem viúva de 22 anos. Todos achavam que Michael era o homem mais sortudo de toda a Grã-Bretanha, mas somente ele sabia que nunca havia desejado aquilo, sim, desejava Francesca, mas não dessa forma, não àquele preço. Ele sempre amou John como a um irmão.

"Mas ele enfim se acostumara a ouvir a expressão "conde de Kilmartin" sem olhar por cima do ombro à procura do primo. Então, talvez agora, com a dor um pouco mais distante, pudesse estar ao lado de Francesca como amigo, sem a sensação de ser um ladrão planejando roubar aquilo que cobiçara por tanto tempo."

Como Michael sempre desejou Francesca, mesmo enquanto seu primo John era vivo, acha que é um traidor e se culpa de ter herdado tudo que era de seu primo, sendo Francesca a única coisa que sobrara de John da qual ele não se apossara. Por isso, mesmo depois de quatro anos da morte do primo, Michael ainda não se considera merecedor do amor de Francesca. O sentimento de culpa é sempre muito forte.

"Era apenas uma impressão, mas nem por isso menos devastadora. Ele experimentou a sensação de que Francesca estava disponível, foi tomado por uma terrível e tortuosa noção de que John realmente se fora e que a única coisa que impedia Michael de estender a mão e tocá-la era a própria consciência."

Já Francesca demora a perceber Michael como um homem, ela sempre o tratou como um amigo. Pelas atitudes de Francesca, ela inconscientemente sempre quis mais de Michael, só não admitia, porque também sentia culpa deste sentimento, achando que estava assim traindo a memória de seu marido.

"E, mesmo que fosse, aquilo não a impediria de cuidar dele. Afinal, era Michael. Era... bem, era difícil definir com precisão o que ele era para ela."

O Conde Enfeitiçado é mais voltado ao drama que a comédia romântica, o sentimento de culpa infundado de Michael, seu amor verdadeiro pela Francesca e todo o sofrimento decorrente á morte de John, resulta numa história de amor vibrante e sensível, capaz de arrebatar o mais emotivo dos leitores. Mais um ponto para nossa queridíssima Julia Quinn.

Clique sobre a capa para saber mais sobre os volumes anteriores:


 Cortesia da Editora Arqueiro
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
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22.9.15

Sonhei que Amava Você [Tammy Luciano]

Ed. Valentina, 2014 - 296 páginas:
      Kira, uma garota divertida, generosa e de marcantes cabelos longos, está vivendo um momento único aos 22 anos - ela abriu seu próprio negócio junto com a melhor amiga. É então que, inesperadamente, ela começa a ter suas noites transformadas em poesia e êxtase quando um rapaz desconhecido surge em sua vida. Mas com um detalhe importante - os dois passam a ter um encontro marcado... em seus sonhos. A cada dia, esses momentos secretos ficam mais intensos, apaixonantes e repletos de mistérios. Ela tenta não se entregar, mas a paixão só aumenta, e quando um acidente de carro a leva de encontro ao rapaz de seus sonhos, o mundo a fará entender como nem tudo tem explicação, mas sempre tem um motivo. Mas conhecê-lo no mundo real não será uma tarefa das mais fáceis.   

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O que você faria se seus sonhos pudessem te dizer coisas? Ou até mesmo se tornarem realidade? Falar de sonhos se torna algo muito pessoal. Quem nunca teve aquele sonho que não queria mais acordar? Tantas perguntas que envolvem o mesmo tema, não são mesmo?

Como o nome já diz “Sonhei que Amava Você” conta a história de Kira, uma mulher dedicada, de espirito leve, que junto com sua melhor amiga Lelê, tem um negócio bem sucedido. Kira passa para nós ser uma pessoa bem resolvida, apesar da pressão de sua família para que ela escolhesse uma carreira, foi enfrente, não deixou o medo para-la.

Sua família é formada pelo pai, um grande juiz, enquanto sua mãe é uma das melhores no ramo da culinária, seus irmãos Carlos Eduardo (Cadu) e Carlos Rafael (Cafa), que apesar de serem gêmeos e idênticos por fora, são completamente diferentes por dentro, mas podemos dizer que os dois demonstram  um grande amor pela família.

Mas então, aonde os sonhos se encaixam na história? Tudo começa quando Kira, passeando com a Lelê no shopping se deparam com uma camisa, sente um déjà vu, sabe quando parece que você já viu aquilo em algum lugar? Foi assim que aconteceu. Ao dormir, Kira começa a ter sonhos com certo rapaz com aquela camisa. Apesar de achar tudo muito estranho, a vida continua.

Mas um fato muda tudo, indo de carro para casa de um amigo com seu irmão, um acidente acontece, e assim que começam a ajudar os feridos, PUM! Lá estava aquele maravilhoso homem de seus sonhos e ainda vestindo a mesma camisa. A trama começa mesmo a fluir quando ela tenta descobrir quem é aquele homem e porque ele está visitando seus sonhos.

A história é narrada em primeira pessoa, com uma escrita informal, nos deixando dentro de toda narração, mas em alguma partes isso não foi  bom, acabou dando a entender certas passagens que forçaram um pouco a barra.

Primeiramente queria deixar claro como admiro os escritores nacionais, e fico muito feliz de saber que estão crescendo cada dia mais. Acredito que meu dever como leitora e resenhista é passar os pontos positivos e negativos para vocês, o que acaba me tornando critica em muitos momentos.

A história é bem leve, ótima para ler quando está de bem com a vida, saber? É uma leitura juvenil, fofa em muitos pontos. E posso garantir que o final é muito bom.

Mas e aí, não ficou nem um pouco curioso, porque não lê e depois comenta com a gente?


 Cortesia da Editora Valentina
Gabriele Machado
15 anos, paranaense, leitora compulsiva, apaixonada por cachorros, viciada em musica e seriados, junta todos esses adjetivos, PUM! Aqui estou eu, Gaby Machado. Uma sonhadora irreversível, desastrada, pavio curto, falo sem pensar, eclética para tudo! Apaixonada por uma boa dose de cafeína e minha princesa favorita é a Mulan, por quê? Mesmo sendo uma princesa não preciso do príncipe para se salvar.
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21.9.15

Sozinhos no Escuro [Jessé Diniz]

Ed. Selo Jovem, 2014 - 220 páginas:
      Jason completou dezessete anos e, como muitos meninos de sua idade, não é o mais popular do colégio. Na maior parte do seu tempo fica sozinho, ou então, com seus três únicos amigos. Essa amizade será ainda mais fortalecida quando eles descobrirem responsáveis em impedir uma guerra que poderia acabar com a raça humana, transformando o mundo em que vivemos num lugar sombrio, cheio de trevas. O pior de tudo? Eles já começaram em desvantagem.


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EM BUSCA DE UM LUGAR NO MUNDO

Como não é mistério para nenhuma das pessoas que seguem minhas resenhas, adoro livros de terror, principalmente temas como vampiros e zumbis. Isso me torna um resenhista bastante criterioso e me faz avaliar muitas coisas, como qualidade da história, pesquisa literária, mistura de universos ficcionais, etc.

Ler o livro do Jessé Diniz foi uma experiência interessante. Já categorizo a leitura como infanto-juvenil, pois não há um terror realmente assustador na história, porém, não recomendo a leitura por menores de 16 anos. O livro lida com a relação de quatro amigos (dois garotos e duas garotas) e a mudança que sofre suas vidas, ao se depararem com o holocausto zumbi.

Se a história não incluísse tantos detalhes, provavelmente poderia se comparar facilmente a histórias assustadoras de zumbis, mas basicamente, a história é sobre os jovens, suas relações sociais e a forma como lidam com o fato de se transformarem nos salvadores da nação.

No mais, acho que é uma história que envolve o leitor na trama e nos faz torcer pela vitória deles frente aos obstáculos: os Zumbis. Recomendo a leitura.


 Cortesia da Editora Selo Jovem
Marcos Graminha
Marcos Graminha é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite". contato: marcos.graminha@gmail.com
18.9.15

A Formatura, Vol. 3 - Trilogia O Teste [Joelle Charbonneau]

Trilogia O Teste Joelle Charbonneau
Ed. Única, 2014 - 320 páginas:
      O futuro nunca foi tão incerto e desesperador. Cia Vale jamais imaginaria que as coisas pudessem chegar a esse ponto. Ela tem uma importante missão- liderar as ações para a verdadeira reconstrução do mundo pós-guerra, um caminho sem volta. Agora, ela é a peça-chave para concretizar o plano de pôr fim ao Teste, para o bem das pessoas. Diante de um horizonte cheio de cicatrizes brutais, uma guerra prestes a começar e um governo cruel e corrompido, Cia não tem escolha a não ser se preparar para chegar às últimas consequências – se for preciso. Será que seus colegas a seguirão para a batalha final? O amor de Tomas será forte o suficiente para aceitar e sobreviver à prova mais difícil de suas vidas? Os riscos são maiores do que nunca, e para Cia só resta confiar nos próprios instintos. 

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A Formatura, terceiro volume da trilogia O Teste fechou a distopia com chave de ouro. Manteve seu ritmo e estilo, sempre focando nas percepções de Cia sobre o certo e o errado e aqui cada vez mais a menina passa por difíceis dilemas, pois para tentar acabar com o Teste e lutar pelo que acredita ser justo, é necessário que tome atitudes que vão contra sua natureza e formação.

"Tenho vontade de correr atrás dele e pegar o dispositivo de volta, mas me lembro das palavras de Stacia, que o que é errado, às vezes, é necessário. Eu me viro e caminho em outra direção, pensando se os oficiais do Teste dizem a mesma coisa para si mesmos."

Afinal você acredita que "Os fins justificam os meios"? Essa frase representa o maquiavelismo e "quer significar que os governantes e outros poderes devem estar acima da ética e moral dominante para alcançar seus objetivos ou realizar seus planos". Esse conceito fica latente em todo o livro obrigando o leitor a se posicionar, se fosse você no lugar da Cia, tomaria as mesmas atitudes que ela?

Cia tem agora em suas mãos uma importante missão, capaz de mudar o rumo dos acontecimentos da Comunidade Unida, pondo fim ao Teste e evitando uma revolução que pode matar diversas pessoas, inclusive seu irmão mais velho. Para alcançar seus objetivos, Cia precisa da ajuda de alguns amigos e cada vez mais só pode contar com sua intuição para escolher em quem pode confiar para ajuda-la nesta perigosa missão.

O livro também retrata a natureza complexa do ser humano, ninguém é totalmente bonzinho ou malzinho, as duas partes estão presentes na natureza humana e muitas vezes são ativadas por gatilhos que a vida dispara sobre nós.

"Qual é o verdadeiro Will? O que matou friamente ou o que me ajudou a viver? Não sei."

O final teve algumas partes que achei um pouco confusas de entender, mas no geral foi condizente com toda a obra e bem satisfatório. Achei o contexto geral da obra muito interessante, instigante do ponto de vista ético e por isso recomendo a leitura.

"Compreendo esse desejo, mas não existe esquecimento para o que vimos e fizemos. A única maneira de viver com nossas ações é acabar com o que as causou. Ou morrer tentando."

Clique sobre as capas para saber mais sobre os volumes anteriores:


 Cortesia da Editora Única
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
*Sua compra através dos links deste post geram comissão ao blog!
17.9.15

Soberana – A ascensão da rainha de Marte [Kássia Monteiro]

Kássia Monteiro
Ed. Draco, 2015 - 150 páginas:
      Quando os reis de Arcádia morrem por uma terrível doença e o reino é invadido pelas raças menores, nada resta à jovem princesa Liarlinde Arcandoff a não ser fugir para o deserto marciano. Depois de quase sucumbir nas areias vermelhas, abandonada à própria sorte, ela retorna para se vingar, agora uma poderosa guerreira. Esse é o início da cruzada para caçar os invasores de seu reino e garantir aos excluídos o seu lugar de direito. Liarlinde enfrentará muitas batalhas, mas a mais dura delas nada tem a ver com soldados e armas. 


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O caminho de uma verdadeira líder passa pelo coração... e pela espada!

O que me atraiu a primeira vista para Soberana foi a premissa de sua criação, baseado na obra "Senhora" de José de Alencar. Trata-se de um projeto realizado pela Editora Draco de criar novas versões para clássicos brasileiros, com a ideia de retratar uma trama totalmente nova, mas que ao mesmo tempo, mantenha a essência do original. E a meu ver Kássia Monteiro cumpriu admiravelmente sua missão, fez de Soberana uma história original ao mesmo tempo em que manteve a magnífica relação de amor e ódio criada pelo autor cearense e em consequência disso me deliciei com o livro, afinal conheci e me apaixonei pelas obras de José de Alencar desde meus doze anos de idade.

Quando comecei a leitura, fiquei buscando pelas características de "Senhora", curiosa para saber como a autora conduziria sua trama de modo a obter a essência do clássico em questão, mas depois fui esquecendo as comparações e me entregando nas mãos de Kássia, deixando que ela me embalasse na fantasia de Soberana. Kássia não só conseguiu em 150 páginas descrever todo um novo universo fantástico, como também inseriu na bela história de vingança e amor um contexto crítico social, tudo isso banhado pelo seu humor irônico.

"Eu te perdoo, garota - ele disse com um chiado arfante. - Você é só um fantoche. Talvez um dia perceba que somos todos iguais."

Soberana – A ascensão da rainha de Marte, conta a trajetória de Liarlinde, nascida em berço de ouro, princesa de Arcádia, um dos reinos do planeta Marte, mimada e temperamental, que depois da morte de seus pais, perde seu reino e é obrigada a seguir em frente como escrava de um bando de mercenários. Liarlinde é movida a rancor e ódio e torna-se uma grande guerreira, pois através da espada pretende obter a vingança contra todos os que acredita que a traíram. Para isso vive e luta ao lado de raças que sempre desprezou, pois eram consideradas inferiores aos seres humanos e por isso escravizadas. Em sua trajetória de ascensão, Liarlinde enfrenta diversos desafios que a fazem refletir sobre quem ela é e o que realmente deseja, além de aprender valiosas lições de vida.

"Liarlinde sentia a mudança acontecer dentro de si dia após dia. Já não tinha mais as mesmas ilusões de antes. Não acreditava que alguém a veneraria apenas por ser ela quem era. Aprendera que respeito é conquistado ou imposto, mas nunca gratuito."

Não deixem de prestigiar a obra de Kássia Monteiro. Recomendo.



SOBRE A AUTORA

Kássia Monteiro sempre gostou de inventar histórias. Atualmente, é escritora e jornalista, mas já foi também professora de inglês na Colômbia e guia de turismo. Autora dos contos “Capeta” e “Amor nos tempos da artrose“, ambos publicados pela Editora Draco, ficou entre os finalistas do prêmio SESC-DF de crônicas Rubem Braga 2012 e acaba de lançar seu primeiro romance. “Soberana – a ascensão da rainha de Marte” é uma releitura fantástica do clássico “Senhora“, de José de Alencar, e promete conquistar o público jovem.


Facebook: https://www.facebook.com/falecomkassia
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Site: www.kassiamonteiro.com
Twitter: @falecomkassia
Entrevista: http://blog.editoradraco.com/2015/05/kassia-monteiro-fala-sobre-seu-novo-romance-soberana/

 Cortesia da Editora Draco
Gisela Menicucci Bortoloso
Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!
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16.9.15

Star Wars: A Princesinha de Vader, Vol. 01 e Darth Vader e Filho, Vol. 02 [Jeffrey Brown]

Ed. Aleph, 2015 - 64 páginas:
      Star Wars: A Princesinha de Vader - Livro 1 Nesta irresistível e engraçada obra, da mesma coleção de Darth Vader e Filho, Vader, Senhor Sombrio dos Sith e líder do Império Galáctico, enfrenta os dramas, alegrias e mudanças de humor de sua filha. Leia e acompanha a transformação de uma doce menina em uma adolescente rebelde.

Star Wars: Darth Vader e Filho - Livro 2 Em uma releitura divertida e encantadora, Darth Vader é um pai como qualquer outro, exceto pelo fato de ser o Senhor Sombrio dos Sith. Com ilustrações de Jeffrey Brown, o livro apresenta as alegrias da paternidade por meio da lente de uma galáxia muito, muito distante.

Onde comprar:
Submarino, Saraiva, Fnac, Travessa, Cultura

ADORÁVEL PARA CRIANÇAS

Uma das coisas mais divertidas de fazer as resenhas para o blog LER PARA DIVERTIR é o fato de poder apreciar todo tipo de material, inclusive livros infantis. Tenho 2 filhos, um menino e uma menina, e ler DARTH VADER E FILHO e A PRINCESINHA DE VADER foi uma experiência deliciosa e gratificante.

O livro contém sketchs de uma página, que misturam momentos e frases de Star Wars a momentos básicos vividos por pais e filhos. Os traços e locais das cenas, são momentos muito reconhecidos por fãs, tornando as piadas absolutamente engraçadas.

Dei muitas risadas ao ler e ver o trabalho de Jeffrey Brown, e ficou impossível não achar tudo extremamente maravilhoso. A mistura de fatos cotidianos a Star Wars, leva ao riso com muita facilidade. Meu filho, que adora Star Wars, assim como eu, está acostumado a ouvir "Eu sou seu pai, Luke!" (muitos risos).

Os dois livros são incríveis e se você quer dar um presente legal para uma criança, essa é a pedida. Mas se você conhece um fã de Star Wars que será papai, então é pra ele que deve comprar esses livros, com certeza é um ótimo guia para papais!! (Muitos Risos).

Absolutamente recomendado. Aproveite para ver minhas outras resenhas aqui no blog LER PARA DIVERTIR (#Marcos). Comente e compartilhe com seus amigos!

 Cortesia da Editora Aleph
Marcos Graminha
Marcos Graminha é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite". contato: marcos.graminha@gmail.com
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